Quando a inércia é lei:
só faz falta mais inércia, sempre inércia,
e nunca vento norte ou sul:
o vento é incerto,
muda de direcção;
a inércia é rectilínea:
não tem Futuro,
mas um presente-presente
de ontem, hoje e amanhã,
habita os cemitérios,
é alma dos mortos, matados-vivos.
Sem nenhuma utilidade para a inércia,
as águas lodosas e estagnadas,
quero ser vento:
Vento que leva as velas da Esperança para o futuro.
Sei que morremos, já, ali.
Não fazemos falta,
chega ao Mundo, o presente-cemitério.
Porque atentar no futuro incerto,
- angustiosamente, balbuciam, os perdidos -
se mortos somos,
e não queremos ressuscitar,
para outra vez morrermos?
Cumpra-se a lei:
ESCRAVIZAÇÃO por morte-matada,
pela inércia da não-vida.
AOS VIVOS-MORTOS -
O Futuro não faz falta????.....
Mas, aos ventos e ás pétalas - SIM!
Mas, aos ventos e ás pétalas - SIM!
18 Setembro 2013
andrade da silva
PS: isto não é um poema, é uma coisa...uma constatação social.... coisas....
Sem comentários:
Enviar um comentário