
E todas as tardes e todas as manhãs
e todas as noites os homens morriam
choravam as mães, as mulheres, as irmãs
choravam os olhos que já os não viam
e em todos os campos e em todos os mares
e em todas as ruas e em todos os portos
nas cadeiras vazias de todos os lares
perguntam os mortos porque foram mortos
a que Sol murcharam as promessas largas
que neblina esconde a terra prometida
quem marcou a cinza tantas horas amargas
no imenso quadrante do relógio da vida
palavras moldadas no barro do engano
promessas de tudo trocadas em nada
frases apagadas como apaga o oceano
os passos de um homem na areia molhada
e nós sabemos a Verdade e sentimos
para lá das falas das razões dos motivos
provemos aos mortos que não os traímos
devolvendo aos vivos a terra dos vivos
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