quarta-feira, 21 de abril de 2010

O que eu festejo neste 25 de Abril...








Festejo com um sabor amargo:







- 1 cidadão que tendo trabalhado toda a sua vida, está reformado com 70 euros/mês, o que incomodou e chocou um querido e respeitado amigo e Companheiro, não me tendo surpreendido, a mim, que tenho este conhecimento desde sempre e com ele lido no dia a dia;

- Muitas são, milhares, neste país, as reformas entre 90 a 200 euros/mês;

-1 gestor público que recebe 3 milhões de euros/ano;

-5 gestores públicos com um total de 6 milhões de euros/ano;

- 1 administrador, que depois de um ano de serviço prestado, é reformado com 18 mil euros/mês e põe a empresa em tribunal porque está a ser esbulhado nos seus direitos;

- 1 administrador de banco que, saindo para a reforma com o título de “reforma antecipada por motivos de saúde”, recebe 10 milhões de euros de indemnização e uma pensãozita de 15 mil euros/mensais;

- 1 administrador de banco público e político de carreira que se reforma com 18 mil euros/mês, sendo magnânimo, pois não exigiu a contagem de todos os cargos;

- empresas publicas, prestadoras de serviços de primeira necessidade, EDP, ÁGUAS, GALP, PT, etc., fazendo investimentos de milhões de milhões de euros no estrangeiro, com o dinheiro que nos esbulham todos os meses em serviços e produtos desenfreadamente caros, daí tirando lucros inimagináveis, cujos dividendos são distribuídos entre amigos (accionistas) e gestores – topo de gama – não revertendo um cêntimo em retribuição do País ou do sustentador (nós), com a agravante da má qualidade do serviço prestado e do equipamento disponibilizado;

- 260 Cidadãos magníficos com mordomias e imunidades acima dos 5 mil euros/mês;

- + 260 Cidadãos que assessoram aqueles e lhes seguem as magnitudes;

- os aparelhos partidários com fundos incalculáveis, saídos do erário público, contando-se por muitos milhões de euros/ano;

- a corrupção instalada como, cartilha política, quer em termos monetários, quer de influência, tendo dificuldade em perceber qual é mais grave e danosa;

- os milhares de milhões de euros gastos estúpida e desnecessariamente para tapar ou comprar favores e compadrios, levando a uma sangria que deixa exangue o tecido nacional;

- uma ministra que tem o atrevimento e o descaramento de publicamente assumir, que os portugueses não se devem admirar nem surpreender, por a partir de agora os ordenados em Portugal serem bitolados pelo salário mínimo, porque assim deve ser face ao problema nacional;

- 30 mil trabalhadores na função pública a recibo verde, logo sem contrato, quando todos os ministros têm assumido o fim de tal aberração. Esta situação arrasta-se há dezenas de anos, sem solução;

- 600 mil desempregados, subindo este número todos os dias, mas tendo o principal responsável o desplante de dizer publicamente que foram criados 150 mil novos postos de trabalho… olha se não fossem;

- a propagação de auto estradas e obras faraónicas, sem utilidade outra que não seja encher os bolsos a amigos e grandes grupos, com a agravante, no caso das estradas, de serem chão pátrio, cuja utilização é paga e bem, a particulares que nada fazem ou fizeram, pois se o chão é meu, a obra foi do estado;

- hospitais construídos com dinheiro público, logo nosso, dos nossos impostos, equipados pela mesma entidade e entregues para exploração comercial, outra coisa não é, a privados, que ainda por cima reclamam, e recebem, milhões de euros/ano a título indemnizatório pelo serviço (pago) que prestam;

- Uma EU, onde me meteram ao arremedo, contra vontade por mal negociado e que agora vem garantir reformas para os seus predilectos com base em no mínimo, 9 mil euros/mês, ao perfazer 50 anos de idade, com o argumento de que é necessária a entrada dos políticos dos novos países aderentes;

É este, o 25 de Abril que eu festejo neste ano da graça de 2010 e trinta e seis anos depois do dia da ESPERANÇA. Trinta e cinco anos depois de os Sérios, Inteligentes, Humanos e Patriotas, terem reposto a verdade – a sua verdade e dos seus mentores.

