quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ò ALENTEJO



Ò ALENTEJO

Alentejo não deixes de inspirar os Poetas.
Onde existe algo de eternidade
é na poesia
,
Aquilo que o tempo não corrói,
Nem destrói,
Vital sopro de eternidade,
Para lá da bondade e da maldade.


Filipe Papança

23 comentários:

Isabel Pestana disse...

Ó Alentejo dos probres
Reino da desolação
Não sirvas quem te despreza
É tua a tua nação!
.......

(Adriano Correia de Oliveira)

Ao ver a foto, foi logo o que me veio à cabeça! Esta lindissima canção tão bem cantada pelo Adriano.

Marília Gonçalves disse...

À memória de CATARINA


Meu trigal rosácea amena
Na planura sem confim
Alastra a tarde serena
No geométrico jardim.

Horizonte a germinar
Em agudizar da cor
Árvore erecta a evocar
Alucinação de amor.

Porém no teu solo alonga
Abjecta negação
Rubro sangue de paloma
Que apenas pedia o pão.

Ignóbil pra sempre quem
Ultraja afinal o nome
Que lhe deu no berço a mãe
Só porque alguém tinha fome.

Marília Gonçalves

Anónimo disse...

CANTAR ALENTEJANO

Vicente Campinas*

Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer

Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou

Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou

Aquela pomba tão branca
Todos a querem p’ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti

Aquela andorinha negra
Bate as asas p’ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar

* Este poema foi musicado por José Afonso, no álbum «Cantigas de Maio», editado no Natal de 1971

Marília Gonçalves disse...

CATARINA EUFÉMIA

O primeiro tema da reflexão grega é a justiça
E eu penso nesse instante em que ficaste exposta
Estavas grávida porém não recuaste
Porque a tua lição é esta: fazer frente

Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas
Segundo o antiquíssimo método obíquo das mulheres
Nem usaste de manobra ou de calúnia
E não serviste apenas para chorar os mortos

Tinha chegado o tempo
Em que era preciso que alguém não recuasse
E a terra bebeu um sangue duas vezes puro
Porque eras a mulher e não somente a fêmea
Eras a inocência frontal que não recua
Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste
E a busca da justiça continua

(Sophia de Mello Breyner Anderson)

RETRATO DE CATARINA EUFÉMIA

Da medonha saudade da medusa
que medeia entre nós e o passado
dessa palavra polvo da recusa
de um povo desgraçado.

Da palavra saudade a mais bonita
a mais prenha de pranto a mais novelo
da língua portuguesa fiz a fita encarnada
que ponho no cabelo.

Trança de trigo roxo
Catarina morrendo alpendurada
do alto de uma foice.
Soror Saudade Viva assassinada
pelas balas do sol
na culatra da noite.

Meu amor. Minha espiga. Meu herói
Meu homem. Meu rapaz. Minha mulher
de corpo inteiro como ninguém foi
de pedra e alma como ninguém quer.

(José Carlos Ary dos Santos)

Anónimo disse...

CATARINA
(Romasi)


Trazias no ventre herança
Que legaste cedo demais
Teu filho não foi criança
Catarina!

O chão do Alentejo
Produz mais, menina
Pois de o teu lutar
Saiu a semente
Regada com o sangue
Do teu ventre
Catarina!
1973

Anónimo disse...

Ficou vermelha a campina
Do sangue que entao brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto nao findou
Quem viu morrer Catarina
Nao perdoa a quem matou...
***********************************************

Anónimo disse...

