quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A QUESTÃO GEO-ESTRATÉGICA NOS DESCOBRIMENTOS. ENSINAMENTOS PARA HOJE.




A propósito de uma intervenção numa tertúlia.


A questão da geo-estratégia levantada por um nosso companheiro tertuliano, merecendo um mais apurado desenvolvimento, parece-me,  que se pode dizer que esse pensamento existe com D. João II, e que está materializado no tratado de Tordesilhas que é em data muito oportuna assinado..

 Pensamento já existente, por isso,  D. João II esconde a descoberta do Brasil em 1492, por João Coelho, e através de um erro grosseiro "voluntário",  se vai dizer que a sua descoberta acontece  em 1500, por Pedro Álvares Cabral, depois de assinado o tratado de Tordesilhas,  em 1498, exactamente nos termos em que  foi, para permitir a Portugal a posse daquelas terras de Santa Maria.

Também a descoberta do caminho marítimo para  a Índia está dentro deste extraordinário conceito de geo- estratégia de dividir o mundo a descobrir por Portugal e Espanha, com o beneplácito do Papa -  então, as terras virgens que seriam muitas, eram propriedade de Deus, logo do seu representante na Terra , o papa –.

Portugal dono de meio mundo é de facto algo de uma genialidade estratégica excepcional - face à ideia existente que os mares estariam cheios de terras a descobrir.

A descoberta do caminho marítimo para a Índia cai dentro deste maravilhoso plano, pois sendo as especiarias das índias, o oiro da altura que melhor poderia acontecer que as ir buscar directamente ao oriente, substituindo nesse negócio os árabes.

Também corresponde a uma necessidade estratégica criar meios de subsistência para um povo. Se a terra de que dispõe é pouca, estando à beira dos mares, é de a eles se fazer,  até porque se sabe que há terras, ou mesmo por uma questão de ousadia.

 Pensamento estratégico este que falta ao actual governo, está atrasado  séculos. 

Perante a exiguidade, um governo não diz emigrem, pode é fazer  outra coisa, uma  emigração política, acompanhada, ou seja, o governo Português através de acordos coloca portugueses no mundo, com um bilhete de regresso, não os abandona a uma aventura incerta, Naqueles tempos  os réis acompanhavam os que partiam, com eles ia Portugal, o reino.

Na minha opinião, o pensamento geo-estratágico da expansão marítima está condensado no tratado de Tordesilhas e nos seus muito brilhantes pressupostos, e na sua própria produção, daí o cognome de príncipe perfeito de  D. João II. 

De facto é muito surpreendente como uma pessoa  - um conjunto de pessoas - pudesse naquele tempo ter tanta e tão grande visão -surpreendente.

E que falta nos faz termos alguém  hoje com tal categoria cognitiva, coragem e liderança!

andrade da silva


2 comentários:

Anónimo disse...

Eu choro o meu país e o despedimento que nos bateu à porta.

"De facto é muito surpreendente como uma pessoa - um conjunto de pessoas - pudesse naquele tempo ter tanta e tão grande visão -"

já naquele tempo...:)

andrade da silva disse...

Infelizmente, mas ...