Afastei-me da muralha
onde a pedra cicatriza
a minha memória ausente
sei de árvores que partilham
o meu esquecimento verde
a afundar o azul, do oceano que as perde.
Mas sei o hoje preciso!
como laço, como elo
atravessa tempo, espaço
na solidão do apelo
ainda por desvendar.
A clareira aberta a custo
na intempérie dos dias
entre plátanos aéreos
e a sombra da maresia,
vem tornar a trepadeira
inútil na aparência
quando o horizonte alinha
o nosso olhar em paciência.
Fui andando no caminho
na ardência dos meus passos
sem saber até que dia
de encontros, futuros laços
teria que prosseguir.
Caiu-me o dia nos braços
com o sol a querer surgir.
Nenhuma pedra me prende
nem a sombra me segura
enquanto houver tanto verde
no fundo da água escura.
Marília Gonçalves
onde a pedra cicatriza
a minha memória ausente
sei de árvores que partilham
o meu esquecimento verde
a afundar o azul, do oceano que as perde.
Mas sei o hoje preciso!
como laço, como elo
atravessa tempo, espaço
na solidão do apelo
ainda por desvendar.
A clareira aberta a custo
na intempérie dos dias
entre plátanos aéreos
e a sombra da maresia,
vem tornar a trepadeira
inútil na aparência
quando o horizonte alinha
o nosso olhar em paciência.
Fui andando no caminho
na ardência dos meus passos
sem saber até que dia
de encontros, futuros laços
teria que prosseguir.
Caiu-me o dia nos braços
com o sol a querer surgir.
Nenhuma pedra me prende
nem a sombra me segura
enquanto houver tanto verde
no fundo da água escura.
Marília Gonçalves
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