
Os donos de Portugal têm nos dito que com os comunistas este país seria Cuba, ou a Albânia, com o bloco de esquerda, ou se, se tirar a bissectriz deste quadrado bicudo teríamos uma qualquer coisa, como a Venezuela, embora, agora, já não haja em Portugal nenhum pára-quedista com o perfil de Hugo Chavez.
Mas os donos de Portugal também nunca nos disseram que a actual desordem no Mundo capitalista foi provocada pelos capitalistas, e não pelos perigosos comunistas, que de acordo com a douta senhora Nogueira Pinto já são conservadores integrados, e, ainda, se esqueceram de nos dizer que o governo que está a acabar o seu mandato, bem como o PSD e o Sr. Presidente da República estão a confinar a República Portuguesa às Berlengas.
Saímos de eleições que para o 1º Ministro cessante sufragaram as suas politicas anteriores, apesar de 500 mil cidadãos que votaram em 2005 PS, em 2009, ou votaram maioritariamente no BE, ou abstiveram-se, mas isto, aparentemente, nada significa para o Sr. Eng. Sócrates, e com toda a força quer continuar as mesmas politicas, muito embora, o programa votado não seja bem o mesmo, e esteja, neste momento, mais recheado de medidas sociais.
Mas ainda os grandes doutores de Portugal não nos dizem como e porquê os mais altos dignitários da Governação Portuguesa, por motivos que à razão do cidadão comum escapam, nos vão reduzindo à dimensão das Berlengas, com o senhor Presidente da República a lançar um sério ataque ao governo actual, sabendo que o próximo terá o mesmo primeiro-ministro, como, então, poderá este governo sobreviver à bomba atómica de Belém?
Só as epístolas de S. Augusto Mateus, ditas com dicção pastosa, nos podem salvar, ao lembrar-nos que os problemas graves vão começar a resolverem-se lá para 2011, e que a governação do país exige o entendimento entre os PS e o PSD, devendo o PS aproveitar uma ou outra ideia positiva dos outros partidos, até porque eles não querem ser poder – estão no concurso da 2ªliga, pudera! - e, portanto, podem ser simpáticos quanto a dadas propostas
Ainda, segundo S. Augusto Mateus as entidades financeiras internacionais vão alterar a face do capitalismo, mas também dá bons conselhos diz que temos de aumentar a competitividade, a qualidade de vida das cidades, criar massa critica, com investimentos na educação e na inovação, aqui, S. Mateus é mesmo santo. Também diz, e bem, que temos de internacionalizar a nossa economia, temos de produzir produtos para o mercado interno e externo, mas, segundo S. Mateus, isto, que é estrutural só o centrão pode garantir, e, nisto, o santo homem está com certeza errado.
Para S. Mateus o que importa será somente intervir na esfera económica e modo que promova o desenvolvimento e os interesses emergentes. Todavia nós temos um grave problema político: um severo conflito institucional entre o Presidente da República e o Primeiro-ministro, um trágico problema social com a pior redistribuição da riqueza e uma situação económica deteriorada. Como ele próprio reconhece vivemos em estagnação, portanto, vai ser preciso mais alguma coisa que engenharia económica. Não será preciso mesmo nada, nada mesmo, o contributo da política e da ideologia?
Julgo mesmo que muitas das ideias que apresenta podem ser melhor defendidas por forças politicas emergentes, e não pelos partidos do arco do poder, mas o que pode valer tudo isto nas presentes circunstâncias, quando a redefinição de Portugal redu-lo à República das Berlengas?
andrade da silva
PS: Por um mero acto falhado, explicado por Freud, chamei Alberto Mateus ( Alberto é o João Jardim) ao economista Augusto Mateus, pelo que tive de corrigir o erro.
1 comentário:
VIVA a VIDA
Por tudo o que for dito, por tudo o que nunca será feito
há uma força superior à força capitalista e da alta finança que está em absoluta oposição com o
sistema que o Capital pratica e que é o mais total desacordo
com as leis da Natureza, para as quais o lucro e o sistema capitalista nunca encontrarão uma resposta coerente, porque estão com a fome do lucro em desarmonia com as leis da vida!
e hoje como diria Camões: Outro valor mais alto se alevanta!
A força da Natureza que irá pôr as coisas no seu lugar! e será a própria Natureza a ditar e a impor a sua lei! esse é o desafio a que não saberão fazer frente
e agora como diria António Gedeão:
As forças da Natureza nunca ninguém as venceu!
Marília Gonçalves
Fala do Homem Nascido
Chega à boca da cena, e diz:
Venho da terra assombrada,
do ventre da minha mãe;
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém.
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui,
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci.
Trago boca para comer
e olhos para desejar.
Com licença, quero passar,
tenho pressa de viver.
Com licença! Com licença!
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
não tenho tempo a perder.
Minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte;
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham,
nem forças que me molestem,
correntes que me detenham.
Quero eu e a Natureza,
que a Natureza sou eu,
e as forças da Natureza
nunca ninguém as venceu.
Com licença! Com licença!
Que a barca se faz ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.
António Gedeão
Enviar um comentário