Revivendo aqueles momentos acompanhado Presidente Junta
Laranjeiro, ex- Furriel Pássaro, Cor Duarte
Por iniciativa da Junta de Freguesia de Laranjeiro. Feijó, realizou-se no passado dia 22 de Maio, uma visita histórico-cultural ao Regimento de Artilharia nº 5, em Vendas Novas, ex-Escola Prática de Artilharia de Vendas Novas.
Cerca de 50
pessoas, entre as quais o Presidente da Junta, Dr. Luís Palma e outros membros
do Executivo, tiveram o privilégio de ser acompanhados pelo Coronel Artilheiro Andrade
da Silva, então Tenente naquela Unidade Militar à data do 25 de Abril de 1974,
um dos militares totalmente empenhado e sem reservas no cumprimento da missão
destinada à realização do levantamento militar, que haveria de pôr termo à
ditadura e à guerra colonial.
A recepção pelos
militares do actual Regimento não poderia ter sido melhor, e, com grande
entusiasmo, entre eles nos esperavam 2 militares de Abril que também
participaram na Revolução, com tarefas militares específicas.
Dadas as boas
vindas pelo Sr. Major de Artilharia Simões e pelo “Embaixador do RA5” que, em traços largos,
apresentou a história da EPA, seguiu-se a visita ao Quartel e os militares de
Abril foram assinalando os lugares decisivos onde os acontecimentos da noite de
24/25 de Abril se deram.
O Coronel de Artilharia Andrade
da Silva, com grande clareza e emoção, descrevia os pormenores das teias que
teceu a conspiração dos militares revoltosos, os lugares das reuniões
clandestinas, a sala de reuniões, onde o então Capitão Domingos, em 1973,
dissera ao Secretário de Estado à época, “…que a Escola Prática de Artilharia
não aceitava de joelhos as instruções que manchassem a honra militar da sua
Unidade…”,os quartos dos oficiais e as tarefas que cada um tinha a desempenhar,
o gabinete do Comandante onde este foi detido, na tomada da Unidade pelo MFA, e
que o próprio Andrade da Silva, então jovem Tenente, chefiava, o lugar da
Parada para preparar os militares para as operações seguintes ao êxito da
tomada da Unidade, as armas de grande porte que foram fixadas no Cristo Rei
para defenderem o MFA, o Museu que muito fala da vida militar e das suas
funções, mas de reduzida informação em relação ao papel histórico que tem tido,
ao longo de 152 anos, nomeadamente, o destaque que merecia, em relação à sua
participação no 25 de Abril de 1974.
Para mim, que tive
pela primeira vez o privilégio de conhecer uma Unidade Militar, mais do que uma
visita cultural, foi uma lição de História, contada pelos seus protagonistas no
25 de Abril que nos trouxe a liberdade. Liberdade essa que, muito defraudada, é
assumida para todos os gostos e formas de a praticar, inclusivamente, para
branquear a História do 25 de Abril e que, impavidamente, vai fazendo caminho,
sem obstáculo, ocultando às novas gerações que este País é dos portugueses que
há quase 900 anos o defendem, que têm o direito de conhecer as suas raízes
históricas e os factos que fizeram deste Povo, com a sua identidade própria,
gente de grandes feitos em prol da humanidade.
O 25 de Abril está
vivo e recomenda-se a quem por ele sinta uma réstia de vontade de o continuar e
o defender, como nos mostra a iniciativa exemplar da Freguesia do Laranjeiro.
Feijó que, não esquecendo a participação popular de Almada, principalmente do
Pragal, no apoio aos militares sitiados no Cristo Rei, pretende incluir, no seu
guia turístico, o percurso histórico do 25 de Abril no concelho, assinalando os
lugares decisivos para a vitória da Revolução.
Ao Coronel de Artilharia Andrade da Silva, ao
Coronel de Artilharia José Duarte, ao ex-Furriel Vítor Pássaro, Capitães de Abril
presentes nesta iniciativa, a minha gratidão de cidadã, por tão brilhantemente
terem partilhado as vossas memórias, os vossos feitos, as vossas emoções, que
para sempre honrará as páginas da história do Exército Português e permanecerá,
eternamente, no coração do povo e, muito carinhosamente, do povo alentejano que
não esquece os trabalhos e os dias da Aliança Povo/MFA -durante o período
revolucionário - a mais original e a mais bela união das mulheres e dos homens filhos
pátrios, para a construção de um Portugal com futuro.
24 de Maio de 2016
Maria José Maurício
3 comentários:
Oh Capitão quanto à tua dádiva de tudo quanto foste e és, nunca duvidei
é desse povo a que pertencemos, e que parece que fada má adormeceu
que me deixa muito apreensiva e dos Capitães de Abril; sabemos as idades
que dificultam uma intervenção vitoriosa
não sei o que seria
era preciso que o Povo-rei acordasse determinado
e por ora...é o que se vê
Marília Gonçalve
abraço Meu Capitão e força e esperança
Marília Gonçalve
Abraço Marilia
As portuguesas/es da Diáspora estarão sempre no centro do coração e da alma de Abril,
abraço
joao
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