óbviamente do,
José Carlos Ary dos Santos
,
Da medonha saudade da medusa
que medeia entre nós e o passado
dessa palavra polvo da recusa
de um povo desgraçado.
Da palavra saudade a mais bonita
a mais prenha de pranto a mais novelo
da língua portuguesa fiz a fita encarnada
que ponho no cabelo.
Trança de trigo roxo
Catarina morrendo alpendurada
do alto de uma foice.
Soror Saudade Viva assassinada
pelas balas do sol
na culatra da noite.
Meu amor. Minha espiga. Meu herói
Meu homem. Meu rapaz. Minha mulher
de corpo inteiro como ninguém foi
de pedra e alma como ninguém quer.
,
conchinhas para catarina,
,
*

Anónimo disse...

achados na internet

Aquela andorinha negra
Bate as asas p’ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar..
tirado da net..
Faltava um mes para eu nascer, e ainda hoje, se chora a sua morte..
Linda e sentida homenagem a que me associo.. Mas os Carrajolas continuam á espreita e basta uma ordem para que mais Catarinas tombém na defesa dos mais elementares direitos.. Um abraço

Marília Gonçalves disse...

Canções Heróicas com música de Fernando Lopes Graça

Oh pastor que choras
o teu rebanho onde está?
Deita as mágoas fora,
carneiros é o que mais há
uns de finos modos
outros vis por desprazer...
Mas carneiros todos
com carne de obedecer.


Hino dos Presos Politicos de Caxias
(excerto)
http://www.youtube.com/watch?v=o7CAkgbR1dg
Quem te pôs na orelha
essas cerejas, pastor?
São de cor vermelha,
vai pintá-las de outra cor.
Vai pintar os frutos,
as amoras, os rosais...
Vai pintar de luto,
as papoilas dos trigais.

Anónimo disse...

Manuel Alegre escreveu este lindo poema certo dia, algures.
Cantado por Luís Cília:

Exílio

Venho dizer-vos que não tenho medo
A verdade é mais forte do que as algemas
Venho dizer-vos que não há degredo
Quando se traz a alma cheia de poemas...

Pode ser uma ilha ou uma prisão
Em qualquer lado eu estou presente
Tomo o navio da canção
E vou direito ao coração de toda a gente...

Marília Gonçalves disse...

ASSASSINADOS



António Adângio (Aljustrel)

António Graciano (Aljustrel)

Catarina Eufémia (Baleizão)

Francisco Madeira (Aljustrel)

Germano Vidigal (Montemor-o-Novo)

José Adelino dos Santos (Montemor-o-Novo)

José António Patuleia (Vila Viçosa)

Luís António Firmino

Marília Gonçalves disse...

****************************

PRESOS



Abilio Camacho Lança (Aljustrel)

Abilio José de Oliveira (Santiago do Cacém)

Adelino Correia Terruta (Grândola)

Adelina Iria (Alcácer do Sal)

Adelino Silva (Aljustrel)

Adolfo Barbosa Bexiga (Pias)

Adriano Minhoca (Montemor-o-Novo)

Afredo Samina (Montemor-o-Novo)

Alberto Batalha (Aljustrel)

Alberto Guerreiro Amaro (Aljustrel)

Albino França (Montermor-o-Novo)

Alexandre Pirata (Montemor-o-Novo)

Amadeu Pinceleiro (Aljustrel)

Américo Sarilho (Alcácer do Sal)

Ana Carrascal (Vale de Vargo)

Ana Correia (Aljustrel)

Ana Ramos Machado (Pias)

Ana Rita (Pias)

Anacleto José Rebimba (Vila Viçosa)

Angelino Charraz (Serpa)

Anselmo Dias dos Reis (Pias)

Antero Beltrão Fernandes (Aljustrel)

António Mestre (Beja)

António Cacholas (Pias)

António Abel (Montemor-o-Novo)

António Adângio (Aljustrel)

Antónia Alves Correia (Alter do Chão)

António Amaro (Aljustrel)

António Angelino (Aljustrel)

António B. Farrica (Montemor-o-Novo)

António Barbado (Montemor-o-Novo)

António Barraco Pica (Montemor-o-Novo)

António Barranquinha (Pias)

António Batalha Indiano (Aljustrel)

António Borba (Montemor-o-Novo)

António Bordalo (Montemor-o-Novo)

António Borges Pica (Pias)

António Branquinho (Pias)

António Bravo (Montemor-o-Novo)

António Cabecinha (Montemor-o-Novo)

António Cabeçudo Pias (Pias)

António Cabrito Guerreiro (Aljustrel)

Marília Gonçalves disse...

