Que bom é ter um lugar
Pertencer a uma paisagem
Dar-lhe corpo, coração
E saber de cada aragem
Aquilo que as outras são
Não ser somente uma rua
Que nos atravessa, passa
Mas um bairro continente
Que nos prende, nos enlaça
Como sonho que esvoaça
Ou uma estrela ridente.
Ser pertença libertária
Como raiz ao expandir
Nessa força que contrária
É livre de estar ou ir.
Ser dum chão ser gente nossa
E saber interpretar
Tudo o que em nós se desdobra
Na sede de partilhar
Até à fímbria do dia
Até à orla do mar
Ser semente, poesia
Ser voz e poder cantar.
Marília Gonçalves
2 comentários:
Como é tão verdadeiro este sentir para as diásporas de todos os paises, e aqueles para quem a sua Pátria, não é mátria, nem frátria, mas é simplesmente madrasta má, como acontece nas dezenas de Haitis que existem no Mundo,como em Lisboa e Paris, de que dou notícia no post que acabo de colocar.
Melhoras.Alguns cuidados e de vez em quando uns caldinhos de galinha fazem lembrar a meninice e a Terra, local, onde, nascemos.
abraço
andrade da silva
O meu país
está doente,
desfalecido,
moribundo,
decadente,
sofre
de um social ismo
qualquer,
raro,
mutante,
mortal...
O meu país
ainda crê
(re)criar o fado,
(re)viver os sonhos
dos heróis,
e dos poetas
que tão bem
nos (re)inventaram,
e nos (re)conduziram
à (r)evolução.
É preciso
(re)descobrir
o Espírito,
(re)fundá-lo,
(re)povoá-lo!...
Ser
em português!
Ai, Portu g(ra)al,
minha frátria,
ainda vos esperam
a glória,
o mundo
e eu!
J.M.Jacinto
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