Mais uma vez se confirma que estamos na união europeia da nossa desilusão e talvez da nossa perdição.
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“Mulheres devem ganhar menos porque são
mais
fracas e menos inteligentes”, diz eurodeputado
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Um
eurodeputado polaco afirmou, esta quarta-feira, num debate no Parlamento
Europeu, que as mulheres devem ganhar menos do que os homens porque são “mais
fracas e menos inteligentes”.
O eurodeputado polaco Janusz Korwin-Mikke, já conhecido pelos
seus polémicos comentários racistas, xenófobos e anti-semitas, voltou a dar que
falar esta quarta-feira, escreve o El
País.
Durante um debate no
Parlamento Europeu sobre a desigualdade salarial, o polaco defendeu que as
mulheres devem ganhar menos porque são inferiores aos homens.
Recorde-se que as mulheres na
UE ganham em média menos 16% do que os
homens.
“Sabem que posição ocupavam
as mulheres nas Olimpíadas gregas? A primeira mulher, digo-vos eu, ocupou a
posição 800”, disse aos colegas.
“Sabem quantas mulheres há
entre os primeiros cem jogadores de xadrez? Eu digo: nenhuma. Então, é óbvio
que as mulheres devem ganhar menos do que os homens porque são mais fracas, mais pequenas e menos
inteligentes“, cita o jornal espanhol.
Para contestar as declarações
do polaco, que é independente desde 2014, a eurodeputada do PSOE Iratxe
García pediu de
imediato a palavra.
“Segundo
as suas teorias, eu não teria o direito de aqui estar como deputada. Sei que
lhe dói e que o preocupa que hoje as mulheres possam representar cidadãos em
direitos de igualdade. Venho
aqui defender as mulheres europeias de homens como o senhor“,
afirmou a eurodeputada espanhola.
Também o eurodeputado
italiano Gianni
Pittella pediu,
esta quinta-feira, que o colega levasse “uma sanção exemplar”, por causa das
“vergonhosas declarações que vão contra os princípios de igualdade de género
desta casa”, cita o El País.
O presidente do Parlamento
Europeu, o também italiano Antonio
Tajani, já anunciou uma investigação ao político polaco.
De acordo com o diário
espanhol, este comentário não é um caso isolado. Em 2012, foi sancionado por
comentários ofensivos contra
os negros e, em
2015, por entrar no hemiciclo a fazer a saudação
nazi, o que lhe custou uma multa de três mil euros e a perda de
dez dias do seu salário.
O candidato de
extrema-direita também chamou aos refugiados “lixo
humano”, já lamentou que as mulheres pudessem votar uma vez
que, na sua perspetiva, têm menos conhecimentos políticos do que os homens, pôs
em dúvida denúncias de violação e já questionou se Hitler saberia mesmo dos
planos para exterminar os judeus.
Korwin-Mikke, defensor da monarquia e da pena de morte,
já foi candidato à presidência do seu país em 2015. A sua chegada ao Parlamento
Europeu, em 2014, aconteceu com 7,2% de votos e um surpreendente apoio de
eleitores mais jovens: 28,5% dos polacos que votaram em si tinham entre 18 e 25
anos.
1 comentário:
Regressos que surgem de muitos lados, ou coisas que nunca saíram de lado nenhum. Abraço
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