PRESOS

António Caetano (Pias)

António Calção (Montemor-o-Novo)

António Caldeirinha (Escoural)

António Cardadeiro Salvador (Pias)

António Cardoso Bento Rocha Martins (Pias)


João Cruz Cebola (Nisa)

João de Brito Vargas (Castro Verde)

João Eugénio Soares (Aljustrel)

João Francisco Rosa (Aljustrel)

João Gil (Aljustrel)

João Gordo Mendes (Nisa)

João Joaquim Machado (Montemor-o-Novo)

João Manuel Bombom Louceiro (Castro Vede)

João Manuel Gil (Aljustrel)

João Martins Laginha (Aljustrel)

João Mendes Fernandes (Aljustrel)

João Pedro Leitão (Aljustrel)

João Pero Leitão (Castro Verde)

Joaquim Angélico

Joaquim Badalinho (Montemor-o-Novo)

Joaquim Barão Carapinha (Aljustrel)

Joaquim Barreiros Biléu Pereira (Montemor-o-Novo)

Joaquim Batista Tarragosa (Vale de Vargo)

Joaquim Botos (Aljustrel)

Joaquim Cardadeiro (Pias)

Joaquim Cigano

Joaquim Correia (Vendas Novos)

Joaquim Cruz Teodoro (Pias)

Joaquim do Cruz Dias (Vila Viçosa)

Joaquim Isidro (Aljustrel)

Joaquim José Caldeira

Joaquim José Dias (Vendas Novas)

Joaquim Manuel da Costa (Montemor-o-Novo)

Joaquim Manuel Ferreira (Elvas)

Joaquim Palma Simão (Aljustrel)

Joaquim Pereira (Grândola)

Joaquim Quintas

Joaquim Rita Grou

Joaquim Rosa (Arraiolos)

Joaquim Tomás Costa Pinto

Jorge Carrasco Badarrinha (Pias)

Jorge do Carmo (Santiago do Cacém)

Jorge Vistas (Pias)

José Alberto da Silva (Aljustrel)

José Alfredo Barros (Pias)

José Amaro Santos (Aljustrel)

José Angelinho Rocha (Aljustrel)

José António Alves Dias (Aljustrel)

José António Angelino

José António Canhoto (Aljustrel)

José António Pires (Alvito)

José António Pombinho (Portel)

José Augusto Gomes (Aljustrel)

José Avaiola

José Baião Valente

José Bicho Machado

José Braz Correia

José Broa

José Cândido Machado (Pias)

José Carlos (Santiago)

José Casimiro

José Castanho Bandadas (Aljustrel)

José Coelho Borges (Pias)

José Coelho Tiago

José da Silva Batista (Pias)

José Ferreiro (Vendas Novas)

José Figueira (Vendas Novas)

José Francisco Carraleira

José Francisco Indiano Palma (Aljustrel)

José Gomes Mendes (Aljustrel)

José Guerreiro Aranha (Aljustrel)

José Guerreiro Jorge (Aljustrel)

José Jacinto Luzia (Aljustrel)

José Joaquim Rolim (Évora)

José Laginha (Aljustrel)

José Lino Carracho (Redondo)

José Lobato Pulquério (Vale de Vargo)

José Luís Sequeira (Aljustrel)

José Luz (Aljustrel)

José Manuel Benedito (Aljustrel)

José Moita Tiago (Pias)

José Oca (Pias)

José Olaio Valente (Moura)

José Pacheco (Sines)

José Paulo

José Pedrinho (Pias)

José Pedro Guerra (Vale de Vargo)

José Pereira (Aljustrel)

José Pia

José Pombo (Aljustrel)

José Rita Antunes

José Rita Machadinho

José Santos Dias (Pias)

José Sesudo da Luz (Aljustrel)

José Silva Batista (Pias)

Lídia Rosa Nobre (Beja)

Lourenço Pardalinho (Pias)

Luís António Angelino (Aljustrel)

Luís Carvão (Pias)

Luís Pires Mendonça (Portalegre)

Luís Tomé Oliveira (Aljustrel)

