Para além do que vierem a dizer os escribas e os descontrutores da verdade e da realidade, os factos estão aí:
1- A manifestação dos militares nunca poderá ser instrumentalizada por qualquer partido, personalidade ou organismo, face à grande qualidade de cidadania dos nossos concidadãos e meus camaradas que estiveram no terreno, nas ruas. As acções dos militares são feitas sempre, também, por motivos patrióticos e com os olhos, a alma e o coração postos na Pátria e na Constituição da República;
2- Eram imensos militares à civil, mas militares e antigos combatentes dos três ramos, de todos os postos e de todas as situações: activo, reserva e reforma, sem nenhum sofisma;
3 -Foi uma manifestação esplendorosa e forte, com muitos jovens, mas mesmo que só estivesse um militar, nenhum mentiroso , ou escriba poderia iludir a questão que crassa, desde há muitos anos, um grave descontentamento dentro das Forças Armadas, pela grave falta de respeito pelos militares e a Instituição, desde a falta de uma reestruturação inteligente, eficiente e eficaz, ao"modus operendi", às remunerações e à a assistência na saúde etc.
4- Os militares, como cidadãos e as Forças Armadas, como Instituição com responsabilidades bem definidas na constituição e na alma dos militares não os deixa indeferentes às graves falhas do estado de direito no combate à corrupação, a evasão fiscal, ao enriquecimento ilícito e à falta de justiça fiscal, factos que penalizam a grande a maioria do povo, prejudicando e eficácia geral do país e do bem-estar das pessoas.
Esta manifestação é um evidente sintoma de uma grave anomalia no Estado, na sua relação com as Forças Armadas, mas também um sinal importante que a Forças Armadas não se alheiam dos problemas do país e das soluções para os mesmos, que têm de respeitar parâmetros muito importantes para os militares: o respeito pela Constituição e a Independência Nacional.
Como apontamento do esplendor e luminosidade da democracia, está o facto que a esta mesmo hora havia outras manifestações e túnicas a cantarem belas canções no Chiado.
Todavia a democracia plena exige mais participação do povo nas decisões; mais informação,menos manipulação; justiça igual para todos.
Todavia, seria bom não iludir a realidade em nenhum sentido, nem dos golpe militares, nem de que vivemos numa democracia adulta e robustecida, são ilusões perigosas. Como parece claro, no actual estado a democracia está reduzida as dimensões importantes, mas limitadas: direito mais a votar, ou seja, em boa verdade, a REFERENDAR as listas dos seguidistas dos partidos, escolhidas por 0,000000...% dos cidadãos - uma ignomínia, do que a ser eleito; direito a manifestar-se, mas a não ser ouvido, como revela a evidente (in)compreensão do Sr. 1º Ministro, quando afirma que compreende que se manifestem que se indignem PELO ESTADO A QUE CHEGÁMOS ( responsabilidade de outrem, um ser mítico, qualquer), mas se mobilizem, para executarem as medidas de salvação, estas, sim da sua responsabilidade, e logo sapientes, justas, óptimas.
Só que se nesta indignação está inscrito o mal-estar pelos buracos, está também o grito contra a injustiça da receita, para resolver o tumor. Receita que é protototalitária e pró subdesenvolvimento. Subdesenvolvimento em que caímos e nos afogamos, e se nada se fizer, 6.666.666 portugueses morrerão, como cidadãos, e muitos mesmo fisicamente de fome, desespero, doença e suicídio.
Enfim, que mais posso dizer que seja justo e libertador!?...
andrade da silva
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