Simplesmente para que conste que alguém, em canto ferido, pela névoa, balbuciou, sem eco:
Neste pais, neste mundo de hoje, e de sempre, de gente que não ama que milita, aqui e além, de um modo puramente instrumental, egocêntrico, cheia de medo da orfandade, cobarde e cangada, que desconhece o belo e odeia as verdades nuas e puras, gente que dá guarida a um qualquer ditador, disfarçado ou não, de um grande paladino da paz e dos direitos do povo - que pode esperar uma poeta, uma mulher ou um homem livres que outra sentença a não ser, a que Antónia Ruivo evoca na sua poesia:
“ Chamem-me nada, digam que sou utópica
Digam tudo o que lhes der na real gana
Digam tudo de tudo, deixem atrás a retórica
De que os poetas deste país são gente louca”
É de facto ser utópico, como Galeano descreve, prosseguir a LIBERDADE, A PAZ E O AMOR, que como o horizonte não são alcançáveis entre as pessoas que quiseram, por interesses e depois por dependência, desumanizarem-se.
No mundo de duplos, de robot descarnados e desalmados querer continuar a ser humano, e defender a humanidade é um acto em termos espirituais de pura utopia, e no real social, concreto, sobretudo, neste agonizante Portugal, um acto suicidário, absolutamente louco.
Muito embora, as mulheres e homens livres ardam numa qualquer fogueira de uma qualquer inquisição, é uma dádiva a sua existência, sem as suas mortes e sacrifícios o mundo não “ pulava, nem nunca avançaria”
Abraço e beijos a tão poucos utópicos e poetas loucos que teimam em viver a grande aventura de serem humanos livres, pobros, solidários, amantes. O meu grande Obrigado.
andrade da silva
PS: O galo de Barcelos da foto é muito especial , é um galo-plebeu revoltado com a mer.. que lhe têm feito, o seu
canto não é submisso, é revoltado, esganiçado, peito levantado e cabeça
erguida.
É um galo de
Barcelos de outra loiça DE FERRO FUNDIDO, diria ... Tem outro cantar, outro
galo que fende cabeças e se mantém intacto para muitas outras e sucessivas
lutas.
É invencível, é povo. IMORTAL!
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