Gostaria que fosse outro. Não é. Esta é a realidade do meu país, por muito que tentem esconder ou mentir.

Razões ? Culpas ? Alternativas ?

Também as temos e falaremos delas após os “festejos”.


Jerónimo Sardinha

18 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Companheiro e querido amigo

continuo perplexa e a nao compreender o que se passou em Portugal entre o 11 de Março de 1975, e o 25 de Novembro do mesmo ano, por conseguinte uns meses depois. A 11 de Março estávamos todos nas ruas, na costa, embarricadas de uma esquerda unida e organizada. Como foi possível que no espaço de poucos meses, toda a resistência tenha caído e o 25 de Novembro, atentando contra o 25 de Abril como o 11 de Março... onde foi parar toda essa gente POVO/MFA que entregou Portugal de bandeja à perdição do 25 de Abril de 1974, se houve militares que voltaram as costas Abril o que se passou com o povo que esteve nas ruas, em Abril, no 28 de Setembro e no 11 de Março? Como é possível, uma tal orquestração da desistência? O medo não surge assim em toda a gente ao mesmo tempo, principalmente depois de ter estado na rua, pronto a tudo três vezes seguidas e de repente eclipsam-se e militares e povo?
Nao me entra na cabeça de forma nenhuma e não encontro explicação que me satisfaça! Tudo desapareceu de repente, comissões de moradores, que tinham uma certa força, na defesa local dos habitantes e seus direitos e interesses primordiais...
toda essa gente tem que estar em qualquer lado e não esqueceu! Abril de 74 não é coisa que se esqueça facilmente!
e eu não acredito em bruxas nem em feitiços, no entanto o inexplicável aconteceu. E continuo às escuras. Quem traiu Abril para que tal força organizada se sumisse?
Isto não é, nem pode ser trabalho de dez, vinte ou trinta pessoas!
éramos um povo que tinha reencontrado a vida e que subitamente a perdeu sem um sobressalto eficaz!? COMO?

abraço amigo
Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

Caro jeronimo

Embora pessoalmente não esteja numa fase optimista, porque a vida tem muitas contra-curvas, e estou a viver uma muita apertada, mas isso não me perturba para dizer que contra os traidores e matadores do 25 de Abril sucessivamente em 28 setembro 1974, 7 de Março em Setubal e 11 Março 75 e com o golpe contra revoluciorio de toda a gente do 28 setembro e do 11 de Março, mais os de Novembro que lhes deram força, e hoje são homenageados nas festividades pelos partidos de toda a esquerda - paradoxo monstruoso - o 25 de Abril generoso, libertador não se CUMPRIU E ESTÁ A SER ASSASSINADO.

Não me considero responsável pela destruição do 25 de Abril contra ela tenho lutado e denunciado os que o apunhalaram , e são aplaudidos como os HERÓIS, logo a culpa será dos cumplices.

Terei aquela culpa por ter dito que o malandro do agrário tinha de pagar a quem trabalha, mas como podia ou não posso dizer isso.

Porque chegamos aqui, mas não será evidente?
Quando ao povo se mente por razões da real politics, aonde é que podiamos ter chegado. Com cavalos de troia não se chega a lado nenhum, quem traiu o povo volará a traí-lo.

O 25 de Novembro não foi só contra a eventual hegenomia do PCP, foi contra tudo o que fosse progressista e cheirasse a poder popular espontaneo, daí a razão porque o PCP se mantem, mas as formas de democracia directa foram todas cilindradas e sobre isto há um pacto de siLêncio, que este post do jeronimo alude e que tenho referido e neste 25 Abril o lembro num texto já manuscrito -levará o seu tempo para ser digitado, detesto esta tarefa - sobre a génese,passado, presente e Futuro do 25 de Abril, visto por quem não foi corrompido pelos miseráveis golpes e contra-golpes das secretarias.

