quarta-feira, 22 de abril de 2009

PS 0,PSD 0. PORTUGAL EMPATE A ZERO.


A entrevista do Sr. Primeiro ministro foi muito centrada nos recados do Sr. Presidente da República, para dar a sua interpretação de que tudo aquilo se dirigia para outrem que não para o governo, porque tudo, o que o Sr. Presidente a República sugeriu, está o governo a fazer e bem, mas mais delicioso é que o Sr. Ministro Santos Silva descobriu a preciosidade política de que a palavra do Sr. Presidente, no exercício da sua magistratura de influência, é para toda a Nação.

Todos, no entanto, percebemos, ou percebem alguns que em muita matéria o diagnóstico do Sr. Presidente da República tem a ver com o PS e o PSD, mesmo nas grandes obras. Muitas delas foram feitas pelo Sr. Cavaco da Silva, 1ºMinistro. Foi consigo que se iniciou a total dependência dos portugueses em relação aos bancos com a compra da casa própria, do carro etc., o que, aumentou o endividamento das famílias, facto muito cantado e exaltado pelo Sr. António Barreto, nos cadernos de economia publicados pelo Público.

É errado e falso que ninguém, tenha previsto esta crise. Em Fevereiro de 2008 assisti a uma conferência no Ministério da Defesa Nacional em que o economista Ferreira do Amaral anunciava 2008, como o ano de todas as crises, através da intersecção da esfera financeira com a da economia real, e que isto iria ter consequências gravosas, e, então, proponha aquele economista a baixa da taxa de juros, entre outras medidas, e referia, ainda, que o facto da nossa segurança social não estar privatizada protegeria os portugueses.

Destas más novas dei notícia no blogue da Associação 25 de Abril e em memes enviados para a Fundação Mário Soares e Manuel Alegre, este segundo foi secundado por Marília Gonçalves. Estas e outras intervenções tiveram resultados nulos.

Quanto ao desemprego disse o Sr. primeiro-ministro que criou mais de cem mil postos de trabalho, todavia o que mais interessaria saber é qual o saldo entre emprego e desemprego, e que empregos foram os criados, os precários?

Quanto às causas e responsabilidades da crise, ninguém em Portugal tem a ver alguma coisa com o que está a acontecer, porque todos os males que nos acontecem são importados, também virão do exterior o desequilíbrio da balança energética e alimentar, bem como, o endividamento das famílias e o externo do Estado? Também não deu nenhum contributo interno para a crise, a corrupção e a completa imoralidade dos vencimentos principescos das administrações que geriram para a falência? Na América há responsáveis em Portugal não, então, o Sr. Presidente da República, quando os refere, de que está a falar?

Quanto ao controle do défice todos devem saber como foi conseguido, através da supressão de apoios na saúde à generalidade dos portugueses; congelamento de salários de milhares de funcionários; agravamento das pensões das pessoas que foi conseguido de dois modos, por um lado, com o aumento dos anos de trabalho, e, por outro, a desmotivação dos trabalhadores e a sua perda de competências tem como consequência não resistirem à pressão e ao stressse da humilhação, e, por isso, saem das suas profissões com pensões mais magras etc., isto é, pagaram a factura os mesmos de sempre, para agora, o governo proteger as grandes fortunas.

Tem razão o primeiro ministro, quando diz que compete aos agentes políticos apresentarem novas políticas e programas políticos. De facto são precisos novos políticos e novas politicas, mas é verdade que esta capacidade está congelada, para desgraça de Portugal.

Também tem toda a razão ainda, quando diz que a liberdade de imprensa não é, não pode ser, um instrumento para difamar outrem, isso, será a degradação da liberdade de imprensa e da democracia sempre que acontece, seja quem for a vitima.

De todo o disco riscado se pode concluir que o país vive num empate a Zero, porque das medidas do governo e do PSD resultarão a continuação desta crise e a doença desta Democracia.


andrade da Silva 21 abril09

2 comentários:

Anónimo disse...

