quarta-feira, 6 de junho de 2012

(SE) O FIM DA PICADA, IMPLOSÃO SOCIAL ….. (ENTÃO) PRESIDENTE DA REPÚBLICA, FORÇAS ARMADAS, QUE MISSÃO?


                                               Nota Introdutória:
  Estes textos inserem-se no estrito papel de cidadania de um cidadão comum, como o repete Nuno Melo, que é também o meu caso, e como se diz num diálogo no filme: Legalmente loira 2,  uma voz singular, encontra sempre ecos no espaço cósmico, o que, também  não dá qualquer garantia de eficácia, mas …


Em Portugal, como tenho dito, apesar do colossal e enganoso paradoxo de que tudo à superfície parece estar bem -  a vida da generalidade das pessoas decorre com pachorrenta normalidade - será preciso olhar mais fundo, e não se deixar enganar por aquilo que pode ser mais aparente do que real, e,  como todos os sinais indicam, não há tranquilidade ao nível dos grupos sociais que dividem o poder entre si, facto  que, mais tarde ou mais cedo, arrastará o país, através de uma qualquer crise politica, a somar à crise moral e económica que estamos a viver.

Nesta nebulosa, sem vírgulas, aspas, metáforas, mas com a máxima precisão que os conhecimentos da História, da sociologia e a moralidade permitem, é preciso dizer que: DESEMPREGO ALARMANTE e sem solução; Corrupção; Impostos excessivos sobre a classe média e o povo, em geral; e uma SEVERA HUMILHAÇÂO perante potências estrangeiras - a UE, O FMI e a  Alemanha - que nos governam, através de funcionários cinzentos e arrogantes; a que se junta uma gravíssima crise de moralidade e patriotismo, constituem uma BOMBA ATÓMICA SOCIAL espoletada que rebentará ou não: se rebentar teremos  a implosão social, com destruição criativa, ou com  o caos que só pode acabar numa DITADURA;  se não rebentar, mas a mancha de lodo e medo se estender cada vez mais, teremos um  país de concidadãos que deixaram de o ser, para descerem à qualidade de sombras de cidadãos- mortos-adiados.

A resposta está no Futuro, a curto ou médio prazo, mas talvez já no curto prazo. Todavia seria importante trabalhar para evitar o pior, e o pior será mesmo a Europa e Portugal não mudarem  a rota politica. A que seguimos é da tragédia, não há retorno a uma situação de normalidade: sem um combate sério à corrupção;  a reposição da honorabilidade do estado e de todos os seus agentes e sem uma politica de crescimento e de emprego.

Não há salvação  com o IMENSO E COLOSSAL número de desempregados,  sejam 14,9 %, como quer sublinhar o Sr. Presidente da República, quer sejam os 700 mil, ou um milhão, seja um número, ou outro, a situação é de uma gravidade extrema, porque para tanto desemprego NÃO HÁ SOLUÇÂO, pela via tradicional,  nem em 5,10 ou 15 anos, como todos sabem, e só a Dra. Teodora refere.

Muitas  centenas de   milhares de desempregados  têm qualificações para trabalharem no sector do imobiliário, e nas actividades a montante e jusante, ora, foram   também as bolhas   do imobiliário que estiveram na   base desta crise e, ainda  a bolha   espanhola deve  lançar a Espanha na rota dos resgate da UE/ Alemanha e FMI, pelo que, além de um COLOSSAL PROGRAMA DE EMPREGO EUROPEU, será preciso estrategicamente definir as actividades económicas do Futuro, e formar trabalhadores para essas actividades, recolocando a formação profissional na rota da excelência, onde, é capaz de só ter estado por excepção.  Mais  frequentemente terá  sido um grande embuste para dar milhões de euros a formadores ( 100 a 150 € por sessão, com uma média de 20 sessões/ mês por formador) e empresas de formação, realidade que deve constituir um profundo e vergonhoso escândalo que ninguém mexe, porque o bolo está muito bem repartido por: empresários, sindicatos, formadores e por vezes formandos, mas é absolutamente necessário mexer neste pântano, para criar alguns milhares de postos de trabalho com qualidade, baseados em grandes empresas, como a auto-europa.

Todavia perante esta tragédia social, politica e económica só têm sido adiantadas medidas de austeridade que aumentam o desemprego, tornando-o cada vez mais insolúvel, o que,  no espaço de poucos anos excluirá imensa gente do mercado de trabalho, levando dezenas, centenas de milhar de cidadãos: ou para a esfera do apoio social do estado,  que a médio prazo entrará irreversivelmente em falência, situação agravada  pela grave queda da receita do estado; ou este mar de gente, por falta de apoios da segurança  social,  engrossará    a cifra negra dos miseráveis, elevando-a , de um modo significativo,  para além dos 20%, e, como todos sabem, nenhum regime democrático pode manter a paz social, quando a miséria grave se aproxima dos 30%.