Marilia

Tudo de que fala não foi só Povo, nem só os militares progressistas do MFA, foi da sintese Povo-MFA ( a pouca gente progressiata do MFA) que resultou essa força, quebrado o braço armado do povo,pelos judas, tudo nessa forma acabou, semeou-se o medo, a vacina de kissinger, mas hoje beija-se a mão dos traidores, como os sacrificados depois de perderem a sua dignidade beijavam os inquisidores, no hitlerismo os judeus matavam outros judeus, e no fascismo português alguns anti-fascistas nem esperaram por grandes torturas para muita coisa, muita coisa, revelarem à pide. Há quem diga que foi por isto que nunca se julgou ou sequer quis julgar a PIDE, coisas muito escondidas... coisas....

Mas amanhã pelo cair da noite pubicarei um post sobre o 25 de Abril que vivi e que comemoro lutando junto do povo e bem longe das festividades, onde cardeais, judas e povo se sentem à mesma mesa.
Não, não a tanta miséria e mentira...

abraço
asilva

saltapocinhas disse...

Concordo com o que foi escrito por Jerónimo Sardinha: há neste país muitas injustiças que não deviam existir.
No entanto, não posso deixar de discordar do comentário posterior da Marília: o 25 de Novembro não tem nada a ver com o que se passa agora. Aliás, se o país se tivesse mantido no rumo que levava na altura não sei como estaríamos agora.
Se não, gostaria que me desse um exemplo de um país governado por uma esquerda radical onde se viva bem e haja justiça...
(pelo que me apercebi num comentário anterior,a marília vive - ou viveu - em frança. Porque será que ninguém emigra para países comunistas??)
parece-me que a marília se esforça tanto à procura da árvore que nem avista a floresta!

Todos concordamos que se vive muito bem nos países do norte da europa e não me consta que algum seja governado por um governo de esquerda.
Por outro lado, não vejo ninguém com muita vontade de copiar o modelo cubano, muito menos o modelo da Coreia do Norte.

Muita coisa está mal no nosso país, concordo.
Que as pessoas deveriam ser mais participativas politicamente, também concordo, mas daí a culpar o 25 de novembro por todas as mazelas do país, vai uma grande distância!

Marília Gonçalves disse...

