terça-feira, 5 de setembro de 2017

05 - POEMÁRIO * A barca da utopia


TEMPO DE SORTILÉGIO

A barca da utopia






Na barca da utopia,

eu vou e tu também comigo vais.

Nos uivos da ventania,

o canto da sereia, que são ais

e perdição, naufrágio pressagia

nos longes --- mar e céu --- do nunca mais.



Deixámos na renúncia do ficar

o velho cais --- impulso de segredos

instantes a chamar.

Nas vagas alterosas gritam medos.

Dilúvios casam nuvens com o mar.



À capa, a barca enfrenta, aguenta, espera

que amaine a fúria infrene da procela.

Urgente é navegar!

Na espera que exaspera,

a rota corrigida, içada a vela,

ousemos, rumo ao porto por achar!





José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 4 de Setembro de 2017.



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