 Também será difícil manter a paz social,  quando o país passa a ser predominantemente de pensionistas e desempregados, porque  para o Estado manter as suas funções vitais: saúde, segurança, educação etc. terá de ser ainda mais sanguessuga, mesmo, vampiro, nos impostos, e,  aqui, em Portugal,  já  não haverá país para tamanho desaforo, face aos baixo vencimentos e custo de vida.

Neste quadro muito complexo, há verdades muito simples, como a de podermos estar a chegar ao fim da picada, quanto à nossa realidade  dos últimos anos, isto é,  não é nenhuma ficção  politica e sociológica pôr a questão da implosão social e,  nesta circunstância, compete aos cidadãos- militares fazerem uma reflexão muito séria, patriótica e multidimensional, à realidade do nosso país. As coisas estão a acontecer, não é sonho, nem pesadelo, é realidade que pode ser olhada, basta querer ver.

Seria um erro trágico que, através de um acesso suspeito a regalias de última hora, as Forças Armadas fossem instrumentalizadas no sentido de interpretarem que  as movimentações sociais sejam facilmente catalogadas como ANARQUIA, fomentada por anarquistas, comunistas, bloguistas e outra gente de “mau porte”. Esta visão redutora dos desastres que o futuro nos pode reservar, seria uma tragédia maior para o país e para as Forças Armadas.

Como dizia Gil Vicente, em 1500, a arte da adivinhação cabe aos deuses, a nós, os terrenos, olhando para a História portuguesa dos últimos 100 anos, o que se passa no Egipto, ou na Síria, leva a sugerir que se reflicta sobre o papel do  Sr. Presidente da República e das Forças Armadas numa situação de particular gravidade que seria bom que nunca se viesse a pôr, mas para isso é preciso regressar com uma URGÊNCIA TOTAL à moralidade no estado e nas relações entre os  agentes do estado e os cidadãos, para o que, todas as instituições, cidadãos,  Forças Amadas e o Sr. Presidente da República, no  seu caso por imperativo constitucional, devem cumprir as suas obrigações para SALVAREM A REPÚBLICA, A DEMOCRACIA E A INDEPENDÊNCIA NACIONAL, dos tumores que as corroem.

Mas se tudo falhar e a mais grave crise vier a acontecer, se verificará a importância determinante do Presidente da República na  sua superação  e no comando patriótico das Forças Armadas.  

Mas aconteça o que acontecer, a reflexão sobre as qualidades políticas, morais e patrióticas de quem vier a ocupar a Presidência da República tem de ser feita, e desta reflexão, como o dever de vir exercer essa missão, de modo algum, podem  ser excluídos,  ou se autoexcluírem  os cidadãos militares, até porque, referências  de vincada importância para o exercício das funções de Presidente da República podem colher-se no comportamento do General Ramalho Eanes. O futuro deve ser pensado já hoje, para que possa acontecer amanhã.

Se ainda mais má fortuna nos bater à porta, a Constituição na sua Alma e nos seus artigos: 273, 275 : (As forças Armadas estão ao serviço do povo, responsáveis pela defesa  militar da República e garantem  o respeito da ordem Constitucional e das instituições democráticas) indicam o caminho da  honra e da lealdade  a seguir às Forças Armadas,  sempre sob o comando político-militar: quer na situação de normalidade constitucional, quer no estado de sitio ou emergência do Sr. Presidente da República, e os seus comandantes operacionais serão sempre os Chefes dos Estados Maiores, e nenhum gabinete de crise e, ou qualquer comando das Forças de Segurança.

 As Forças Armadas são o garante  maior da defesa da Pátria e da República, e nunca uma força de reserva das forças de Segurança, em que o seus chefes supremos são os ministros. Qualquer inversão nestas subordinações não pode ser nunca aceite, e deve ser atalhada,  face aos  vários caminhos, porque se poderá atingir  tão nefastos  objectivos: um dos quais seria  a diminuição de efectivos e da anulação da logística: supressão de equipamentos, armas e meios de transporte, e, outro, através  das leis regulamentares sobre o estado de sitio ou de emergência.

Cabe a todos, mas nomeadamente ao Sr. Presidente da República, como árbitro em  eventuais conflitos entre população e o governo, e ao Chefe do Estado Maior General das Força Armadas, nos termos constitucionais darem muita, muitíssima, atenção à situação interna e externa de Portugal, e quanto à externa, o Sr. General Loureiro dos Santos referiu  claramente os perigos de um vazio militar em Portugal, na minha opinião,  de um modo muito particular,  quanto aos graves riscos da  fronteira sul da Europa.

Finalmente confesso que tenho a  sensação de que quase tudo está dito. Prouva  que todos estejam a fazer o que deve ser feito, perante um país tão absorvido na sobrevivência do quotidiano, mas !?…
3 junho 2012

andrade da silva

PS: Publicado na página do facebook da AOFA, e  difundido, por amabilidade da Direcção da A25A, aos seus associados, o que, se regista com muito apreço e agradecimento para bem, como se deseja, de Portugal e dos portugueses.


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