quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Às Autoridades Competentes de Portugal e aos meus Concidadãos.

                   


                                     APELO


Depois de 42 anos de serviço militar, no activo, 20 dos quais como psicólogo militar, no Centro de Psicologia do Exército, onde,coordenei muitos trabalhos sobre perfis de competências, fico perplexo que nos assuntos do mar: salvamento, recuperação de refugiados, não surjam forças vocacionadas para essas missões, como seja, mais especificamente, uma Guarda Costeira ou na ausência desta, a Policia Marítima, que deveria evoluir, na minha opinião, para uma Guarda Costeira e não perder essas competências para a Guarda Nacional Republicana.

Do ponto de vista estritamente técnico, a Guarda Nacional Republicana está a tornar-se nas Forcas Armadas do país, mas como não o são,nem nunca o poderão ser, em termos Constitucionais, a GNR, pelo seu gigantismo, a médio prazo deve ser uma força com graves problemas e crise de crescimento,competência e eficácia.

O Sr. Dr. Nogueira Pinto defendeu, em 2012, no Senado da Assembleia da República, aquando a discussão (destruição) do Conceito Estratégico de Defesa Nacional de 2003, umas Forças Armadas reduzidas e multifunções com militares que para além da dupla ou tripla especialidade já existente, teriam N, uns verdadeiros bonecos “Transformers”.

 Duvido do conhecimento deste cidadão nesta área, e creio que a sua proposta é de mero experimentalismo,ou....

Como cidadão, antigo militar e psicólogo, não compreendo como é possível que, em vez de se desenvolver uma Força  vocacionada, como o nome indica, para as Ações de Policia no meio marítimo – a Policia Marítima– se assista, passivamente, ao seu definhamento e a uma intrusão incompreensível de uma força histórica e constitutivamente do território, como até se tem defendido  com uma vocação especifica – rural, nas ações de guarda costeira e até na sua extensão internacional na recolha de refugiados.

Creio que esta ação ofende os legítimos interesses e aspirações da Policia Marítima, não é a melhor solução técnica e não deve merecer confiança dos cidadãos. E também à semelhança do que o Exército fez em Timor e na Albânia, as missões no estrangeiro de militares portugueses no ambiente de guerra, com traumas de guerra deve ser acompanhado por psicólogos para darem apoio  aos  refugiados, nomeadamente, às crianças.

Em nome do interesse público, dos refugiados, dos profissionais com competências próprias e da humanidade, em geral, deixo este apelo.

 João António Andrade da Silva
Coronel Artilheiro,Psicólogo, 
na situação militar de Reforma

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