Luís Varejo Banza (Aljustrel)

Ludgero Pardal (Aljustrel)

Manuel Albino (Crato)

Manuel António Figueira (Aljustrel)

Manuel António Palmo Lopes (Aljustrel)

Manuel António Sousa Ribeiro (Aljustrel)

Manuel Assunção Capeta (Aljustrel)

Manuel Baião Valente

Manuel Banza (Aljustrel)

Manuel Barão Carapinha (Aljustrel)

Manuel Bravo Nunes (Pias)

Manuel Briso Pina (Belmonte)

Manuel Caeiro Machado

Manuel Caneso Vitela (Ponte de Sor)

Manuel Carrasco Caeiro (Pias)

Manuel do Luz (filho) (Aljustrel)

Manuel do Luz (pai) (Aljustrel)

Manuel dos Reis

Manuel E. Pacheco (Aljustrel)

Manuel Fernandes Coelho (Aljustrel)

Manuel Francisco Candeias (Elvas)

Manuel Guerreiro (Aljustrel)

Manuel Guerreiro Jorge (Aljustrel)

Manuel Guerreiro Nilha (Aljustrel)

Manuel João Calado (Aviz)

Manuel João Patrício (Aljustrel)

Manuel Joaquim Ferreiro (Pias)

Manuel Latainha

Manuel Lopes (Aljustrel)

Marília Gonçalves disse...

Manuel Morais (Vale de Vargo)

Marília Gonçalves disse...

Manuel Pedro Sousa (Vale de Vargo)

Marília Gonçalves disse...

Manuel Pós de Mina Prazeres (Pias)

Manuel Raimundo Patinha (Aljustrel)

Manuel Raimundo Paulino (Aljustrel)

Manuel Reis Avoila (Pias)

Manuel Rosário Moita (Vale de Vargo)

Manuel Salvador Bernardino (Aljustrel)

Marciano (Aljustrel)

Margarida Morgadinho (Aljustrel)

Maria Albertina Ferreira Diogo (Santiago do Cacém)

Maria Coelho Caeiro (Pias)

Maria da Piedade Morgadinho (Aljustrel)

Maria do Carmo Freiras de Oliveira Pinto

Maria Fernanda Corte Real Graça e Silva

Maria Mariana Godinho (Vale de Vargo)

Mariana Baião Valente

Mariana Balbina Janeiro

Mário Pires

Mário Tiago Moita

Miguel Francisco Ramos (Borba)

Miguel Pires Grou (Pias)

Nuno José Potes Duarte (Viana do Alentejo)

Olímpio Pedro Álvaro (Aljustrel)

Pedro Monge (Aldeia Nova)

Pedro Soares (Beringel)

Raul Teresa Rosa (Aljustrel)

Rodrigo Carmona (Pias)

Rodrigo Carvalho

Romão Cabanas (Pias)

Romão Coelho (Pias)

Salvador José Carvalho (Moura)

Sérgio do Ó (Aljustrel)

Silvestre Inácio Mendes (Aljustrel)

Vasco Fadista

Vicente Angélico

Vicente Relvas (Montoito)

Virgílio Augusto Esperança (Pias)

Virgílio José Mestre (Aljustrel

António Cardoso Pias (Pias)

António Carrasco Afonso (Pias)

António Carvalho (Pias)

António Carvalho (Serpa)

António Castro (Aldeia Nova)

António Castro (Vale de Vargo)

António Catarino Rebelo (Elvas)

António Conduto Rosa (Aljustrel)

António Correia Carvalho (Pias)

António Costa Lopes (Aljustrel)

António da Cruz Carvalho (Nisa)

António da Luz (Aljustrel)

António da Palma (Aljustrel)

António dos Aivados (Aldeia dos Aivados)

Marília Gonçalves disse...

