Amigas e
Amigos
Os meus
mortos, que trago comigo: os meus pais, alguns amigos, ensinaram-me algo de extraordinário,
que, apesar da sua evidência e simplicidade, nos passam, tantas vezes, ao lado -
somos muito finitos, e, quando, alguém que amamos parte, descobrimos que nos faltou tempo para fazer, o
que necessitava de tão pouco tempo, que era viver mais e melhor com os nossos
pais, os nossos filhos e amigos; vivermos
com e por eles, de um modo mais liberto,
deixando o nosso coração e alma dizerem todas as palavras do nosso léxico de
amor.
Quando
partem sentimos que nos faltou tempo,
para os amar mais e mais proximamente, e, ainda mais com as mãos, os corações e as almas
entrelaçadas, contrariamente, vivemos, tantas
e tantas vezes, ao lado ou contra, porque a ideologia, a religião, a ocupação e
o que julgamos mais importante que o amor e amizade nos desviam do amor: dos
seus céus e abismos.
Quando assim
fazemos, fazemos tudo errado, e morremos. Depois, quando queremos viver com quem amamos, ou
recuperar a vida, já nada mais nos resta que a morte.
Amanhã, pode
ser demasiado tarde, para vivermos com os nossos pais, filhos e amigos, logo:
Amemo-nos sobre todos os penhascos.
Estou certo
que se fizermos isto, seremos felizes, aconteça o que acontecer, e o caminho
certo, luminoso, esplendoroso, amigas e
amigos, é tão simples: AMAR, AMAR, AMAR SEMPRE.
A ti que és
meu amigo, mas também a ti que me
acusas, sem nunca de ter ofendido, deixo o que me parece luminosidade do fundo dos
tempos e da Eternidade, e deixo-vos com e
por amor - Só a beleza e o amor
podem salvar a humanidade e o homem concreto, individual e também colectivo.
andrade da silva
PS: Foto - composição de Mariana Carvão. Obrigado.
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