olá Saltapocinhas

é engraçado, mas até hoje nunca fiz referência a uma possibilidade de emigrar para a URSS até porque que eu saiba não era país especializado na exploração da mão de obra dos trabalhadores de países pobres ou desfavorecidos!
Quanto a Cuba com o bloqueio que sofre, alude por certo a faltas que por lá possam haver? Pois que cesse esse bloqueio e as faltas acabarão! Apenas acho piada a que não aluda aos USA, mas o desconhecimento tem destas coisas!
Sabe quantas vítimas do 11 de Setembro se têm ido tratar a Cuba, por não conseguir fazê-lo nos estados Unidos onde a medicina se pratica a preços proibitivos? e que esses doentes com patologias graves, consequência das inalações e intoxicações provocadas pelo desabar das torres gémeas e dos produtos que inalaram voltam de Cuba com malas cheias de medicamentos baratíssimos, a que não têm acesso nos USA que OS vende por valor exorbitante? e veja bem que tal informação não emana de nenhum partido comunista, mas de programa televisivo aqui em França, esta França de sr Sarkozy presidente!
Essa mesma Cuba que é um dos países com o maior número de médicos per capita! Ainda essa Cuba que envia médicos para todos os países pobres vítimas de qualquer cataclismo!
e quanto ao 25 de Novembro aconselho-a ler todo o blogue, poderá assim verificar que meus colegas aqui no blogue Liberdade e Cidadania, são tão acesos como eu, no que diz respeito ao 25 de Novembro!
Quanto à minha vida pessoal, visto parecer interessada nela, saiba que vim para aqui menina com 14 anos, para trabalhar assim como minha mãe, em consequência da prisão politica de meu pai
e porque vim para França? por uma razão muito simples, é que antes ainda de haver uma URSS, o pai de meu pai aqui se encontrava já e que durante a infância e adolescência de meu pai tinha um hotel num Boulevard de Paris, Hotel que entrou em declínio com a crise económica que antecedeu a segunda guerra mundial, perdendo-o pouco antes da guerra começar o que fez que meu pai tenha sido educado e feito seus estudos em Paris, que falo francês desde pequena, que frequentei o Charles Lepierre em Lisboa porque meu pai me quis sempre em contacto com a Língua francesa.Por isso a vinda para aqui País que admiro por ser a grande escola das Revoluções, da Luz, da Cultura e da Arte.E porque conheço e domino a Língua francesa A Revolução francesa e a Tomada da Bastilha tendo antecedido a revolução de Outubro de mais de um século e um quarto....
debruce-se conscienciosamente sobre causas e efeitos, talvez assim lhe seja possível destrinçar
o que o 25 de Novembro destruiu, das conquistas de Abril, de direitos totalmente desconhecidos do povo português antes do 25 de Abril e que esse mesmo 25 de Novembro se permitiu levar à prisão, alguns dos Homens sem Sono, os Homens do 25 de Abril, por defenderem o povo de Portugal, prisão onde sofreram maus tratos e humilhações depois de terem trazido a Portugal e a seu povo, a Liberdade enjaulada durante 48 anos
Mas parece-me que apesar do momento não ser o mais propício algum colega de Lutas e combates aqui do blogue deve ter algo de muito interessante a contar-lhe sobre o 25 de Novembro
Quanto a mim, não posso deixar de tranquilizá-la pois embora longe de Portugal creia que me bato pelo meu País muito mais em cada dia que muitos e muitos dos seus filhos residentes no solo pátrio e isto desde os dezasseis anos.
Mas não é menos evidente que a mundialização que vitima os pauses mais pobres e mais frágeis em primeiro lugar, veio acentuar fortemente as dificuldades dos filhos de Portugal? Agora o que seria interessante propor como reflexão é o seguinte? Como se teria comportado o Governo de Portugal face à força esmagadora da globalização se o 25 de Novembro nunca tivesse tido lugar?

Sem mais numa constância filha de experiência causada por sofrimento, "apanágio" dos defensores da Liberdade durante o salazarismo/caetanismo, por aqui me fico com esta consciência que caracteriza todos os que sabem resistir à facilidade e sem divagações

Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

Caro leitor

O 25 de NOVEMBRO

Uma coisa seria corrigir a bagunça e os excessos ou qualquer deriva que nos pusesse numa rota que não fosse justa e esperada e desejada pelo povo português, coisa diferente foi aliar-se a todos os reaccionários não para conduzir o país para o niveis da europa do norte que era o que pessoalmente ambicionava quando entrei no 25 de Abril, mas sim deliberadamente o 25 de Novembro quis e pretendeu conduzir o país para a evolução na continuidade entregando o poder ás antigas familias, não promovendo o saneamento do sistema judicial,nem do aparelho produtivo.
Se a bagunça poderia ter sido um desastre o 25 de Novembro abriu a porta a tudo isto que hoje acontece e desde logo À MORTE DO ALENTEJO A LEI BARRETO DESPOVOOU TODO ALNTEJO. Aldeias pujantes morrem etc.

Se por acaso emigrasse nunca iria para a URSS ou para a Russia, ou mesmo para a Suécia, emigraria para a França, Itália, mas sobretudo àfrica ou América latina,por causa da luz e do clor.

asilva

andrade da silva disse...

CAro leitor

RUSSIA OU CUBA PORQUÊ?