António Eduardo (Aljustrel)

António Estimo (Alcácer do Sal)

António Fandango (Montemor-o-Novo)

António Farrica (Montemor-o-Novo)

António Fernandes

António Francisco Luz (Vale de S. Tiago)

António Guerreiro Colaço (Aljustrel)

António Guerreiro Custódio (Aljustrel)

António Guerreiro Pereira (Aljustrel)

António Horta (Pias)

António Inácio Martinho (Ervidel)

António Jacobeu (Alcácer do Sal)

António Jarra (Aljustrel)

António Joaquim Figueira (Aljustrel)

António Joaquim Gervásio (Montemor-o-Novo)

António Joaquim Pintalhaço (Pias)

António José Cardador (Ervidel)

António José de Almeida (Évora)

António José Patuleia (Vila Viçosa)

António Júlio Felicidade (Aljustrel)

António Lopes (Aljustrel)

António Lopes de Souso (Aviz)

António Lorencinho Coroa

António Luz Romana (Aljustrel)

António Malhão (Montemor-o-Novo)

António Manuel Bugio (Beja)

António Maria Coelho (Aljustrel)

António Marques (Montemor-o-Novo)

António Mendonça (Montemor-o-Novo)

António Mestre (Aljustrel)

António Miguel Simão (Mértola)

António Moita (Pias)

António Mouralinho (Aldeia Nova)

António Mouriel (Aldeia Nova)

António Palma Brito (Aljustrel)

António Palma Fernandes (Aljustrel)

António Patrão (Montemor-o-Novo)

António Paulo (Vale de Vargo)

António Pereira (Pias)

António Pernatorta (Montemor-o-Novo)

António Pica (Pias)

António Pinto Ferreira (Montemor-o-Novo)

António Pinto Paz (Aljustrel)

António Piteira (Montemor-o-Novo)

António Ramalho Alcântara (Pias)

António Rita Pós de Mina (Pias)

António Rosa Palma (Aljustrel)

António Sabugueiro (Montemor-o-Novo)

António Saltacardos (Montemor-o-Novo)

António Santiago Barão Carapinha (Aljustrel)

António Silva (Aljustrel)

António Tavares (Monforte)

António Teodoro da Silva Salvador (Beja)

António Toucinho (Vale de Vargo)

António Velhinho (Pias)

António Vitorino Camelo (Montemor-o-Novo)

António Zorro (Escoural)

Armando Pós de Mina Covas (Pias)

Armando Roberto (Aljustrel)

Arnaldo (Aldeia Nova)

Arnaldo Seita Machado (Vale de Vargo)

Artur Cavaco Garcia (Aviz)

Augusto Carrascal (Aldeia Nova)

Augusto Carrascal (Pias)

Augusto Molarinho (Mina de S. Domingos)

Auli Francisco do Nascimento (Mértola)

Aurora Rosa Costa (Beja)

Belchior Alves Pereira (Mértola)

Marília Gonçalves disse...

Bento Cacholas (Pias)

Bento Cordeiro

Bento da Silva (Pias)

Bento de Jesus Caraça (Montemor-o-Novo)

Bento Guerreiro Ventura (Pias)

Bento Mateus

Bento Mendes Sena (Vale de Vargo)

Bento Moita da Silva (Pias)

Bento Pina Alcântara (Pias)

Bento Pires

Bento Rita Pós Mina (Pias)

Bento Rosa Marfins (Vale de Vargo)

Bernardino Machado (Pias)

Bernardo Paisana (Pias)

Cândido Alves Barja (Castro Verde)

Cândido Arraiolos

Cândido Fernandes Plácido de Oliveira (Vila de Fronteira)

Cartos Paulino (Aljustrel)

Custódio Henriques (Ponte de Sor)

Dinis Miranda (Montoito)

Diogo Velez (Pias)

Domingos Carmona (Pias)

Domingos Javali

Domingos Pereira (Vale de Vargo)

Domingos Preguiça

Edmundo Manuel da Beja (Beja)

Edmundo Manuel da Silva (Aljustrel)

Eduardo Francisco Páscoa (Beja)

Esmeralda Moleiro (Aljustrel)

Estêvão Oca (Pias)

Ezequiel Rosa Frederico (Aljustrel)

Ezequiel Vidigal

Fernando António Horta Castanho

Fernando Chambel (Galveias)

