domingo, 4 de janeiro de 2009

Esperança Activa





FIM À GUERRA JÀ

COMPANHEIROS, AMIGOS, LEITORES

A Esperança semeia-se pela PALAVRA

e pela PALAVRA se chega à PAZ!

Há muitos anos atrás, era eu uma menina, tal como deve ter acontecido com os não amnésicos políticos, lembro que era voz corrente, que o Salazar e a pandilha fúnebre e sinistra que o acompanhava estavam de pedra e cal, e que nada mudaria ou faria mudar este estado de coisas que o Povo português tinha que resignadissimamente ir suportando como praga eterna de gafanhotos que nos devastava as vidas e a Esperança. Era assim uma espécie de maldição lançada sobre a credulidade consciente ou não, e sobre os incautos, que lhes bebiam os falsos sorrisos e as maneiras estudadas de quem quer saquear a casa alheia, tendo o dono aberto as portas por suas mãos crédulas e descuidadas.

Vivia- se num mundo restrito, de aparências, onde a hipocrisia tinha ares benevolentes; sorridentes, ocultando na capa nocturna do obscurantismo a crueldade de que vivia e com que comandava Portugal. O drama é que muitos filhos do povo se habituaram aos ares falsos e tomavam-nos como exemplo, o que poderia dar a parecer que havia uma serenidade de ânimos e que tudo corria pelo melhor, no melhor dos países.

Tive a sorte de crescer num meio antifascista, e isto de ser antifascista nesse tempo não se baseava apenas nas frases proferidas em família nem em princípios sem estrutura. A ideia tinha um esqueleto, que lhe conferia a postura correcta, verídica, credível desde a mais tenra idade. Era um comportamento e não atingia ainda junto dos mais pequenos a tonalidade formal da palavra explícita.

Era esse comportamento que nos fazia antifascistas sem mesmo sabermos que o éramos. Aprendizes de ser humano com a diversidade do exemplo por modelo.

Crescíamos a pensar e a sentir de outra forma. Diferentes na conquista da livre Igualdade.

Pois por isso essas frases escutadas no exterior não nos atingiam, uma infantil semente de esperança crescia vicejante contra todos os males.

Mostrou o futuro que tínhamos razão! Uma Primavera, amanheceu Abril, um Abril único, nunca visto, vestido de cravos rubros e de olhos que viam o Futuro aberto à sua frente pela primeira vez!

Ora hoje o Mundo em guerra está faminto dum Universal Abril!

As guerras sempre injustas, matam inocentes. Pois hoje, como ontem durante o fascismo em Portugal, os ânimos cansados descrêem da PAZ. Não lhe vêem o caminho.

O Ser Humano descrê de si próprio.

Pois tal como em Portugal floriu o cravo de Abril, contra todas as descrenças, também a PAZ no MUNDO terá o seu ABRIL! e Florirá!

Porque é inevitável, porque é anti-humano o que se passa actualmente na Palestina no Iraque, entre outros países que vivem no horror e no terror! Porque contraria as leis da Vida!

Apenas cada um de nós tem que através da Palavra positiva semear a certeza desse inevitável dia a atingir! Urgente!

Ou consentindo na barbaridade é o nosso próprio fim que preparamos, porque as forças que se opõe são tão poderosas que se lhes não pomos de imediato cobro, alastram a pestilência da guerra que nos pode atingir mundialmente! Ai, e isso ninguém quer, porque enquanto é na casa dos outros, o nosso egoísmo consente e cala, cobarde, mas se pode atingir-nos a nós ...

E como é o que bem (mal) nos pode acontecer; o melhor é gritar aos nossos governos que mudem de atitude e tomem uma posição firme e enérgica a exigir a Paz imediata e sem condições!

E se agirmos assim a Paz virá a ser!

E um Mundo melhor pode começar enfim para todos e para cada um!

Marília Gonçalves


1 comentário:

Jerónimo Sardinha disse...

Cara Companheira e Amiga, Marília,

O único comentário que consigo fazer, é recordar Brecht:

... não era comigo... nada fiz!

Aqui estamos na mesma.
Só que nos referimos especificamente a um canto do mundo onde sempre foi assim. Um barril de pólvora.
Não sei se a panaceia que recomenda terá eficácia!
O negócio do armamento, conjugado com o do petróleo, financiadores das multinacionais da saúde e dos alimemntos, não vão permitir paragens nem tréguas nos seu lucros.

Gostava de estar enganado, infelizmente, não me parece.

Grande e fraterno Abraço,
Jerónimo Sardinha