A Voz dum Homem de Abril, eses Homens, jovens oficiais que tudo arriscaram pela Liberdade do Povo Português, deveria ser escutada

Abril/74

DESENROLAR DA ACÇÃO

a. Dia 24
- Uma vez que o Cmdt e 2.° Cmdt eram elementos armados e decididos a resistir, tendo inclusivamente estabelecido previamente um sistema de Alerta através do Posto local da G.N.R., foi provocada uma reunião com aqueles Oficiais (cujo pretexto foi assentar pormenores relativos à visita do ex-ministro do Exército, General Andrade e Silva, projectada para 25 de Abril) com a finalidade de facilitar a sua detenção. Reunidos assim no Gabinete do Comandante aguardou-se a confirmação pela rádio do início das actividades; imediatamente irrompe pelo citado gabinete uma equipa constituída pelos Tenentes de Art. Andrade e Silva, António Pedro e Sales Grade, que juntamente com os outros Oficiais presentes (Capitães Mira Monteiro e Patrícia, e Tenente de Art. Ruaz e Nave) prenderam o Cor. Belo de Carvalho e o Ten. Cor. João Nascimento tendo-lhe sido na altura relatada toda a situação pelo Sr. Cap. Patrício, os quais foram conduzidos para um quarto que ficou vigiado por dois Oficiais armados. - Seguidamente, com as Centrais Rádio e telefónica já ocupadas e com as entradas do Quartel sob controle, foi exposta a situação e indicados os objectivos e finalidades do Movimento, tendo para o efeito:
- O Capitão Santos Silva chegado clandestinamente meia hora antes da B.A 3, onde se encontrava em diligência reunido os Oficias do Q.C. que aderiram na sua totalidade. (Este Oficial. na qualidade de mais antigo, havia assumido o Comando desta E.P.A.) - O Capitão Mira Monteiro teve idêntica acção junto dos Sargentos e Furriéis, verificando-se apenas a total adesão dos últimos. Assim foram detidos todos os Sargentos presentes. Também o Ten. Andrade e Silva falou aos primeiros cabos Mil. da Unidade que também aderiram unanimemente.
- Cerca das 24 horas foi organizada uma formatura geral, com a presença dos quadros decididos a actuar à qual foram distribuídas funções:
COMANDO
- Cmdt: Cap. Santos Silva; Adjuntos: Tenentes Martins C. Ruaz, Sales Grade e Sousa Brandão.
BTR ART. 8,8 em (a 6 b.f.)
- Cmdt: Cap. Oliveira Patrício; Subalternos: Tenentes Marques Nave, Almas Imperial, Pereira de Sousa e Aspirantes Mil. Tolentino e Gonçalves.
BTR ART 10,5 em (a 4 b.f.)
- Cmdt: Cap. Duarte Mendes; Subalternos: Alteres Gaspar Madeira e Formeiro Monteiro e Asp. Mil. Guerra.
COMP. ART MOTORIZADA (4 Pelotões)
- Cmdt: Cap. Mira Monteiro; Subalternos: Tenentes Andrade da Silva, António Pedro, Ribeiro Baptista, Amílcar Rodrigues e Asp. Mil. Carvalho e Salgueiro.
Reserva (3 Pelotões)
- Cmdt: Cap. Canatário Serafim; Subalternos: Tenente. Jesus Duarta e Alf. Mil. Medeiros.
b. Dia 25
(1) Armadas, equipadas e municiadas, as forças iniciaram o movimento à hora prevista na O. Oper. (3 horas), tendo a C. Art e a BTR 8,8 constituído uma coluna (de 16 viaturas militares e 1 civil transportando uma equipa de exploração) a qual alcançou e ocupou a posição de Cristo Rei, em ALMADA, pelas 7 horas. Simultaneamente com a saída destas forças, a BTR de 10,5 ocupou posições a cavaleiro das estradas de MONTEMOR-O-NOVO e LAVRE, com as missões de interdição destes eixos e de segurança próxima da Unidade.
(2) Actuação da BTR ART 8,8
- Ocupou posições de crista, permitindo-lhe bater em tiro directo, qualquer coluna que atravessasse a Ponte, ou qualquer navio no estuário do Tejo; como objectivos em Lisboa, nomeadamente o Monsanto e o Terreiro do Paço. - Cerca das 9.30 horas apontaram sobre uma fragata em movimento, conforme ordem recebida do P.C. mantendo 2 bocas de fogo apontadas até as fragatas saírem do Tejo e as restantes 4 bocas de fogo apontadas sobre Monsanto. - Não tendo sido necessária a realização de fogos, esta Unidade exerceu no entanto Importante acção de presença e de esclarecimento da numerosa população de ALMADA, tendo sempre constituído elemento capaz de, em quaisquer condições, Influenciar o desencadear da acção, pela colocação dos seus tiros nos objectivos que se revelassem.