Fernando Ferreiro Costa Martins (Pias)

Fiel Godinho Machado (Vale de Vargo)

Flamino Soares (Escoural)

Fortunato Domingos Rito Grou

Francisco do Carmo Pereira (Aljustrel)

Francisco Pereira

Francisco Velez (Pias)

Francisco Adolfo Batalha (Aljustrel)

Francisco Almeida Carrasco (Vale de Vargo)

Francisco Alves Guerreiro (Aljustrel)

Francisco Angelino (Aljustrel)

Francisco António Bizarro (Benavila)

Francisco António Casquinho

Francisco António Laginha (Aljustrel)

Francisco António Ramusga (Ermidas-Sado)

Francisco António Rasquinho (Aljustrel)

Francisco António Rato (Beja)

Francisco Arranca (Pias)

Francisca Banza (Aljustrel)

Francisco Batista (Pias)

Francisco Batista da Silva (Portalegre)

Francisco Carmo Carreta

Francisco Carreto Farinha

Francisco Comprido (Pias)

Francisco Conceição (Aljustrel)

Francisco Domingos Batista Carmona

Francisco Durão Póvoas (Serpa)

Francisco Fabião (Aldeia Nova)

Francisco Fanha

Francisco Farinha (Pias)

Francisco Ferreira Marquês (Évora)

Francisco Fortunato Banza (Aljustrel)

Francisco Geadinha (Aljustrel)

Francisco Gordo (Pias)

Francisco Luz (Aljustrel)

Francisco Manuel Ferreira (Évora)

Francisco Miguel Duarte (Beja)

Francisco Moita

Francisco Narciso Ribeiro (Aljustrel)

Francisco Nilha Jorge (Aljustrel)

Francisco Palma Afonso (Aljustrel)

Francisco Palma Emídio (Aljustrel)

Francisco Pereira (Aljustrel)

Francisco Pica

Francisco Seita (Vale de Vargo)

Francisco Serrano Gordo (Aljustrel)

Francisco Zorro Gomes (Casa Branca)

Gil Cornélio Gonçalves (Elvas)

Herculano Jorge Marinu Bragança (Portalegre)

Hilório Gil (Aljustrel)

Inocêncio Alves Coelho (Vale de Vargo)

Isidro António Tadeu (Aljustrel)

Isidro Felisberto Canelas (Arronches)

Jacinto Amaro (Aljustrel)

Jacinto da Palma luz (Aljustrel)

Jerónimo Toucinho (Vale de Vargo)

João António Honrado (Ferreiro do Alentejo)

Anónimo disse...

Poesia popular alentejana

Cantigas da Nossa Terra
Que bonito não seria
Se houvesse compreensão
Os homens não se matavam
E davam-se como irmãos...
Seria um mar de rosas
Mundo cheio de alegria
Se houvesse compreensão
Que bonito não seria...

zé CAETANITO disse...

Vale de Vargo é minha terra
Eu não a posso negar
Toda a gente me conhece
Pelo modo de cantar...

II
Minha terra, minha terra
Ela lá e eu aqui
Os anjos dos céus me levem
Para a terra onde eu nasci...

III
Abalei da minha terra
Olhei para trás chorando
Minha terra da minha alma
Tão longe me vais ficando...

IV
Quando eu vejo alguém passar
À minha rua cantando
Venho-me assomar à porta
Volto para trás chorando...

V
Quando eu vejo uma velhinha
Com as saias a arrastar,
Lembro a minha mãezinha
Com seu modesto trajar...

VI
Quando eu ouço alguém cantar
Triste é o viver meu
Lembra-me logo uma santa
Minha mãe que à luz me deu...

VII
Ó minha mãe, minha mãe
Ó minha mãe, minha amada
Quem tem uma mãe tem tudo
Quem não tem mãe não tem nada...

VIII
Ó minha mãe, minha mãe
Ó minha mãe, minha santa
Uma mãe é sempre mãe
Quando um filho chora ou canta...

