domingo, 3 de abril de 2016

05 - POEMÁRIO * A sesta





Na praça dos marginais,

a preguiça dorme a sesta,

indiferente aos sinais

do farol que ainda resta.



Farol que ninguém apaga,

que vem desde os tempos velhos,

quando foi aberta a chaga

que antecede os evangelhos.



Sob o Sol, nada de novo!

Sempre a farsa se renova!

E em cada cena, este Povo

presta provas e reprova…



Sempre assim: quem mal estuda,

mal aprende, pouco alcança!

Este fadário não muda

sem vontade de mudança.



Cravos houve e primavera!

Houve um sonho de encantar!

Quem não age por que espera

senão do sonho acordar?





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 3 de Abril de 2016.

1 comentário:

andrade da silva disse...

"Cravos houve e primavera!

Houve um sonho de encantar!

Quem não age por que espera..."

Este sonho, sonhou-se acordados, poucos, talvez, de alma e coração: foi a revolução. Como todas as anteriores durou pouco, sacrificou muitos, mas se Primavera , nem Verão temos, também ainda não chegamos ao inferno, logo valeu.

Sou dos que fui remetido para o inverno, porém resisto e luto contra o Inferno. Lutarei.

abraço
joao.