Mas porque carga de àgua depois de uma revolução tinhamos de continuar a ser macacos imitadores ou de uns ou de outros, porque temos de ser seguidistas cuba ou USA, Coreia ou USA, Russia ou USA, é esta vil tristeza que contesto.

De facto uma aproximação aos paises nordicos seria muito importante, mas a Suécia deve muito politicas sociais democratas de pendor de esquerda.

O que está mal em portugal é que se copia o que há de pior no capitlismo mais selvagem e retrogrado do Mundo, copiamos mais a Suazilândia do que a Dinamarca.

Pessoalmente nunca quis para portugal a revolução russa ou cubana, ou outra qualquer por mero plágio e não sei onde é que a presença dos cidadão na resolução dos problemas implica sempre isso a que chama extremismos da esquerda radical, que quanto sei quer dizer mais UDP, BE do que PCP.

Pessoalmente não tenho nenhuma simpatia pelo regime coreano, ou chinês que condeno com veemência. São ditaduras inceitáveis.

Quanto a Cuba a questão do bloqueio complica a análise, mas não aprovo de nenhum modo um sistema politico que perpetue no poder uma familia ou uma pessoa, se essa não for a vontade genuina do povo, mas como madeirense sei que alguém pode ganhar sucessivas eleições, como é o caso de joão jardim que é muito estimado pelos madeirenses, portanto no nosso regime também acontecem destes fenomenos...
asilva

Marília Gonçalves disse...

ola Companheiros
há um facto para mim de grande importância sobre o que se diz sobre Cuba, no tempo em que Fidel de Castro era o presidente e que nao posso deixar de contar.
Quando nos anos 80 aqui em França era Presidente François Miterrand ( a quem todos reconhecem a Cultura infinda, quer se esteja ou não de acordo com o personagem político ou humano,a esposa Danielle Mitterrand que presidia e preside a Associação France Liberté, e que é uma grande MULHER, Resistente, e de caràcter espontâneo e anarquista ( refiro-me a Danielle Mitterrand (a mesma precisamente que hoje apesar da idade que avança travar esse magnífico combate, pelo direito à água de todos os povos do Mundo e para que a água cesse de ser uma negociata que enche o cofre de alguns, enquanto povos bebem na lama do chão, a pouca água que dali conseguem extrair) e não ao presidente da França) era chamada a verificar países de ditaduras que oprimiam e pesavam sobre os povos desses países. Danielle Mitterrand era e é de tal modo livre por carácter que lhe era muitas vezes impossível pactuar com o protocolo do Eliseu, e mantinha-se a mulher independente e livre de influências que sempre foi! Assim, também por tudo quanto ouvia dizer foi a Cuba, visitou prisões, falou com o povo e do povo com quem quis, e para espanto de quantos a aguardavam voltou declarando que em Cuba não havia presos políticos, mas presos de delito comum, o que são todos aqueles que se servem de bombas e atentados que nem seleccionam suas vítimas, mas que presos de opinião, os não havia em Cuba e disse mais Danielle Mitterrand, disse que o povo cubano gostava do Fidel, que o admirava e apoiava. As posições de Danielle Mitterrand criavam muitas vezes complicações na vida do presidente Mitterrand, mas isso não a parava nas verdades que tinha por consciência a proclamar. Pela mesma razão, aquando de uma cimeira em Paris, onde se encontraram presidentes de muitos países apenas para receber e beijar no rosto, Fidel de Castro, Danielle Mitterrand desceu os degraus do Eliseu, o que também não facilitou em nada a vida política de François Mitterrand.

(continua a seguir)
Marília

Marília Gonçalves disse...

