quinta-feira, 21 de maio de 2009

QUE A MEMÓRIA SEJA VIVA,SEMPRE!


Caro Augusto

Que as auroras da liberdade floresçam sempre com cravos e papoilas, mas também emprego, justiça e dignidade, porque do modo que vamos, com a Itália num quase mussolinismo e Portugal com tanta vergonha e desonra, só com grande boa vontade se vislumbram as grandes esperanças de Abril.

Parece que as memórias dos homens se tornam de novo, tempo parado... Mas GRITAREMOS, para não deixar adormecer a esperança e para ensurdecer os ouvidos, dos que nos querem roubar a dignidade de sermos povo-cidadão, de um país que jamais se pode vergar ao MEDO e ao SILÊNCIO, para não acabar aprisionado ou morto de fome.

SOMOS PORTUGAL, CHÃO DE NOVO LIBERTADO EM ABRIL DE 1974. NÃO PODEMOS VOLTAR A SER POVO-DE-CÓCORAS, OU SEJA NÃO-POVO, MASSA INFORME DE CARNEIROS-ESCRAVOS.

NÃO! NÃO! NÃO!

NUNCA MAIS!

Em boa verdade desespero com tanta canalhice, cobardia, deserção e cumplicidade. Procuro não desistir, como outros, mas em relação a muitos desses outros falta-me a sua heróica coragem e fé no Futuro, mas darei mais um passo e mais outro, até…

Abraço
asilva

1 comentário:

José-Augusto de Carvalho disse...

Prezado Andrade da Silva, se bem reparou, o poema que escrevi foi sob o título genérico «A memória dos homens». E nele se saúda quem chegou imediatamente após a Liberdade reconquistada em 25 de Abril de 1974.
O drama do desencanto que viria depois é outra questão, aliás por si exemplarmente definida.
Será de todo oportuno discorrer sobre os motivos que provocaram o país que temos hoje.
Abraço.
J-A