quarta-feira, 7 de novembro de 2012

DESTE PORTO PARTIU O SARDINHA




Eram 17 e 15, deste dia 6 de Novembro de 2012, fazia Sol, o céu estava azul: um dia suave e lindo, quando tu caro amigo e camarada Sardinha deste porto – Alto de S. João – partiste, para a viagem sem regresso.

Os teus familiares choravam o  teu precoce  regresso ao Quartel da eternidade; os nossos camaradas militares de cavalaria sinalizavam o teu percurso, entre nós, como militar; o Carvalhão e eu, marcávamos a presença dos cadetes de 66 e 67 que contigo conviveram.

Falei ao Carvalhão  e ao coronel de cavalaria da chuva de ovos que em 1976, na Madeira,  sofreste com a tua companhia de Policia Militar, junto ao Teatro Municipal, para defenderes a integridade física de Mário Soares, aquando  da  sua deslocação à terra, então,  de D. Azeredo.

Recordei-me  de outras missões que recebeste, nomeadamente para susteres  a contra manifestação do sindicato da construção civil, dirigido pelo sindicalista Alturas que ainda há uns dois anos atrás estava no activo, e parece que ainda muito temido.

Soube das tuas espantosas marcas  de campeão nos 100 m. A mim, que não tinha nenhuma preparação para aquele desempenho parecia que voávamos, todavia numa destas quartas-feiras fizeram –me crer que poderia voar, mas deveria consumir muitos segundos a fazer o percurso. Destas proezas sempre fixei que umas centésimas de segundo faziam uma grande diferença e que mais que 13” seria lixo. O Carvalhão lá me referiu que a marca do Sardinha, como campeão era abaixo dos 12”, seja, como for, agora, por algures, deverá fazer outras coisas, talvez tão belas como correr com tanta velocidade: Quiçá!  Oxalá que Sim. Será!

A última vez que o vi foi na estrada de Benfica, parece-me que foi ontem, mas talvez já deve levar uns bons meses, se não anos, mas tudo a mim me vai parecendo que foi ontem, mesmo que nasci, fiz o liceu, entrei e sai da academia ontem, estive na Madeira ou no 25 de Abril ontem .

Tudo  me parece que começou ontem, todavia quando um amigo parte, penso que tanto para ele, como para mim aquele ontem, apesar de parecer um ápice, pode estar  bem longe  a sinalizar o limite de tempo que me foi concedido para viver esta grande e maravilhosa experiência da vida.

Dei comigo a pensar se a vida corria, à velocidade de um campeão de 100 m?

Resposta difícil, porque nunca fui campeão, mas sei que gastando ou não os tais 13” voava naquela pista improvisada de cascalho, e  de qualquer modo, mesmo os 13” de vida cósmica é um nada, mesmo nada.

Nós  te  abraçamos  Sardinha.

SARDINHA – PRESENTE!

Aquele abraço

Andrade da silva


3 comentários:

José-Augusto de Carvalho disse...

Prezado Andrade da Silva,
fiquei consternadíssimo com a notícia da morte do Jerónimo Sardinha.
Aqui fica o meu adeus: Até breve, Jerónimo!
Abraço.
José-Augusto de Carvalho

andrade da silva disse...

Não foi o Jerónimo que partiu há dias falei com ele.É um sardinha,outro, meu camarada militar.

abraço
a silva

José-Augusto de Carvalho disse...

Grato pela informação, meu prezado Andrade da Silva.
Abraço fraterno.
José-Augusto de Carvalho