Porque tudo quanto fez lhe brotava espontânea e generosamente eu, apesar das minhas simpatias serem de tom mais carregado, admirei esta Senhora profundamente o que nunca escondi a ninguém, nem a grandes amigos dentro do PCP a que não pertenço, mas por quem tenho grande simpatia, pela Honestidade de seus membros, incorruptos, e pela grande coragem que sempre tiveram nas grandes lutas travadas contra o fascismo de salazar e caetano! no entanto não estou lá dentro; mas satisfaz-me ver que apenas porque defendo a justiça e todos os grandes princípios humanos, logo de imediato me associam ao PC. Ora quem tal o faz, deve reconhecer no PC, tais características, para sem que nunca tenha estado ligada ao Partido estabeleçam tal paralelo. O que gera uma contradição por parte da pessoa que me associa de pronto ao comunismo numa total contradição consigo própria, pois querendo acusar e apontar neste caso o PCP,fazendo duma pretensa acusação uma defesa, é porque lhe reconhece os valores que defendo, de justiça, de direitos cívicos sociais e laborais do povo de Portugal que é o povo trabalhador, única maneira que tem de subsistir,e mesmo assim com grandes dificuldades, graças ao capitalismo selvagem e pouco inteligente de Portugal (porque mata constantemente a galinha dos ovos de ouro, assim que uma se lhe depara, comendo fruto e semente)
pois mais uma vez afirmo que nunca tive carta de Partido, que nunca assisti a nenhuma reunião, mas que reconheço que me elogiam, ao baralharem tudo, sem tentar nunca identificar-se com os que sofrem e passam uma vida inteira esforçando-se a trabalhar e que efectivamente são os comunistas, que indispensáveis resistentes combativos, fazem frente às forças da alta finança e a um patronato totalmente desumano, defendendo quem trabalha. Sem eles, comunistas e sem essa formidável abnegação (que eu não tenho, reconheço meu parcial egoísmo)não sei o que seria a vida de quem trabalha entre animalejos de muita nota, porém sem ponta de coração!
Se defender quem sofre, se defender quem se mata a trabalhar sem nunca ser recompensado do seu esforço, espoliado constantemente de todos os direitos adquiridos com grande esforço e luta, se querer um mundo sem corrupção, um mundo fraterno, onde hoje continuamente meia dúzia de seres devoram o que faz falta a milhões, se ser comunista é ser bom sem ser trouxa, e se ser comunista é defender os valores humanitários, pois então se calhar e embora não me reconheça essa perfeição, serei comunista!

Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

L’Eau, bien commun de l’humanité




http://danielle-mitterrand.blog.lemonde.fr/

Marília Gonçalves disse...

O 25 de Abril é uma urgência Universal

Abril é uma urgência universal
O mundo fraterno a construir
O uivo a florir no vendaval
De maculadas pombas a cair.

Abril sobre o vácuo do sentir
Mais um Abril aurora flor de luz
Incendiando os olhos do porvir
Na vastidão a previdência de Argus.

Um grito do pensar nova razão
Estridência de seara a repartir
Onde cada se humano seja irmão
E a evidência o tempo a construir.

A bruma do pensar que se desfaz
Ribeiras transparentes a correr
Para que possa enfim surgir a PAZ
Onde a lei final será viver!

Marília Gonçalves

Nadia Leote disse...

ABRIL DE ABRIL
Manuel Alegre
30 Anos de Poesia
Publicações Dom Quixote

Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.

Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.

Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.

Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.

Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.

Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.

Anónimo disse...

25 de Abril e 25 de Novembro

No 25 de Abril de 1974 o movimento dos capitães comprometeu-se com o povo entre outras coisas, a restituir-lhe a liberdade e resolver o problema da Guerra colonial.

A liberdade está cá porque se não estivesse não estaríamos nós aqui a falar destes assuntos.

A guerra colonial foi resolvida, para uns mal para outros bem ou assim assim. O que é certo é que acabou e a minha geração e principalmente os nossos filhos têm a obrigação de estar gratos aos capitães de Abril, por isso.
Sabemos, da história, que as revoluções são propícias a excessos e desmandos, umas vezes porque no momento é o que há a fazer, embora mais tarde isso já não seja o certo, outras pelo simples prazer de destruir tudo o que existe independentemente de estar bem ou mal.
Na nossa revolução cometeram-se e disseram-se muitas barbaridades, os militares perderam o controlo da situação e acho que alguns deles tinham ambições que iam para além dos objectivos a que se propuseram. Era urgente pôr ordem na casa. Entendo que por isso aconteceu o 25 de Novembro que teve o apoio desse povo de que fala a Marília, o qual continuava a estar grato aos militares de Abril mas que entendia que a trajectória deveria ser corrigida. Já lá vai o tempo do “Se não és por mim és contra mim”.

