
De facto muitos dos que gritam desvairadamente por um novo 25 de Abril, ao que parece até com a tropa, o que, por muitos motivos não seria possível, não sabem do que estão a falar, é um mero desvario ou acto poético-ramãntico, será?
Mas a tropa de 1974 é uma excepção à regularidade militar ( entendam) como o foi em 1910, mas também já não seria possível por motivos técnicos castrenses que, naturalmente, aqui, não posso referir, mas que se entenderá, se disser que o poder também entendeu como travar, em termos logísticos, qualquer ímpeto revolucionário, pelo menos ao nível de capitães e subalternos. Basta um pouco de bom senso para se entender o que estou a dizer, por isto, afirmações bombásticas de alguns antigos militares é mera idiotia, irresponsabilidade, ignorância, vaidade e, ou querer jogar com a ansiedade do bom povo, sempre disponível para seguir ditadores, gente indecente e figuras de opereta bufa.
Todavia, muitos outros portugueses generosos que gritam por um novo Abril não são capazes de levar a réplica do tsunami de fogo do 25 de Abril de 74 para o interior dos seus partidos e organizações, onde, reinam o despotismo, o autoritarismo, o dogmatismo, a infalibilidade dos líderes e do seus séquitos, o medo, a perseguição aos que pensam de modo diferente, que ou se rendem aos chefes, ou são incinerados pelos inquisidores de serviço. A esta gente digo algo de muito importante, em Portugal é preciso fazer-se um 25 de Abril 74, sobretudo nos partidos de esquerda, porque os de direita ficam fora das preocupações genuínas da democracia.
Por sinal, e, apesar de contraditório, o PSD, deste ponto de vista, é o que mais questiona o Líder, aliás, é o partido que tem tido mais lideres. Pergunto e se o mesmo acontecesse nos outros partidos, nomeadamente neste momento particular no PS, em que pela responsabilidade do seu líder na actual situação, não poderia hoje tudo ser diferente? De facto, é incompreensível que o último congresso do PS tenha eleito o seu secretário-geral como um homem providencial para o PS , mas, muito pior, para o País, o que, pode vir a ter as mais graves consequências para Portugal, como já antes aconteceu.
Seriam precisas, outras e urgentes réplicas, como:
- a luta contra toda a corrupção no poder central, nas autarquias e nas demais organizações;
-a luta contra a mentira, a indecência, a ignomínia, o oportunismo, o sectarismo e o seguidismo
- a luta contra o taticismo partidário que imoralmente branqueia a história, tornando amigos do povo os seus inimigos, como exactamente o faziam os escribas do fascismo sobre de Américo Tomas, Salazar ou Caetano;
-a luta contra a demagogia dos que numa fase em que temos de arranjar dinheiro, negam a situação, quando de facto daqui a 60 dias o país está sem dinheiro nenhum. Foi um crime trazer o país a esta situação, mas chegados aqui, é preciso saber o que fazer, realmente, num espaço de 60 dias, e depois penalizar os responsáveis. Todavia o povo os vai absolver, como diz Freitas Do Amaral, mais de 2/3 da população os vai reconhecer, como os líderes que nos podem salvar. Sendo esta a situação que 25 de Abril querem fazer?
Sonhar é bom, mas é preciso ter coragem e dizer ACORDEM, para depois puderem acordar os outros, não digam só o que vos alimenta, a vós e aos que pensam, como nós, sobretudo é preciso dizer o que pode alimentar os anestesiados.
-a luta pela justiça fiscal, ora se um cidadão que ganha 3 mil euros mês paga 26.5 por cento de IRS, quem ganha 200.000 para se respeitar a proporção deveria pagar 1766%, como só paga 42%, logo se vê a injustiça, e, respeitando, de novo as proporções, se diz-se que o salário médio de 700€, está inflacionado de 15%, como diz esse outro demagogo do sr. Medina e outro bem pensante Hernâni Lopes,( defendia outras coisas muito positivas, sobretudo em relação ao mar) então, os de 200 mil euros estão inflacionados de 4285%, logo, tudo isto quer dizer que é preciso que uma réplica do 25 de Abril conduza para uma justiça fiscal adequada, e para um rendimento máximo admissível, da ordem, numa enorme generosidade, de um diferencial de 30 ordenados médios que é o que havia em 1980;
- também é prioritária uma réplica contra a imbecilização do pais, o país está parado e doente com milhões de pessoas a não fazerem népia, a não ligarem nenhuma a qualquer informação, a não participarem em qualquer acto de cidadania, muitos porque entendem que trabalharam 20 anos, e que a partir dos 40 de idade até aos 80, na situação de pré-reforma e reforma têm todo o direito a uma vida de mero lazer, roçando a vadiagem, e nenhum dever etc.
Muitas outras réplicas seriam importantes, mas a mais importante é a do 25 de Abril no interior dos partidos, porque estes trazem todo o Portugal aprisionado a soluções de desastre ou martírio que por este caminho sem alternativas, nos vão conduzir a uma grande tragédia que não terá, se acontecer, uma saída democrática, mas sim, de direita ou extrema-direita, o mais é fado-canção, que dá para convencer ou embalar, mas que termina no abismo, na noite e no martírio.
Um novo e grande 25 de Abril 74 seria o PENSAR COM CRIATIVIDADE , LIBERDADE, CONSEQUÊNCIA e CORAGEM UM PORTUGAL DIFERENTE QUE MERECESSE O APOIO DOS TAIS 2/3 da POPULAÇÃO QUE PREFEREM ESTE PÂNTANO EM QUE NOS ATOLAMOS A OUTRAS PROPOSTAS, E NEM TUDO PODE SER RESPONSABILIDADE DO POVO, APESAR DA PODEROSA MÁQUINA DE IMBECILIZAÇÃO, QUE TEVE NO CONSUMISMO ESQUIZOFRÉNICO QUE ATINGIU QUASE TODOS OS PORTUGUESES O GRANDE MOTOR, SEM QUE NINGUÉM O CONTRARIASSE, HÁ DE CERTEZA OUTROS RESPONSÁVEIS QUE PASSAM INCOLÚMES PELA CHUVA, POR FALTA DA CRÍTICA INTERNA AOS LÍDERES.
andrae da silva
PS: No Blog Aspirina B, adianta-se uma hipótese maquiavélica, mas muito, muito, muito plausível. Belém quis deitar a baixo Sácrates e para isso Passos Coelho foi oportuno, mas para uma maioria, um presidente, o candidato será Rui Rio, daqui a algum tempo, jogada de mestre, mas com um custo incalculável.
Obviamente que o próximo governo vai ser demitido pela Presidente da República, sobretudo se o PSD não for o vencedor, mas mesmo sendo, o que, já não deve acontecer, porque também não interessa aos cavaquistas do PSD, a demissão é quase inevitável. Será que Passos Coelho já percebeu isto?
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