A mancha de
lodo, que cobre a justiça com casos como os do: Sr. Isaltino, BPN, face
oculta etc., aumenta, agora, com o caso de Duarte Lima, em que a defesa quer retirar
do processo as guias de transferência da estranha quantia de 5 milhões de euros
da conta da vitima, para a conta bancária daquele.
Também o silêncio
em que caiu a questão da Madeira é revelador desta situação
Todavia este
putrefacto lodo que passa ao lado de
tanta gente que esquece ( porquê?, pergunta misteriosa) que é por aqui que a democracia poderá perder-se,
porque esta doente justiça apunhala a democracia, e cria
uma pocilga muito pouco suportável e aceitável pela Instituição militar.
Quando há gente
a despropósito a falar de golpes militares, o país e os governantes deviam ter
em conta três factores:
1 – A Instituição
militar convive mal com o caos, e muitos têm dificuldades em entenderem greves
por melhores salários com grandes repercussões na vida dos cidadãos, por trabalhadores que, supostamente, ganham 3000€/mês,
ou seja, mais do que qualquer militar, seja qual for o seu posto ou função no
território Nacional;
2 – Convive muito
mal, sobretudo os oficiais mais jovens do posto de coronel para baixo, com a
impunidade dos crimes de corrupção;
3 – Convive excepcionalmente
mal com o facto de, contra o que é a
norma nos países da NATO, as forças Armadas não serem devidamente valorizadas
pelos governos em Portugal.
Na minha opinião,
que saí das Forças Armadas em 2008, dizer frases bombásticas que vão para além dos
parâmetros de análise deste tipo são pura palhaçada e tonteira narcisista.
Mas é também
importante referir que neste quadro de degradação social é muito
grave que o PS não exerça uma acção firme
e esclarecedora de oposição. Esta ausência, associada à recuperação do
discurso ruralista pelo Sr. Presidente da República, pode ter efeitos no aumento de nervosismo das Forças Armadas, em relação
às manifestações de rua e greves, pela leitura quase automática que essas
acções são dirigidas pelo PCP e seus aliados, para destabilizar a situação
politica, o que, na ausência do PS é
quase uma leitura fatal.
De qualquer
modo, as Forças Armadas, ao que me parece, estão muito distantes das frases que
alguns andam por aí a dizer. Todavia é bom saber-se que desde 1989 os
sucessivos governos têm penalizado, de um modo muito grave, os militares,
sobretudo ao nível das remunerações.
Naquela data
os vencimentos dos coronéis estavam alinhados com os dos juízes e professores
universitários, e em 2008, os ordenados
daqueles estavam a meio da tabela dos
grupos de referência, o que, sendo grave, agrava-se ainda mais com os cortes de 2012, isto, para
além das limitações operacionais que naturalmente provocam frustrações.
andrade da silva
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