Diz o amigo Andrade da Silva, “mas como madeirense sei que alguém pode ganhar sucessivas eleições, como é o caso de joão jardim que é muito estimado pelos madeirenses”. Aqui a história diz-nos que não é assim. Aqui existe alternância e não há a mínima hipótese de existir nenhum A.J.Jardim. O Povo pode não votar bem, mas perante as escolhas, vota no que é menos mau.

É claro que prevalecem muitas injustiças. Nada justifica que um indivíduo por mais competente que seja, tenha de prémio, para além do chorudo ordenado, milhões de euros quando a outros são negados uns tostões. Na minha casa sempre todos contribuíram para o bem estar de todos, Isto é simples, isto é justiça social.

Sejamos justos, tolerantes e tenhamos a capacidade e disponibilidade para entender que os outros.

Saul Laranjeira

Marília Gonçalves disse...

COMPANHEIRO Andrade da Silva

será que se realmente se se tivesse como 25 de Abril aplicado em Portugal uma social democracia, tipo países nórdicos, como o companheiro diz ( conduzir o país para o níveis da Europa do norte que era o que pessoalmente ambicionava quando entrei no 25 de Abril) ter-lhe ia sido possível o progressão da Reforma Agrária?
é que por vezes há coisas impossíveis de conciliar.
O que teria acontecido com o Alentejo e seu povo?
abraço
Marília Gonçalves

Anónimo disse...

Liberdade
Sérgio Godinho
Canções de Sérgio Godinho
Assírio e Alvim

Viemos com o peso do passado e da semente
esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente

Vivemos tantos anos a falar pela calada
só se pode querer tudo quanto não se teve nada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada

Só há liberdade a sério quando houver
a paz o pão
habitação
saúde educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir

VIVA PORTUGAL! VIVA A LIBERDADE! disse...

Boa noite,
Leiam isto (e os comentários)...

http://adefesadefaro.blogspot.com/2010/04/o-25-de-abril-no-patio.html

e isto:

http://adefesadefaro.blogspot.com/2010/04/fim-de-semana-festival-contos-de.html

andrade da silva disse...

Caro Saul

Nunca perdi o contolo de nenhuna situação onde intervi nunca houve violência fisica no alentejo, inclusive o filho do agrário Veiga Teixeira que foi assassinado foi em santarém e não em Coruche, onde residia. Toda a zona de acção da Escola Pratica de Artilharia era patrulhada pelo MFA que recebeu paa o efeito varios jeep´s novos.

Houve excessos e desmandos, pessoalmente persegui alguns, como os assaltantes ao consulado de Espanha em èvora. Desocupei herdades, nunca disse que os trabalhadores tinham sempre razão ou que todos os agrários eram os anti-cristos.

Nunca concordei com a desordem, todavia por exemplo no alentejo era preciso corrigir e melhorar a reforma agrária, em 1976, mesmo 1975 falava disso, escrevi e tenho um texto de 76 sobre o que pensava sobre a reforma agrária,portanto creio que podiamos ter feito melhor.

O 25 de Novembro foi sobretudo um golpe encomendado pelos EUA via kissinger, Carlucci, o chanceler alemão e Mario Soares, claro que quis corrigir os excessos e eventualmente a hegenomia do PCP, mas de igual modo tudo o que fosse diferente do que o capitalismo consente, e isto é diferente do que os vitoriosos do 25 de novembro afirmam, estaria com eles se tivessem aprofundado o estado de direito.

