domingo, 9 de outubro de 2011

A NOSSA MADEIRA, 9 DE OUTUBRO 2011, UM DIA DE POUCA HISTÓRIA.


Foto: Capela de Santa Catarina no Funchal, um lugar de devoção e peregrinação, por aqui, também passeou o meu pai.




A Vitória de D. Alberto João não traz nenhuma novidade. Na Madeira a democracia é um produto acabado de mero formalismo, e as eleições são um mero plebiscito ao todo poderoso D. Alberto João.

Em Portugal a democracia também é meramente formal, só que aqui referendamos 4 ou 5 listas de deputados, o que, dissolve mais a contradição e o conflito, o que, engana 50% dos portugueses e outros 50% não acreditam nesta democracia, não votam e abstêm-se.

Na Madeira tudo falhou e falha: a liberdade de expressão, a supervisão da governação por todos os órgãos de soberania e dos tribunais; a impunidade de toda a gente que pertence ao PSD. Na Madeira reina, de um ponto de vista politico, uma quase-ditadura que nenhum dignitário de cá e lá têm tido coragem para denunciar claramente.

Quanto à divida também ainda não foram capazes de distinguir a despesa odiosa, da justa, e para onde vai o dinheiro da despesa odiosa. Quanto à campanha querem combater um líder emotivo, com alguma gente ensonada, mas como?

Seja como for, a Vitória de D. Alberto João na Madeira  deve-se ao fracasso dos órgãos de soberania da República, que foram cúmplices deste cenário; da grande aliança da Igreja Católica, mas também pelos meus conterrâneos, na sua maioria, terem referendado todos os devaneios de D. Alberto João e o elegerem, porque acreditam também que é o mais  para continuar a cruzada contra o continente e os " tontos” da oposição, e, assim, defender melhor os meus conterraneos das garras da sanguessuga de Lisboa.

Todavia neste dia, 9 de Outubro de 2011, de pouca história, pode ter-se iniciado o dia da grande história, o do fim do regime jardinista quase-ditatorial.



Mas para que este dia luminoso chegue, e seja participado e construído também pela esquerda, longo e difícil é o seu caminho e a luta a travar, e só há uma alternativa, como tenho repetido, e, naturalmente, sei porque o faço, oiço as pessoas a falarem de par, para par, e, é isto mesmo que têm de fazer- ouvirem e falarem mais com o povo e não falarem para o povo, e saberem distinguir o que foi despesa justa, da danosa.


O povo madeirense, como todos os outros, fazem a diferença, e não aceitam que os políticos não o façam, cheira-lhes a partidarismo, inveja… coisas que o terreno e a vida, vivida em liberdade, dizem.


Todavia,não ilude a questão que sendo a Igreja Católica o principal sustentáculo institucional da sociedade civil do regime, é uma adversária declarada da esquerda, é uma das maiores dificuldades para a esquerda, mas esta aliança tem de ser denunciada.


Mas para salvar a democracia a esquerda e a direita democrática têm de convergir na Madeira, como cá, para que D. Alberto João e todos os eleitos cumpram os seus deveres de servidores do País e defensores dos bens públicos e não de seus destruidores.


andrade da silva


1 comentário:

andrade da silva disse...

Não posso deixar de considerar a declaração de Vitória de Alberto João, como uma peça inexplicavelmente decadente,algo de muito inesperado e que só pareceria ser possível no império centro africano, mas não, também acontece aqui, em Portugal.

Não parece possível estar a acontecer o que está acontecer, mas a verdade é que este/ estes pesadelos exitem por aí. O país esté mesmo podre e nós estamos a ficá-lo.
asilva