(3) Actuação da PART MOTORIZADA
- Montou a segurança à BTR 8,8 em e estabeleceu o controle do acesso à PONTE SALAZAR
- Cerca das 9.00 horas montou um dispositivo com a finalidade de interceptar uma viatura
civil da P.M. na qual seguia Major de Cavo Manuel Cruz Azevedo, conforme ordem emanada do P .C. - Cerca das 11.30 horas ocupou posições para interceptar um DEST FZ que se deslocava para Lisboa, caso este não fizesse o sinal de código (agitação das boinas) emanado do P.C.; o referido DEST seguiu ao seu destino, tendo algum tempo. Depois passado pela posição em sentido inverso. Mais tarde pelas 14.30 horas) este mesmo DEST contactou com as NF, conforme havia sido comunicado pelo P.C., tendo ali permanecido sem qualquer acção. - Pelas 15.15 horas, a CART recebeu a missão de se deslocar à CR do GOV. MIL. LX (TRAFARIA) a fim de libertar os Oficiais pertencentes ao Movimento; esta missão foi integralmente cumprida pela libertação de 11 Oficiais ali detidos. Esta força fez-se reforçar dum seco art. guarnecendo um obus 8,8 em que, depois de cercado o forte entrou em posição frente ao portão principal e a escassos metros deste. Ordenada a rendição. o portão foi aberto prontamente. Durante a acção foram detidos na área 24 elementos da G.N.R., os quais acompanharam as N.T. à posição inicial. Os Oficiais libertados, escoltados por forças da CART seguiram para LISBOA. - Pelas 16 horas foi dada ordem para cercar e ocupar o Regimento de Lanceiros 2. Montado o dispositivo, o Cmdt da força foi contactado por elementos do R.C. 7, que informaram estar com o Movimento. Seguidamente os portões do R.L. 2 entreabriram-se dando passagem a 2 Asp. Of. que manifestaram desejo de contactar com o Cmdt da força, a quem declararam que praças, graduados do QC. e eles próprios desejavam tomar parte na acção, o que não haviam ainda feito por oposição dos seus Comandos. - Armado e com 2 Furriéis Mil. como guarda costas, o Cmdt da força entrou no aquartelamento em causa, a fim de contactar o Coronel Cmdt e saber das sua posição. Deparou com enorme confusão no bar e dependências anexas, onde se encontrava grande número de Oficiais tentando os subalternos persuadir o seu Cmdt a aderir ao Movimento. Aquele Senhor, tentando ganhar tempo, declarou ao Cmdt da força sitiante que esperava as «necessárias» . ordens daqueles que nessa altura estavam já senhores da situação. Deparou-se então a seguinte situação: .
- Oficiais subalternos desejavam tomar parte activa na acção;
- Capitães diziam aderir mas declararam Que não saíam do Quartel;
- Cmdt e Major Cruz Azevedo manifestaram-se contra o Movimento;
- Restantes Oficiais superiores mal definidos;
- O Cmdt da força teve conhecimento de que a situação de quase total indisciplina que se verificava na Unidade, se•deveria principalmente ao facto de na manhã deste dia terem estado no Quartel várias personalidades de destaque, entre as quais o Almirante Henrique Tenreiro, que foi deixado sair em liberdade.
- Foi tentado um contacto com o P.C. por RACAL-TR 28, que não foi obtida; - entretanto chegou o Major Monge com indicações relativas ao procedimento a adoptar; - A força sitiante, que já se encontrava dentro do quartel, recebeu mais tarde do novo Cmdt da Unidade indicação para ali pernoitar, o que foi comunicado à posição de Cristo-Rei.

Sousa e Teles

andrade da silva disse...

Caro amigo Sousa e Teles

Que grande e tão maravilhosa homenagem transporta a sua lembrança de trazer este documento histórico a este espaço, que vou editar para que mais facilmente possa ser lido.

UM GRANDE ABRAÇO E SAUDAÇÕES DE ABRIL

andrade da silva