sexta-feira, 30 de novembro de 2018

O VALOR DAS SENHAS DE ABRIL 74

POR



                                          Comandante Serafim Pinheiro
HISTÓRIA:

 Sem a primeira senha,o das 22h 55m  do dia 24 de Abril 74 - A Canção de Paulo de Carvalho  -"E DEPOIS DO ADEUS" nada teria acontecido, e sem a segunda aconteceria de novo as Caldas...

Testemunho que às 22h00 reuni na redacção do então Jornal do Comércio com os capitães  Costa Martins e António Ramos.onde, recebi arma e confidencial. Dali fui apanhar a minha mulher em Campo de Ourique, e aguardei no carro pelo primeiro sinal. Este recebido, instruí a minha mulher para pessoalmente informar Costa Gomes ( iria passar a noite no Pavilhão da Família Militar na Estrela, porque a sua  residência no último andar de edifício da Av EUA vigiado pela DGS não oferecia condições de segurança) de que "a prima tinha chegado a Lisboa"... 

O que presenciei até ir com o General para a Pontinha dá para escrever muito; mas ...  testemunharei perante uma Comissão de Livro Branco..  


PS: Camarada Serafim nunca deixarei de convidar-te e desafiar-te para que nos digas muito do que sabes sobre o 25 de Abril, e que tu e alguns outros camaradas (para cujo grupo me disponibilizei) falem daquele 25 de Abril e daqueles tempos entre o o 25 de Abril 74 e Novembro 75, e desta  vivência histórica és um FIEL depositário como um oficial da casa militar do General Costa Gomes, com a grande particularidade de seres um seu camarada e amigo muito fiel,. A HISTÓRIA cria graves responsabilidades a ti e a outros,como o tenho dito. O LIVRO BRANCO de que falas há anos tarda, logo... que podes fazer e não digo deves (devemos) ,porque enfim... mas penso exactamente que é um DEVER IMPERATIVO,como o digo a todos.

Mas como será possível fazer o livro Branco do 25 de Abril 74 se:

1- vim sob o comando de um capitão em quem não confiávamos, e no Cristo Rei se tivéssemos de fazer fogo para deter os fuzileiros navais também faríamos contra aos funcionários das portagens, porque não me autorizou a ir avisá-los e no cerco à policia do Militar  formou desvairadamente a companhia no largo entre aquela policia de  Cavalaria, o que, levou o meu camarada tenente Carmo de Cavalaria/ a dizer-me  que se não tivessem naquela altura com o MFA, estávamos tramados ainda fiz algum bluff dizendo que tínhamos atrás de nós os obuses, falso os obuses estavam no Cristo -Rei??????

2-   o então capitão Santos Silva ficou a comandar a unidade depois das 0h, antes estava fora e revelou um total medo e falta de coragem dizendo numa reunião  preparatória que se viesse para Lisboa e encontrasse pela frente GNR que regressava a quartéis, o que, contrariei e logo  pelo dito cujo, foi retirado do comando do 1º pelotão que exactamente por causa da coragem que sempre me caracterizou vim a comandar, e também este mesmo capitão para ficar na história da Escola Prática de Artilharia conta uma história delirante da tomada da unidade em que diz a páginas 186/87 do livro "EPA: das origens até ao alvorecer do III miléni", de um modo DELIRANTE que é que tomou a unidade, quando nem presente estava,  e o que ele diz que fez, foi realizado pela equipa que comandei, como consta no mesmo livro a páginas 193, na cópia do relatório  de acção, que o próprio em 74 assinou, mas como vão fazer o livro branco,esta gente  que tanto tenha ganho nas mercearias teria de... ??????????

andrade da silva, 

Tenente no 25 de Abril que chefiei a equipa que tomou a EPA à hora exacta 22H 55 com  o tenente Pedro e o tenente  Sales Grade, este substituindo CRUCIALMENTE e NUMA DECISÃO MUITO GRAVE  o tenente comando -o mais operacional -o  A.R. que à hora exacta não estava no lugar certo, Sem a minha decisão e a aceitação do Sales Grade e do Pedro a EPA não teria sido tomada e não havia plano B, logo ao PC da Pontinha chegaria a calamitosa e trágica noticia que a EPA se tinha apagado, mas os  grandes e vitoriosos vencedores foram outros: quem, como e porquê? Agora que já pouco nos resta de tudo não será tempo de acabar coma vigarice?







2 comentários:

Serafim Silveira Pinheiro disse...

Caro Coronel Andrade da Silva, Amigo e camarada,
O que acabas de escrever reforça minha posição de só testemunhar perante uma "Comissão de Livro Branco sobre o que se passou em Portugal desde a primeira reunião dos capitães até à extinção do Conselho da Revolução" que preserve a verdade dos factos que poderão servir fielmente a História.
Tenho considerado junto de muitos responsáveis pelo 25 de Abril que escritos e crónicas avulso não perdurarão e só servirão compreensíveis mas muitas vezes exageradss tendências protagonistas. Mas todos até agora não acreditam que as palavras escritas ou vozes gravadas serão levadas pelos ventos que o tempo carregar...
A minha esperança é que forças vivas da sociedade civil portuguesa, provocadas pelo fantástico esquecimento ou ignorância histórica do que se passou na Europa no século passado e pelo ressurgimento de peigosos nacionalismos,providenciem para que, perante comissão de especialistas,seja integrado sem quaquer influência partidária todo o trabalho feito em Universiaddes por historiadores credenciados e sejam chamados a testemunhar todos os sobreviventes que interviram no proceso iniciado pelo Movimento das Forças Armadas e que é ainda internacionalmente reconhecido como "acontecimento deste Mundo".

andrade da silva disse...

Camarada Serafim

Contigo cumprimos o DEVER.. quem faz o que pode na exiguidade a que os DDT nos condenam faz o que deve ,diria, digo, HEROICAMENTE.

Vivemos numa sociedade fechada para as verdades, murada por muralhas com muitos pedregulhos pós-fascistas e são muito PODEROSOS, camuflados de aparências e vestes mui democráticas, mas assentes no parcialismo interesseiro, anti-história e Pátria, com um grande desrespeito pelas gerações que combateram a "BESTA" e pelas futuras.

Concordo com o livro branco, que se fale do nunca relatado, mas....

Aquele abraço camarada
asilva