sábado, 2 de abril de 2011

PELA VIDA, CONTRA A MORTE DA CIDADANIA DE MILHÕES DE PORTUGUESES. ABAIXO O JOGO DA ROLETA RUSSA.

( CRAVOS NO CHÃO. ERGUEI-VOS PELA DIGNIDADE, A DEMOCRACIA E O DESENVOLVIMENTO)

Diz, declara solenemente, o sr. Presidente da República, que o país está numa situação gravíssima, o que, descodificando poderá querer dizer que estamos à beira da Bancarrota, isto é, deixar de haver dinheiro para o pagamento das despesas internas, desde as de saúde, à das pensões ou vencimentos, dito de outro modo, é a falência do Estado e tudo fica paralisado.


Toda a gente é abandonada ao seu azar e os bancos ficam vazios de dinheiro, também, por aqui, as pessoas com poucas poupanças ficam a zero, entretanto, os ricos puseram o seu dinheiro nos lugares seguros, onde, já estão, nos paraísos fiscais. Chegados a esta situação ou na sua proximidade, para evitar a eclosão do fenómeno argentino na Europa, Portugal terá de aceitar todas as duras condições do FMI e do BCE.


Há todavia pessoas tão alienadas, mesmo as que se julgam bem informadas que se têm recusado por cegueira a aceitarem o realismo das dezenas de alertas que noutros sitios e, também, aqui temos feito, e, contrariamente, acreditam nas ficções de alguns dogmáticos e outros mentirosos, e, isto, apesar das sucessivas provas que neste blogue se tem antecipado os acontecimentos nefastos que nos têm atingido: falou-se desta grande crise em Fevereiro 2008 - vinham aí anos de todos os perigos na sequência do alerta do economista Ferreira do Amaral; a vitória do PS em 2009 e o não crescimento da esquerda; referiu-se que o crescimento do BE não ultrapassaria uma parte dos descontentes do PS e não a sua totalidade, como os estrategas do BE julgavam, colocando o seu score eleitoral em 12%; previu-se a subida do CDS, que veio acontecer e a derrota estrondosa do PSD, quando Luís Delgado, oráculo do PSD na comunicação social, se referia a Ferreira Leite, como a provável 1ª ministra; e mais proximamente falei do insucesso da estratégia da esquerda nas eleições presidenciais, o que, apesar de todas as evidências e consequências actuais, deve, pelos que se alimentam da dor e do sangue dos portugueses, ser negado, mas é um facto indesmentível.


Por muitos erros sucessivos estamos à beira de um Inferno Dantesco, ou mesmo, já estamos no Inferno. Com ou sem bancarrota, os encargos que o nosso endividamento já acarreta com os juros que estamos a pagar é de tal monta que durante muitos anos vamos somente trabalhar para pagá-los, mas muito disto parece passar ao lado de muitos, muitos, portugueses, e outros confiam que a sua resistência heróica será no momento fatal a salvação, infelizmente, não o foi assim no 28 de Maio de 1926, nem no 25 de Novembro 1975, portanto, talvez seja melhor prevenir e evitar o desastre, antes que o mesmo apareça com a virulência que ameaça, e que pode esmagar milhões de portugueses.


Mas então o que fazer?


Neste momento a totalidade dos cidadãos NÃO PODE ACEITAR QUE O SR. PRESIDENTE A REPÚBLICA DEPOIS DE TER DEMITIDO O GOVERNO DEIXE NAS MÃOS DE UM GOVERNO DE GESTÃO A DECISÃO DE PEDIR OU NÃO A INTERVENÇÃO DO FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (FMI). PELO CONTRÁRIO COMPETE AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA NESTA OCASIÃO AGIR: DIZENDO COM OS CONHECIMENTOS QUE TEM DA SITUAÇÃO SE PODEMOS CONTINUAR NESTA ROTA, OU MESMO SE TEMOS DE PEDIR AUXÍLIO INERNACIOANAL.


EMBORA NÃO VOTADO POR UMA MAIORIA SIGNIFICATIVA DOS CIDADÃOS PORTUGUESES, O QUE, OBVIAMENTE, LIMITA A SUA LEGITIMIDADE É O ÓRGÃO QUE REÚNE MAIS CONSENSO E TAMBÉM TEM DE SER O ÓRGÃO QUE PELA SUA NATUREZA UNIPESSOAL E DE REPRESENTAÇÃO NACIONAL TEM DE SE COMPROMETER CLARA E DECISIVAMENTE COM A GRAVE DECISÃO DO GOVERNO DE PEDIR OU NÃO A INTERVENÇÃO DO FMI. E NÓS TODOS TEMOS DE EXIGIR ESTA CLARIFICAÇÃO. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO PODE REFUGIAR-SE NA ATITUDE TÁCTICA DO SEU 1º MANDATO.


