quinta-feira, 10 de novembro de 2011

LODO NA JUSTIÇA, INSTABILIDADE SOCIAL, AUSÊNCIA DO PARTIDO SOCIALISTA E FORÇAS ARMADAS.






A mancha de lodo,  que cobre a justiça com  casos como os do: Sr. Isaltino, BPN, face oculta etc., aumenta, agora, com o caso de Duarte Lima, em que a defesa quer retirar do processo as guias de transferência da estranha quantia de 5 milhões de euros da conta da vitima, para a conta bancária daquele.

Também o silêncio em que caiu a questão da Madeira é revelador desta situação

Todavia este putrefacto  lodo que passa ao lado de tanta gente que esquece ( porquê?, pergunta misteriosa)  que é por aqui que a democracia poderá perder-se, porque  esta  doente justiça apunhala a democracia, e cria uma pocilga muito pouco suportável e aceitável pela Instituição militar.

Quando há gente a despropósito a falar de golpes militares, o país e os governantes deviam ter em conta três factores:

1 – A Instituição militar convive mal com o caos, e muitos têm  dificuldades em  entenderem   greves por melhores salários com grandes repercussões na vida dos  cidadãos, por  trabalhadores que, supostamente, ganham 3000€/mês, ou seja, mais do que qualquer militar, seja qual for o seu posto ou função no território Nacional;

2 – Convive muito mal, sobretudo os oficiais mais jovens do posto de coronel para baixo, com a impunidade dos crimes de corrupção;

3 – Convive excepcionalmente  mal com o facto de, contra o que é a norma nos países da NATO, as forças Armadas não serem devidamente valorizadas pelos governos em Portugal.

Na minha opinião, que saí das Forças Armadas em 2008,  dizer frases bombásticas que vão para além dos parâmetros de análise deste tipo são pura palhaçada e tonteira narcisista.

Mas é  também  importante  referir que  neste quadro de degradação social é muito grave que o PS não exerça uma acção firme  e esclarecedora de oposição. Esta ausência, associada à recuperação do discurso ruralista pelo Sr. Presidente da República, pode ter efeitos no  aumento de nervosismo das Forças Armadas, em relação às manifestações de rua e greves, pela leitura quase automática que essas acções são dirigidas pelo PCP e seus aliados, para destabilizar a situação politica, o que, na ausência do PS  é quase uma leitura fatal.

De qualquer modo, as Forças Armadas, ao que me parece, estão muito distantes das frases que alguns andam por aí a dizer. Todavia é bom saber-se que desde 1989 os sucessivos governos têm penalizado, de um modo muito grave, os militares, sobretudo ao nível das remunerações.

 Naquela data  os vencimentos dos coronéis  estavam alinhados com os dos juízes e professores universitários, e em 2008,  os ordenados daqueles  estavam a meio da tabela dos grupos de referência, o que, sendo grave, agrava-se  ainda mais com os cortes de 2012, isto, para além das limitações operacionais que naturalmente provocam frustrações.

andrade da silva




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