quarta-feira, 30 de setembro de 2009

PORTUGAL A REPÚBLICA DAS BERLENGAS. SALVE!



Os donos de Portugal têm nos dito que com os comunistas este país seria Cuba, ou a Albânia, com o bloco de esquerda, ou se, se tirar a bissectriz deste quadrado bicudo teríamos uma qualquer coisa, como a Venezuela, embora, agora, já não haja em Portugal nenhum pára-quedista com o perfil de Hugo Chavez.

Mas os donos de Portugal também nunca nos disseram que a actual desordem no Mundo capitalista foi provocada pelos capitalistas, e não pelos perigosos comunistas, que de acordo com a douta senhora Nogueira Pinto já são conservadores integrados, e, ainda, se esqueceram de nos dizer que o governo que está a acabar o seu mandato, bem como o PSD e o Sr. Presidente da República estão a confinar a República Portuguesa às Berlengas.

Saímos de eleições que para o 1º Ministro cessante sufragaram as suas politicas anteriores, apesar de 500 mil cidadãos que votaram em 2005 PS, em 2009, ou votaram maioritariamente no BE, ou abstiveram-se, mas isto, aparentemente, nada significa para o Sr. Eng. Sócrates, e com toda a força quer continuar as mesmas politicas, muito embora, o programa votado não seja bem o mesmo, e esteja, neste momento, mais recheado de medidas sociais.

Mas ainda os grandes doutores de Portugal não nos dizem como e porquê os mais altos dignitários da Governação Portuguesa, por motivos que à razão do cidadão comum escapam, nos vão reduzindo à dimensão das Berlengas, com o senhor Presidente da República a lançar um sério ataque ao governo actual, sabendo que o próximo terá o mesmo primeiro-ministro, como, então, poderá este governo sobreviver à bomba atómica de Belém?

Só as epístolas de S. Augusto Mateus, ditas com dicção pastosa, nos podem salvar, ao lembrar-nos que os problemas graves vão começar a resolverem-se lá para 2011, e que a governação do país exige o entendimento entre os PS e o PSD, devendo o PS aproveitar uma ou outra ideia positiva dos outros partidos, até porque eles não querem ser poder – estão no concurso da 2ªliga, pudera! - e, portanto, podem ser simpáticos quanto a dadas propostas

Ainda, segundo S. Augusto Mateus as entidades financeiras internacionais vão alterar a face do capitalismo, mas também dá bons conselhos diz que temos de aumentar a competitividade, a qualidade de vida das cidades, criar massa critica, com investimentos na educação e na inovação, aqui, S. Mateus é mesmo santo. Também diz, e bem, que temos de internacionalizar a nossa economia, temos de produzir produtos para o mercado interno e externo, mas, segundo S. Mateus, isto, que é estrutural só o centrão pode garantir, e, nisto, o santo homem está com certeza errado.

Para S. Mateus o que importa será somente intervir na esfera económica e modo que promova o desenvolvimento e os interesses emergentes. Todavia nós temos um grave problema político: um severo conflito institucional entre o Presidente da República e o Primeiro-ministro, um trágico problema social com a pior redistribuição da riqueza e uma situação económica deteriorada. Como ele próprio reconhece vivemos em estagnação, portanto, vai ser preciso mais alguma coisa que engenharia económica. Não será preciso mesmo nada, nada mesmo, o contributo da política e da ideologia?

Julgo mesmo que muitas das ideias que apresenta podem ser melhor defendidas por forças politicas emergentes, e não pelos partidos do arco do poder, mas o que pode valer tudo isto nas presentes circunstâncias, quando a redefinição de Portugal redu-lo à República das Berlengas?

andrade da silva
PS: Por um mero acto falhado, explicado por Freud, chamei Alberto Mateus ( Alberto é o João Jardim) ao economista Augusto Mateus, pelo que tive de corrigir o erro.

1 comentário:

Marília Gonçalves disse...

VIVA a VIDA

Por tudo o que for dito, por tudo o que nunca será feito
há uma força superior à força capitalista e da alta finança que está em absoluta oposição com o
sistema que o Capital pratica e que é o mais total desacordo
com as leis da Natureza, para as quais o lucro e o sistema capitalista nunca encontrarão uma resposta coerente, porque estão com a fome do lucro em desarmonia com as leis da vida!
e hoje como diria Camões: Outro valor mais alto se alevanta!
A força da Natureza que irá pôr as coisas no seu lugar! e será a própria Natureza a ditar e a impor a sua lei! esse é o desafio a que não saberão fazer frente
e agora como diria António Gedeão:
As forças da Natureza nunca ninguém as venceu!

Marília Gonçalves



Fala do Homem Nascido


Chega à boca da cena, e diz:



Venho da terra assombrada,

do ventre da minha mãe;

não pretendo roubar nada

nem fazer mal a ninguém.

Só quero o que me é devido

por me trazerem aqui,

que eu nem sequer fui ouvido

no acto de que nasci.



Trago boca para comer

e olhos para desejar.

Com licença, quero passar,

tenho pressa de viver.

Com licença! Com licença!

Que a vida é água a correr.

Venho do fundo do tempo;

não tenho tempo a perder.



Minha barca aparelhada

solta o pano rumo ao norte;

meu desejo é passaporte

para a fronteira fechada.

Não há ventos que não prestem

nem marés que não convenham,

nem forças que me molestem,

correntes que me detenham.

Quero eu e a Natureza,

que a Natureza sou eu,

e as forças da Natureza

nunca ninguém as venceu.



Com licença! Com licença!

Que a barca se faz ao mar.

Não há poder que me vença.

Mesmo morto hei-de passar.

Com licença! Com licença!

Com rumo à estrela polar.

António Gedeão