segunda-feira, 5 de setembro de 2016

05 - POEMÁRIO * Cantar tem hora!





Não canto, não me apetece

nem há motivo p’ra tal.

Se a Primavera trouxesse

outra canção no bornal,

ai, aí, eu cantaria

o elogio da Poesia.



Versos raiados de cores

e de silvestres perfumes,

embriagados de amores

sem ciúmes nem queixumes.

Versos rubros de manhã

em doçuras de romã.



Todo o meu cantar tem hora:

é quando o sonho entretece

deslumbramentos de aurora

e a vida viva acontece.

Quem tem hora p’ra cantar

o tempo de mal andar?





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 4 de Setembro de 2016.

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