terça-feira, 24 de maio de 2016

ENCONTRO COM A HISTÓRIA

                                    Coronel Jesus Duarte, tenente em 25 de Abril 74

                                    Revivendo aqueles momentos acompanhado Presidente Junta
                                  Laranjeiro, ex- Furriel Pássaro, Cor Duarte



Por iniciativa da Junta de Freguesia de Laranjeiro. Feijó, realizou-se no passado dia 22 de Maio, uma visita histórico-cultural ao Regimento de Artilharia nº 5, em Vendas Novas, ex-Escola Prática de Artilharia de Vendas Novas.

Cerca de 50 pessoas, entre as quais o Presidente da Junta, Dr. Luís Palma e outros membros do Executivo, tiveram o privilégio de ser acompanhados pelo Coronel Artilheiro  Andrade da Silva, então Tenente naquela Unidade Militar à data do 25 de Abril de 1974, um dos militares totalmente empenhado e sem reservas no cumprimento da missão destinada à realização do levantamento militar, que haveria de pôr termo à ditadura e à guerra colonial.

A recepção pelos militares do actual Regimento não poderia ter sido melhor, e, com grande entusiasmo, entre eles nos esperavam 2 militares de Abril que também participaram na Revolução, com tarefas militares específicas.

Dadas as boas vindas pelo Sr. Major  de Artilharia Simões e pelo “Embaixador do RA5” que, em traços largos, apresentou a história da EPA, seguiu-se a visita ao Quartel e os militares de Abril foram assinalando os lugares decisivos onde os acontecimentos da noite de 24/25 de Abril se deram.

O Coronel de Artilharia Andrade da Silva, com grande clareza e emoção, descrevia os pormenores das teias que teceu a conspiração dos militares revoltosos, os lugares das reuniões clandestinas, a sala de reuniões, onde o então Capitão Domingos, em 1973, dissera ao Secretário de Estado à época, “…que a Escola Prática de Artilharia não aceitava de joelhos as instruções que manchassem a honra militar da sua Unidade…”,os quartos dos oficiais e as tarefas que cada um tinha a desempenhar, o gabinete do Comandante onde este foi detido, na tomada da Unidade pelo MFA, e que o próprio Andrade da Silva, então jovem Tenente, chefiava, o lugar da Parada para preparar os militares para as operações seguintes ao êxito da tomada da Unidade, as armas de grande porte que foram fixadas no Cristo Rei para defenderem o MFA, o Museu que muito fala da vida militar e das suas funções, mas de reduzida informação em relação ao papel histórico que tem tido, ao longo de 152 anos, nomeadamente, o destaque que merecia, em relação à sua participação no 25 de Abril de 1974.

Para mim, que tive pela primeira vez o privilégio de conhecer uma Unidade Militar, mais do que uma visita cultural, foi uma lição de História, contada pelos seus protagonistas no 25 de Abril que nos trouxe a liberdade. Liberdade essa que, muito defraudada, é assumida para todos os gostos e formas de a praticar, inclusivamente, para branquear a História do 25 de Abril e que, impavidamente, vai fazendo caminho, sem obstáculo, ocultando às novas gerações que este País é dos portugueses que há quase 900 anos o defendem, que têm o direito de conhecer as suas raízes históricas e os factos que fizeram deste Povo, com a sua identidade própria, gente de grandes feitos em prol da humanidade.

O 25 de Abril está vivo e recomenda-se a quem por ele sinta uma réstia de vontade de o continuar e o defender, como nos mostra a iniciativa exemplar da Freguesia do Laranjeiro. Feijó que, não esquecendo a participação popular de Almada, principalmente do Pragal, no apoio aos militares sitiados no Cristo Rei, pretende incluir, no seu guia turístico, o percurso histórico do 25 de Abril no concelho, assinalando os lugares decisivos para a vitória da Revolução.

Ao Coronel de Artilharia Andrade da Silva, ao Coronel de Artilharia  José Duarte, ao ex-Furriel Vítor Pássaro, Capitães de Abril presentes nesta iniciativa, a minha gratidão de cidadã, por tão brilhantemente terem partilhado as vossas memórias, os vossos feitos, as vossas emoções, que para sempre honrará as páginas da história do Exército Português e permanecerá, eternamente, no coração do povo e, muito carinhosamente, do povo alentejano que não esquece os trabalhos e os dias da Aliança Povo/MFA -durante o período revolucionário - a mais original e a mais bela união das mulheres e dos homens filhos pátrios, para a construção de um Portugal com futuro.



24 de Maio de 2016

Maria José Maurício

3 comentários:

Marília Gonçalves disse...



Oh Capitão quanto à tua dádiva de tudo quanto foste e és, nunca duvidei
é desse povo a que pertencemos, e que parece que fada má adormeceu
que me deixa muito apreensiva e dos Capitães de Abril; sabemos as idades
que dificultam uma intervenção vitoriosa
não sei o que seria
era preciso que o Povo-rei acordasse determinado
e por ora...é o que se vê
Marília Gonçalve

Marília Gonçalves disse...

abraço Meu Capitão e força e esperança
Marília Gonçalve

andrade da silva disse...

Abraço Marilia

As portuguesas/es da Diáspora estarão sempre no centro do coração e da alma de Abril,

abraço
joao