quinta-feira, 7 de maio de 2009

(RUÍDO+RUÍDO)X RUÍDO = RUÍDO = 0 ( ABSOLUTO)


Há corrupção, imensa corrupção. É uma mancha que atravessa transversalmente a sociedade portuguesa e, por isso, fazemos ruído.

Dizemos que os vencimentos dos gestores de mais de um milhão de euros/ano (ou seja 185 anos de salário minimo, ou 34 anos de vencimento de um coronel) são uma imoralidade, e vai daí ,fazemos ruído.

A Assembleia da Republica gastou mais de um milhão de euros na compra de viaturas top gama da ordem de 40mil euros cada, fazemos ruído.

Fazemos barulho, mas nada acontece, aliás, o que vai acontecer após as legislativas será bem pior do que está. Será a completa aliança politica e económica da bloco central. É ouvir o Sr. Braga de Macedo, o Sr. Pina Moura ( que delicioso frente a frente no TVI 24) o Dr. Sampaio, o Sr. Eng. Cravinho, o Sr. Presidente da República, o Sr. Almeida Santos e todos os demais que ganham com o bloco de interesses, para perceber qual é o azimute, que é exactamente o de consumar-se a ligação de facto , em casamento efectivo entre o PS e o PSD, abençoado pelos poderes temporais do capital financeiro especulativo e pela Igreja dominante.

Manuel Alegre diz que este bloco central é imoral, mas também nada vai acontecer, porque como já sabemos a sua atitude será da critica moral, talvez com carácter sistemático. Mas nada acontece, é o que é, portanto, só ficará ruído e o auto-eco narcísico.

Finalmente se a estratégia liberal de reduzir a expressão eleitoral do PCP em favor do bloco de Esquerda, se concretizar com êxito, então, já não haverá nenhuma barreira séria à total conquista do poder pelo bloco central, porque por mais que proteste Manuel Alegre, a sua voz no interior do PS com o secretário geral Sócrates, Santos Silva e Lelo ( uma Trindade), será um mero ruído. Exactamente o que acontece com Vital Moreira que não concorda que o Sr. Durão Barroso seja o Presidente da Comissão Europeia, mas nele vai votar, sem qualquer contradição moral, política ou ética. " My God!"

Sem uma alternativa politica a critica de vozes semi-isoladas serão exactamente simplesmente isso, vozes, e nunca poder, para mudar o quer que seja.

Todavia competiria ao PCP fazer uma profunda análise politica ao resultado das sondagens, porque não pode haver tão pouca gente mobilizável para travar uma luta decisiva para barrar o caminho ao neo-liberalismo.

Será que o PCP não se isola num conceito de obediência que afasta tanta gente heróica que não deve identificar-se só com o ruído, mais ruído e sempre ruído?

Se o ruído aumentar exponencialmente, o risco de ensurdecer é muito grave, e depois de constituirmos uma sociedade de surdos, quem ouvirá quem?

andrade da silva

2 comentários:

Anónimo disse...

Esta do Bloco de Esquerda ultrapassar o PC e assim deixar de haver obstáculo ao bloco central, não percebo. De resto, ruido é o que mais há, mas vêm as eleições e o bloco central sempre tem a maioria (ora cantas tu, ora canto eu). Pelo que a falta de obstáculo ao bloco central não está na baixa votação do PC, nem na alta(?) do BE. O nosso idolatrado povo parece querer duas coisas: gritar nas ruas e um bloco central.
luisladeira

andrade da silva disse...

É simples para mim na actual luta combativa e dura contra o neo-liberalismo não é uma vantagem o esvaziamento do PCP.

Na minha opinião isso é o que mais interessa ao neo-liberalismo, porque obviamente o PCP tem uma história de determinação na defesa dos valores dos direitos do trabalho que mais ninguém,entre nós, tem, é também uma razão histórica.

Ainda na minha opinião o mais importante seria a conversão do PS à social-democracia, ou a emergência de um novo sujeito politico com um novo projecto político, novo organigrama e novos agentes. Deste projecto irei falando, ou que, nomedamente, o bloco de esquerda colhesse mais votos na abstenção e nos descontentes de um certo PS que ou não votam ou aceitam votar BE.

Na minha opinião nesta conjuntura a perda de força eleitoral do PCP não é benéfica para o combate ao neo-liberalisnmo que é o que me interessa, dado que estou equidistante dos interesses partidários e muito mais dos respectivos secretários gerais. O enfraquecimento do PCP é lidom pelos neo-liberais como uma demissão dos trbalhadores pela luta dos seus direitos e esta leitur simbolica é de uma força extrordinária.

Não será por acaso que muitos PS e gente de direita saúda o crescimento do BE e a perda de votos do PCP, ou será?

Caro Luis, só ergo taças pelo país, e, obviamente, que considero que o PCP deve fazer uma série análise política aos resultados das sondagens.
abraço
asilva