IX
Abre-te ó campa sagrada
Que minha mãe quero ver
Quero-lhe beijar o rosto
Antes da terra o comer ...
Antes da terra o comer
Antes da terra o gastar
Abre-te ó campa sagrada
Que minha mãe quero beijar...

X
Ó minha mãe dos trabalhos
Para quem trabalho eu
Trabalhas para a mãe dos céus
Que a da terra já morreu...

XI
Já morreu quem me lavava
Minha rica lavadeira,
Deixava a roupa tão branca
Naquela fresca ribeira...

XII
Ao entrar no cemitério
Senti abrir-se uma campa
Era a voz da minha mãe
Dizer filho, canta, canta...
Porque o cantar é dos anjos
Deus lhe deu esse mistério
Senti abrir-se uma campa
Ao entrar no cemitério...

XIII
Não quero quando morrer
Na campa uma cruz erguida
Para calvário já basta
A cruz que eu trago em vida...

XIV
Despedida, despedida
Sabe Deus quem se despede
Quem se despede cantando
Faz a despedida alegre...

XV
Se eu soubesse que voando
Alcançava o meu desejo
Mandava fazer umas asas
Das penas em que me eu vejo...

XVI
Se eu soubesse que voando
Alcançava o teu carinho
Mandava fazer umas asas
Das penas dum passarinho...

XVII
Ó amor vai e vem logo
Ao voltar vem por aqui
Que eu abaixarei meus olhos
E farei que os teus não vi...

XVIII
Ó patrão dê-me um cigarro
Acabou-se-me o tabaco
O trigo que eu lanço à terra
Fumando dá mais um saco...

XIX
Cantando ganhei dinheiro
Chorando se me acabou
O dinheiro que é mal ganho
Água o deu, água o levou...

XX
Da minha janela à tua
Vai um salto de uma cobra
Quem me dera já chamar
À tua mãe minha sogra...

XXI
Despediu-se o Sol de aurora
Aurora ficou chorando
Cala-te aurora não chores
Que eu virei de quando em quando...

XXII
Anda cá para os meus braços
Se tu vida queres ter
Que os meus braços dão saúde
A quem está para morrer...

XXIII
Rua abaixo, rua acima
Sempre de chapéu na mão
Namorando as casadas
Que as solteiras certas estão...

XXIV
Ao romper da bela aurora
Sai o pastor da choupana
Gritando em alta voz
Muito padece quem ama...
Muito padece quem ama
Mais padece quem namora
Sai o pastor da choupana
Ao romper da bela aurora...

XXV
Ao romper da bela aurora
Sai o pastor da malhada
Gritando em alta voz
Falta-me a cabra malhada...

XXVI
Ó Serpa pois tu não ouves
Os teus filhos a chorar
Enquanto os teus filhos choram
Tu Serpa pões-te a cantar...

XXVII
Lá vai Serpa lá vai Moura
As Pias ficam no meio
Em chegando a Vale de Vargo
Não há que haver arreceio...

XXVIII
Anda o sol pela campina
Correndo atrás da lua
Assim anda a minha sina
Correndo atrás da tua...

XXIX
Se eu sou mau a culpa é minha
Não é de quem me criou
Minha mãe que à luz me deu
A ser mau não me ensinou...

ceifeiras do Alentejo disse...

Oh Baleizão, Baleizão/Oh terra baleizoeira/ eu hei-de um dia lá voltar/queira o meu pai ou não queira/
queira o teu pai ou não queira/ a tua mãe queira ou não/
Oh terra baleizoeira/

Oh Baleizão Baleizão

ceifeiras do Alentejo

zé CAETANITO disse...

Oh Baleizão, Baleizão
oh terra de Catarina
onde viveu e morreu por uma bala assassina
por uma bala assassina
no sitio do coração
Oh Terra de Catarina

Oh Baleizão, Baleizão

António disse...

Em 19 de Maio passaram-se 57 anos (1954) do hediondo assassinato de Catarina Eufémia, quando pedia somente, mais dois escudos! por jorna. A sua morte não foi em vão, porque muitas catarinas se levantaram e se levantarão!