Contudo, para além desta questão crucial fica outra também maior que é da governação do país para os próximos 10, 15 anos e, nesta área ou há uma atitude mais activa, mesmo revolucionária dos militantes dentro dos partidos, onde, seria muito importante fazer o 25 de Abril, ou vai manter-se o status quo até o desastre final, ou seja, a um governo sucede-se outro da mesma natureza, a mais das vezes mais conservador.


Porém, a falta da alternativa não é da responsabilidade do povo que sucessivamente tem dito como vota e não vai mudar, se nada mudar no comportamento politico dos partidos, nomeadamente dos à esquerda do PS que manterão com poucas oscilações os seus scores.


O ganho de mais umas dezenas de milhares de votos pode constituir uma bandeira partidária, mas não é uma consequência política significativa, muito embora, os dirigentes políticos sobrevalorizem esses modestos crescimentos eleitorais, para manterem a sua própria áurea, o seu poder, e darem também o devido ânimo aos seus militantes - esta é uma análise sociológica e psicológica, logo não ilude, mas descobre a realidade -. seja como for, a dura realidade do quotidiano não ilude a verdade, e a verdade é o que é, e, como tal, o melhor critério de avaliação do sucesso/insucesso de estratégias e tácticas.


Consequentemente, perante esta realidade cabe aos que são humanistas sociais-democratas, socialistas, comunistas e de outras esquerdas, ou centro esquerdas com ou sem partido, mas concidadãos, juntarem-se no sentido de que todos trabalhem com muita urgência para criarem uma dinâmica de intervenção politica eleitoral eficaz para defesa da Dignidade, da Democracia e o Desenvolvimento ao nível legislativo e executivo.


Se isto não for feito cada um manterá os seus territórios tradicionais, mas perante a reunificação de toda a direita, incluindo a neo-liberal do PS, restará a milhões de portugueses o caminho das pedras, onde, se sangra, e a outros o da humilhação e da escravização sem retorno, até à revolta dos escravos com resultados não muito previsíveis.


Os dados estão lançados, mas, como é hábito quase todos caminharão segundo o mapa dos seus chips e outros nem se mexerão, e este jogo de roleta russa vai manter-se, mas o tiro da lotaria da morte, mais tarde ou mais cedo cairá sobre o ZÉ.


Coisas que o condicionamento Pavloviano, a dependência consumista, a prisão, de sempre, do pensamento critico e livre, a cobardia, o medo, a hipocrisia e o cinismo explicam. Numa palavra sem cidadãos Livres não há cidadania, nem Futuro, só ESCRAVATURA. O Mundo de hoje e o de amanhã não é estático, parado no ontem. Houve um Abril em Portugal, há a rua árabe e haverá mais contra muitas outras ditaduras esquizofrénicas e todas corruptas.


COISAS... COISAS...


PORTUGUESES....


andrade da silva


PS: Podemos, por ora, julgar que em Belém, talvez se pense que não há, de imediato, o perigo de falência. Perante o silêncio sepulcral do Sr. Presidente, poderá concluir-se que o extrovertido conselheiro de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, hoje, dia 3 de Maio, deve ter transmitido ao país a mensagem que Belém cala: não há um perigo iminente de bancarrota do Estado Português, e que antes disso o governo de gestão pode, constitucionalmente, tomar medidas inadiáveis com o apoio do Presidente. Todavia o governo demissionário, obviamente, por razões eleitoralistas tentará evitar, desde que parte ou a totalidade do ónus não caia no PSD.

1 comentário:

andrade da silva disse...

Complementando:

Para agir é também importante compreender que mais de 70% das pessoas não se sentem exploradas neste sistema, defendem é mais justiça até porque fazem as comparações internacionais. De facto o que se percepciona mais até com dados nos rendimentos é que há 1 a 2% de pessoas escandalosa e imoralmente ricas, daí que haja um debate internacional sobre o Máximo Rendimento Admissível; outras 10% estão muito bem e uma faixa bem superior aos 50% / 60% bem, a faixa de dificuldades e de exclusão fica nos 30% restantes, logo é bom não esquecer a realidade sociológica, psicológica e económica do país.
Seria bom compreender que em termos eleitorais para mexer significativamente com o status quo, para o actual nível de abstenção é preciso convencer e fazer acreditar no que se propõe a 2 milhões de portugueses ,se considerar-se que 3 milhões estão na zona de dificuldades e exclusão e que nos outros 7 milhões há muita gente solidária, se apresentarem-se plataformas alargadas de partidos e cidadãos que defendam a LIBERDADE, A Justiça social, a Dignidade e o Desenvolvimento pode construir-se uma alternativa governativa pela via ELEITORAL, de outro modo os caminhos são outros….
Quem isto não quiser entender ficará onde sempre tem estado e Portugal não sai da alternância em que vive desde há 36 anos, 40 anos poderá ser o período da exaustão máxima, mas pode não ser, pode ser um século ou mais, se nada se alterar.
asilva