segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

POBREZA, POBRES E CINISMO.


Um direito natural e universal é viver com dignidade. Viver por uma injustiça social, ou por uma partida da natureza abaixo do limiar da pobreza, é, num e noutro caso, uma injustiça social, uma vergonha, ou mesmo um crime.

Todavia, existem pobres, uns por comportamento negligente com uma clara auto-responsabilidade e esses responderão sobretudo por si. Contudo os que foram atirados para a pobreza por doença, exploração, ou exclusão do mercado de trabalho são um testemunho claro do cinismo e da mentira dos governos que nos (des)governam, mas também do egoísmo, da falta de generosidade pessoal e colectiva de alguns que discordam da pobreza, criticam os seus pais, mas na sua atitude individual pouco esforço material fazem, para mudar o estado de pobreza, mesmo daqueles que lhe estão muito próximos.

Mas quem não entenderá que em termos institucionais quem mais se bate para a resolução politica dos problemas da pobreza é de facto o Partido Comunista - digo-o com total à vontade, porque sei que é um exame objectivo à realidade - e no plano da resolução dos problemas de pobreza, pessoa a pessoa, da pessoa concreta, temos a Igreja católica e outras organizações de voluntários?

O acto individual para a atenuação da pobreza deve ser enaltecido e apontado, como comportamento ético e moral do mais alto valor ao nível do humanismo e do comportamento que todas as pessoas generosas devem, na medida das suas possibilidades, praticarem, de um modo voluntarioso , para a diminuição dos sofrimentos individuais, até que se aceda a patamares de sociedade e de Polis, bem superiores ao actual estado de degradação.

Para além disto, existe o cinismo e o mercantilismo políticos, dos que querem ser donos dos pobres, para que todos os desgraçados possam servir os seus objectivos de iludirem a sensibilidade geral das pessoas, fazendo crer à opinião pública que não são responsáveis politica, económica e socialmente pela situação dualista que o capitalismo tem vindo a criar, sobretudo na sua forma financeira- especulativa, a que, os dignitários da politica portuguesa: Governo e Presidente da República, têm servido com denodo, no caso do Governo e no caso do sr. Presidente da República, através da famigerada cooperação e colaboração estratégicas.

Em conclusão sobre todos nós cai a vergonha de termos uma sociedade injusta, mas para além da vergonha deve recair sobre os responsáveis pela pobreza o libelo de injusta, imoral e muitas vezes dolosamente a terem promovido, no seu interesse, no dos seus pares e primos, e, portanto, não deve ser permitido que se iluda a questão, ou seja, recai sobre os governantes o libelo de serem promotores da miséria, e nunca o elogio de uma acção generosa, consequente de luta contra a exclusão social.

Isso é um mero acto de propaganda, irrisório na sua dimensão politica e institucional, quando o currículo que se apresenta são actos de sensibilização para a pobreza, o que, é um dever de qualquer cidadão e do estado, mas a este cabe o papel maior, de fazer o que deve ser feito ao nível da governação, para se superar a pobreza, e é sobre estes actos, que, enquanto políticos, os candidatos em todas as eleições têm de ser avaliados, e quanto a isto as práticas do PS, PSD e CDS e do sr. Presidente da República são suficientemente visíveis, bem como as consequências de sucessivas más políticas .

Face à pobreza a que têm conduzido o país, por uma questão de decoro não deveriam levantar a bandeira da luta contra a pobreza, não a travaram. É de uma máxima ignomínia instrumentalizarem a pobreza e os pobres para obterem votos, que depois servirão para tornarem os pobres ainda mais pobres, económica, politica, cultural e socialmente. Isto é uma IMORALIDADE muito grave. INACEITÁVEL.


andrade da silva
PS: Não vai passar ao lado deste blogue a questão da wikileads, na abordagem da sua virtuosidade e perversidade. No mundo não há só o Satã Americano - é um erro grave ser tão redutor - mas os assuntos domésticos têm sido muitos, e manter este blogue não é coisa fácil.
Complementarmente quem quiser ler outros pequenos textos pode fazê-lo no facebook em João Andrade da Silva.
obrigado

2 comentários:

Marília Gonçalves disse...

Companheiro de Abril, Leitores, Amigos

ninguém sabe o que o futuro lhe reserva
defendendo os Direitos presentes de outrem estamos a proteger nossos Direitos futuros
pelo menos por isso agi!

Marília Gonçalves

andrade da silva disse...

A FOME
A fome, concreta, objectiva, fome, fome mesmo, segundo a sinalização de algumas câmaras municipais está a atingir 3% das crianças, em consequência de situações de desemprego e outras.

Neste caso, como é óbvio, estamos a falar de crianças em idade escolar do grau primário, logo cujos pais são casais jovens.

A expressão da solidariedade não pode só estar plasmada nos discursos políticos e na reclamação de uma sociedade mais justa, enquanto esta não acontece e está muito longe de ser uma realidade, é preciso agir no dia à dia, para atenuar o sofrimento de gente que pode estar perto de nós. Não é caridade é generosidade que é diferente de cinismo, mercantilismo ou hipocrisia e sadismo. Ver outros sofrerem e não fazer nada, só pode relevar de um núcleo psíquico sádico, ponto.

Marília
abraço
asilva