Oh Marilia

como queria que eu um tenente de artilharia, nascido na cidade do Funchal, pudesse aos 22/23 pensar, sonhar ou imaginar o que era ou seria uma Reforma Agraria, mas através das loiras suecas que usavam nos anos 60 bikini e as "maminhas" ao sol, podia perceber, entre outras coisas que aquela gente era diferente de nós pecadores por pensamentos e obras. Quantos pais nossos e avé marias tive de rezar para me penitenciar dos desejos da carne.

A reforma agrária para mim em montemor, vendas novas e muitas outras terras nasceu quando os agrarios deixaram de empregar os trabalhadores.

Em Beja é que o sr.Soeiro conta outras história, mas de èvora a serúbal não fora a sabotagem dos agrários ao cultivo das terras e da minha parte não teria havido o apoio que houve. Agi na defesa do que era justo e náo por qualquer conceito de qualquer partido ou de qualquer revolução russa, cubana ou chinesa e como eu muitos e muitos dos meus companheiros do MFA.

Voltaremos pois também a liberdade não é igual para todos,os vitoriosos falam na grande comunicação socil e nós aqui entre amigos.

Caro Saul não se iluda, mas obviamente que estamos em Abril e não no fascismo e isto faz toda a diferença, mas já não há fascismo na europa do norte e central desde a queda de hitler, muito mal seria se em 2010 vivessemos em fascismo quando a inglaterra já vive em democracia há seculos e maioria dos países europeus há sete/ 8 decadas. O Salazarismo era um tumor na europa,portanto...
voltaremos ao assunto e vamos falar de revoluções, nenhuma alguam vez foi feita pela generalidade do Povo desde a dos escravos,a Francesa´`a do 5 de outubro 1910 esperar aque todos mudem para mudar alguma coisa não tem nenhuma demonstraçao na história, pode ser ficção mas realidade ainda não foi.
abraço-vos
asilva

Marília Gonçalves disse...

Querido Amigo e Companheiro Jerónimo Sardinha


parece-me que a generosa intenção do seu post não foi bem interpretada por todos
é importante que todos os leitores do blogue saibam, que mesmo sendo diferentes uns dos outros (felizmente, cada um pensa com a sua própria cabeça)aqui no blogue somos todos defensores incondicionais do 25 de Abril e da mesma forma, veementemente contra o que o deitou abaixo ou abriu as portas para que tal acontecesse.
Mas como não somos siameses e nenhuma argamassa nos cola o pensar de uns ao de outros, temos a capacidade de poder ver diferir entre nós pequenos pormenores.
Mas no essencial estamos inteiramente de acordo! não vale a pena por conseguinte experimentar o elogio de uns em detrimento de outros, para ver se a desunião se instala: connosco esse método fascista tão conhecido não funciona, aqui funciona a Democracia plena!
Estamos Unidos e Unidos nos manteremos na nossa Luta por Abril, pelas portas que se abriram ao povo que trabalha e se esforça, sem nunca ver reconhecido o seu labor, condenado em permanência à desesperança e a todo o tipo de faltas enquanto durar este modo de gerir o país ultra capitalista, instituído pele globalização!
Viva o 25 de Abril de 1974 e todos os caminhos e portas que se abriram para pôr cobro ao sofrimento! Que seja Abril de novo e para sempre para bem de Portugal e de seu Povo

Marília Gonçalves

Marília Gonçalves disse...

Companheiros Amigos Leitores

Não posso deixar nestes dias de lembrar o magnifico texto que o Coronel Duran Clemente escreveu o ano passado, aqui para o blogue:
"INQUIETAÇÕES E ESPERANÇAS DE ABRIL (1ª parte)"

que poderao reler no arquivo, procurando Abril 2009

Por isso também para o Capitão de Abril Duran Clemente um VIVA O 25 DE ABRIL DE 1974, VIVA PORTUGAL E UM FUTURO DE PROGRESSO

Marília Gonçalves