terça-feira, 8 de novembro de 2011

DIA SEM DIA.



E o dia não alvoreceu.
Dia escuro,
dia de dor,
dia de rebentar por dentro,
dia sem dia,
dia ausente,
dia frio, chuvoso,
dia sem sol, mar e sal,
dia gémeo dos dias dos sem abrigo,
dia te encontro contigo -
ninguém.
Um dia sem dia.
Um dia de todos os ninguéns.
o meu, o teu dia, o nosso dia, dos que não existem.
Irmã, irmão só do gelo que te cobre,
estou protegido, numa concha,
que comparada com os teus nadas,
é de oiro, incenso e mirra.
Abraço-te - 
Ninguém.

andrade da silva

2 comentários:

José-Augusto de Carvalho disse...

Excelente!
Grande abraço.
José-Augusto

andrade da silva disse...

abraço. obrigado.
asilva