É preciso dizer, com
toda a clareza, que quem esqueceu, que os portugueses soldados enviados para
África, para a guerra, foram por Portugal, foi o Governo de Salazar.
Salazar esqueceu os militares por completo, e,
sobretudo os que por lá tombaram até 1969.
O Salazarismo tratava como seres menores os feridos, porque
já não podiam contar com eles para alcançar a vitória sobre o terrorismo. Eram
uns derrotados, e, como tal, não faziam
parte da gloriosa história Pátria que o salazarismo defendia incorporar.
O 25de Abril 74, criou o quadro legal e um conjunto de
infra-estrururas para acolher e tratar o melhor possível os antigos
combatentes, e, em momentos diferentes fez maiores esforços para resolver esta
questão.
As leis foram, em muitos casos, muito justas, só que depois esbarraram com a falta
de meios financeiros e técnicos para as
efectivar.
O problema é muito complexo. Todavia em relação ao passado os cidadãos portugueses mandados para a guerra
não podem ser vitimas duplamente: vítimas dos ferimentos de guerra e vítimas também, porque
houve falhas graves no registo dos seus acidentes. Falha grave que o Estado tem
de assumir, sem nenhuma hesitação, nos casos de ferimentos e nos casos de
stresse de guerra tem de ser muito mais célere na pesquisa e descoberta da
etiologia do mesmo e do seu nexo de causalidade, não há outra alternativa
justa, moral e digna.
O trabalho que coordenei apresenta propostas para resolver
este imbróglio e, sobretudo, para que se faça o que devia ter sido feito e não
foi, a fim de não se repetir este cenário, muito primário, com o militares das
Forças Nacionais Destacadas e outros contingentes, mesmo os do serviço normal.
A investigação feita pretende criar alternativas, para se fechar o dossier da
guerra colonial, mas também precaver o Futuro, e, por isto, deveria ser cuidadosamente
estudada.
andrade da silva
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