Nota
Introdutória:
Estes
textos inserem-se no estrito papel de cidadania de um cidadão comum, como o
repete Nuno Melo, que é também o meu caso, e como se diz num diálogo no filme:
Legalmente loira 2, uma voz singular,
encontra sempre ecos no espaço cósmico, o que, também não dá qualquer garantia de eficácia, mas …
Em Portugal, como tenho
dito, apesar do colossal e enganoso paradoxo de que tudo à superfície parece estar
bem - a vida da generalidade das pessoas
decorre com pachorrenta normalidade - será preciso olhar mais fundo, e não se
deixar enganar por aquilo que pode ser mais aparente do que real, e, como todos os sinais indicam, não há tranquilidade
ao nível dos grupos sociais que dividem o poder entre si, facto que, mais tarde ou mais cedo, arrastará o país,
através de uma qualquer crise politica, a somar à crise moral e económica que
estamos a viver.
Nesta nebulosa, sem vírgulas,
aspas, metáforas, mas com a máxima precisão que os conhecimentos da História,
da sociologia e a moralidade permitem, é preciso dizer que: DESEMPREGO ALARMANTE
e sem solução; Corrupção; Impostos excessivos sobre a classe média e o povo, em
geral; e uma SEVERA HUMILHAÇÂO perante potências estrangeiras - a UE, O FMI e a
Alemanha - que nos governam, através de
funcionários cinzentos e arrogantes; a que se junta uma gravíssima crise de
moralidade e patriotismo, constituem uma BOMBA ATÓMICA SOCIAL espoletada que
rebentará ou não: se rebentar teremos a implosão
social, com destruição criativa, ou com
o caos que só pode acabar numa DITADURA; se não rebentar, mas a mancha de lodo e medo
se estender cada vez mais, teremos um país de concidadãos que deixaram de o ser,
para descerem à qualidade de sombras de cidadãos- mortos-adiados.
A resposta está no
Futuro, a curto ou médio prazo, mas talvez já no curto prazo. Todavia seria
importante trabalhar para evitar o pior, e o pior será mesmo a Europa e
Portugal não mudarem a rota politica. A
que seguimos é da tragédia, não há retorno a uma situação de normalidade: sem
um combate sério à corrupção; a
reposição da honorabilidade do estado e de todos os seus agentes e sem uma
politica de crescimento e de emprego.
Não há salvação com o IMENSO E COLOSSAL número de
desempregados, sejam 14,9 %, como quer
sublinhar o Sr. Presidente da República, quer sejam os 700 mil, ou um milhão,
seja um número, ou outro, a situação é de uma gravidade extrema, porque para
tanto desemprego NÃO HÁ SOLUÇÂO, pela via tradicional, nem em 5,10 ou 15 anos, como todos sabem, e só
a Dra. Teodora refere.
Muitas centenas de
milhares de desempregados têm
qualificações para trabalharem no sector do imobiliário, e nas actividades a
montante e jusante, ora, foram também as bolhas do
imobiliário que estiveram na base desta
crise e, ainda a bolha espanhola deve lançar a Espanha na rota dos resgate da UE/
Alemanha e FMI, pelo que, além de um COLOSSAL PROGRAMA DE EMPREGO EUROPEU, será
preciso estrategicamente definir as actividades económicas do Futuro, e formar trabalhadores
para essas actividades, recolocando a formação profissional na rota da excelência,
onde, é capaz de só ter estado por excepção. Mais frequentemente terá sido um grande embuste para dar milhões de
euros a formadores ( 100 a 150 € por sessão, com uma média de 20 sessões/ mês
por formador) e empresas de formação, realidade que deve constituir um profundo
e vergonhoso escândalo que ninguém mexe, porque o bolo está muito bem repartido
por: empresários, sindicatos, formadores e por vezes formandos, mas é
absolutamente necessário mexer neste pântano, para criar alguns milhares de
postos de trabalho com qualidade, baseados em grandes empresas, como a
auto-europa.
Todavia perante esta tragédia
social, politica e económica só têm sido adiantadas medidas de austeridade que
aumentam o desemprego, tornando-o cada vez mais insolúvel, o que, no espaço de poucos anos excluirá imensa
gente do mercado de trabalho, levando dezenas, centenas de milhar de cidadãos:
ou para a esfera do apoio social do estado, que a médio prazo entrará irreversivelmente em
falência, situação agravada pela grave
queda da receita do estado; ou este mar de gente, por falta de apoios da
segurança social, engrossará
a cifra negra dos miseráveis, elevando-a , de
um modo significativo, para além dos
20%, e, como todos sabem, nenhum regime democrático pode manter a paz social,
quando a miséria grave se aproxima dos 30%.
Também será difícil manter a paz social, quando o país passa a ser predominantemente de
pensionistas e desempregados, porque
para o Estado manter as suas funções vitais: saúde, segurança, educação
etc. terá de ser ainda mais sanguessuga, mesmo, vampiro, nos impostos, e, aqui, em Portugal, já não
haverá país para tamanho desaforo, face aos baixo vencimentos e custo de vida.
