Contrariamente
ao que alguns apressados opinadores querem fazer crer, a decadência de Portugal
não é porque existem assassinatos suspeitos, como nas telenovelas, ladrões de
casaca, grave corrupção no aparelho de estado e nas autarquias, leis
que violam grosseiramente a Constituição,
empresários incompetentes e muitos trabalhadores sem mérito, tudo isto, são sintomas visíveis de um quadro nosológico mais grave - a DECADÊNCIA DE UM POVO.
Os sintomas
têm servido, para uns dizerem que os da sua cor são os bons ladrões, os outros,
das outras cores, é que sim, são mesmo os verdadeiros maus da fita, mas tudo
isto esconde a verdadeira raiz da
decadência de Portugal, que Eça de Queiroz,
no século XIX, identificou-a, como a PIOLHEIRA NACIONAL, e, hoje, pode dizer-se que
o seu DNA é a INCOMPETÊNCIA, A IMORALIDADE de uma pseudo-elite, sectária,
fechada, muito pouco inteligente que avança para o Futuro de costas, esquecendo
que se o passado e toda a memória, toda, mesmo toda, são muito importantes, o FUTURO TEM DE SER,
SEMPRE, INVENTADO E NÃO REINVENTADO E, MUITO MENOS, QUALQUER REPOSIÇÃO DE
TRÁGICAS TRAGÉDIAS.
A falta de
um grupo de liderança leva mais, a que se aplique um esforço extraordinário na
denúncia imperativa de meia dúzia de
luminárias criminosas, que os tribunais e os advogados vão canonizar, e menos trabalho,
empenho aberto e sincero na audição do POVO - o que, é diferente de o bombardear,
com a verdade incontestada - para mudar
este sistema politico, podre, corrupto e caduco que de facto não consegue gerar dentro de si nenhuma alternativa.
Infelizmente
as burguesias snobes copiam-se
umas às outras, e só se digladiam por inveja, pelo poder, por não estarem onde
os outros - os do poder – estão, para serem tão iguais, tão autistas, sugadores
dos bens públicos e ditadores, como eles, isto, a fazer fé nos seus
comportamentos reais, e, como também Marx disse, o único critério de verdade é
a PRÁXIS – objecto primordial da análise do materialismo histórico. Logo ….
andrade da silva
Foto: de Fernando Barbosa Ribeiro.
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