Neste quadro muito
complexo, há verdades muito simples, como a de podermos estar a chegar ao fim
da picada, quanto à nossa realidade dos
últimos anos, isto é, não é nenhuma
ficção politica e sociológica pôr a
questão da implosão social e, nesta
circunstância, compete aos cidadãos- militares fazerem uma reflexão muito séria,
patriótica e multidimensional, à realidade do nosso país. As coisas estão a
acontecer, não é sonho, nem pesadelo, é realidade que pode ser olhada, basta
querer ver.
Seria um erro trágico
que, através de um acesso suspeito a regalias de última hora, as Forças Armadas
fossem instrumentalizadas no sentido de interpretarem que as movimentações sociais sejam facilmente
catalogadas como ANARQUIA, fomentada por anarquistas, comunistas, bloguistas e
outra gente de “mau porte”. Esta visão redutora dos desastres que o futuro nos
pode reservar, seria uma tragédia maior para o país e para as Forças Armadas.
Como dizia Gil Vicente,
em 1500, a arte da adivinhação cabe aos deuses, a nós, os terrenos, olhando
para a História portuguesa dos últimos 100 anos, o que se passa no Egipto, ou
na Síria, leva a sugerir que se reflicta sobre o papel do Sr. Presidente da República e das Forças
Armadas numa situação de particular gravidade que seria bom que nunca se viesse
a pôr, mas para isso é preciso regressar com uma URGÊNCIA TOTAL à moralidade no
estado e nas relações entre os agentes do
estado e os cidadãos, para o que, todas as instituições, cidadãos, Forças Amadas e o Sr. Presidente da República,
no seu caso por imperativo
constitucional, devem cumprir as suas obrigações para SALVAREM A REPÚBLICA, A
DEMOCRACIA E A INDEPENDÊNCIA NACIONAL, dos tumores que as corroem.
Mas se tudo falhar e a
mais grave crise vier a acontecer, se verificará a importância determinante do
Presidente da República na sua superação
e no comando patriótico das Forças
Armadas.
Mas aconteça o que
acontecer, a reflexão sobre as qualidades políticas, morais e patrióticas de
quem vier a ocupar a Presidência da República tem de ser feita, e desta
reflexão, como o dever de vir exercer essa missão, de modo algum, podem ser excluídos, ou se autoexcluírem os cidadãos militares, até porque, referências de vincada importância para o exercício das
funções de Presidente da República podem colher-se no comportamento do General
Ramalho Eanes. O futuro deve ser pensado já hoje, para que possa acontecer
amanhã.
Se ainda mais má
fortuna nos bater à porta, a Constituição na sua Alma e nos seus artigos: 273,
275 : (As forças Armadas estão ao serviço do povo, responsáveis pela
defesa militar da República e garantem o respeito da ordem Constitucional e das
instituições democráticas) indicam o caminho da honra e da lealdade a seguir às Forças Armadas, sempre sob o comando político-militar: quer
na situação de normalidade constitucional, quer no estado de sitio ou emergência
do Sr. Presidente da República, e os seus comandantes operacionais serão sempre
os Chefes dos Estados Maiores, e nenhum gabinete de crise e, ou qualquer
comando das Forças de Segurança.
As Forças Armadas são o garante maior da defesa da Pátria e da República, e
nunca uma força de reserva das forças de Segurança, em que o seus chefes
supremos são os ministros. Qualquer inversão nestas subordinações não pode ser
nunca aceite, e deve ser atalhada, face
aos vários caminhos, porque se poderá atingir
tão nefastos objectivos: um dos quais seria a diminuição de efectivos e da anulação da
logística: supressão de equipamentos, armas e meios de transporte, e, outro,
através das leis regulamentares sobre o estado
de sitio ou de emergência.
Cabe a todos, mas nomeadamente
ao Sr. Presidente da República, como árbitro em eventuais conflitos entre população e o governo,
e ao Chefe do Estado Maior General das Força Armadas, nos termos
constitucionais darem muita, muitíssima, atenção à situação interna e externa
de Portugal, e quanto à externa, o Sr. General Loureiro dos Santos referiu claramente os perigos de um vazio militar em
Portugal, na minha opinião, de um modo
muito particular, quanto aos graves
riscos da fronteira sul da Europa.
Finalmente confesso que
tenho a sensação de que quase tudo está
dito. Prouva que todos estejam a fazer o
que deve ser feito, perante um país tão absorvido na sobrevivência do quotidiano,
mas !?…
3 junho 2012
andrade da silva
PS: Publicado na página do facebook da AOFA, e difundido, por amabilidade da Direcção da A25A, aos seus associados, o que, se regista com muito apreço e agradecimento para bem, como se deseja, de Portugal e dos portugueses.
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