sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

DIÁLOGO SOBRE A GUERRA: FALAM OS PROTAGONISTAS



                                      LUMBALA VELHA/ANGOLA

Reli em 27 de Dezembro de 2018 .e um grande sentimento de plenitude me assaltou a alma de soldado e português, pelo que , quero partilhar este diálogo com  os mais queridos filhos de Portugal




HISTORICAMENTE

Para mim tenho que a nossa história inicia-se com D.Afonso Henriques, ou até com Viriato.

Pessoalmente, assumo-a por inteiro e nela participei na Guerra de África,onde, fiz o meu melhor;participei no 25 de Abril, como jovem tenente de 25 anos, fiz o meu melhor, porque pensei e penso que era o melhor para Portugal.Todavia quanto à descolonização foi um terrível pesadelo, mas...

Quantos a nós militares combatentes, sou um, também injustiçado, mas pior estão os feridos e os que caíram, alguns instruí, comandei e eram MEUS AMIGOS: soldado Antunes, Alf Milheiro. (MUCABA/ANGOLA)
Reconheço os nossos heróis.

O 25 de Abri não foi contra os militares, era e sou um militar, agora, emérito, nem contra os africanos: negros ou brancos, era para renascer o Portugal que amamos, em liberdade...

Como militar sempre estive e estou ao serviço da Pátria e dos portugueses de um modo independente e patriótico.

Saudações de combatente e português
andrade da silva

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José Teixeira Alves um discurso digno de um comandante gostei


Ildefonso Batalha Alves Caro João Andrade da Silva. Gostei aqui do seu testemunho, obrigado pelas suas palavras dignas de um Oficial e Senhor. Aquele abraço.


Jorge Silva Gosto das suas "sábias palavras" e também do foto de um lugar onde apesar da guerra, tenho saudades e consegui ser feliz. Estive por lá entre 67 e 69 - C.C. 1732 (independente). Abraço.


Antonio Macedo O alferes Milheiro fazia parte do Bart 3860......


Lino Sousa Pinto Babo subscrevo tudo.

Maria Gabriela Gostei bastante.


Alberto Anjos Pereira Bonito depoimento de quem passou por Mucaba...A mártir Mucaba que só consigo comparar na minha memória ao filme (O dia mais longo) Recordações sofridas...


José Rui Bacelar Alves Estive na Lumbala na mesma altura e cheguei a ir ao aquartelamento onde estava. Pertenci à CART. 3540 - Bart. 3881 (com CCS no Lucusse).


João Andrade da Silva Grandes e honrados camaradas!

Assim se fala em PORTUGAL, a nossa Pàtria , Pátria de todos nós. A todos vós aquele abraço. Presente! 

Caro Macedo fui instrutor do Alf Milheiro em Vendas Novas, com quem falei dezenas de horas, ele era um pacifista, depois da sua morte, (e morre por não ter sido evacuado,por causa do adiantado da hora )fui ocupar o seu quarto em Mucaba, ainda estava lá o caixote com as suas coisas.Foi muito duro.

ORGULHO-ME de ao longo de 43 anos ter comandado tantos portugueses tão dignos, trabalhadores e heróicos.Só tive necessidade de recorrer ao RDM por 4 vezes: uma em Mucaba (1972)porque um soldado voltou-se contra um furriel; outra porque um recruta por inaptidão perdeu a recruta,Figueira da Foz, 1982,fui injusto ele não devia ter sido incorporado;outra por ausência ilegítima, fui injusto o militar não tinha perfil, não devia ter sido incorporado e uma outra por causa de um roubo,um disparate, de um TM, fui bastante, muito,moderado no castigo, de resto só louvei e obtive óptimos resultados sempre.Nunca fui um nacional porreirista como as centenas de avaliações dos que comandei referem.

GRANDE POVO, GRANDE NAÇÃO, Os soldados portugueses são mesmo OS SOLDADOS PORTUGUESES em África, na Bósnia, em Timor, no Afeganistão no Mundo: SOMOS PORTUGUESES..

Tenho(TEMOS) honra e orgulho em ser Português e Militar em África,Em Portugal,no Mundo.

E no 25 de Abril 74 o símbolo imortal do meu pelotão é o SOLDADO CARDINALI, familia das pessoas do circo

Foto: o Furriel Queimada dá aulas regimentais, no Cavungo/Angola

José Rui Bacelar Alves Também estive em Vendas Novas- 3º turno de 71. Em Angola de 1972 a 1974.


Antonio Macedo Caro João Andrade da Silva, eu estava na Damba a reorganizar as transmissões, pertencia ao ATmA -Luanda, e infelizmente segui a desgraça do que se passou com o Alferes Milheiro (que nunca conheci pessoalmente), via rádio. Pelo que sei e me apercebi naquelas circunstâncias não era possível a sua evacuação (os hélios dado o adiantado da hora e do tempo, não voavam como sabe). O que mais me toca, (além da perda inglória de uma vida). nisto tudo era ser filho único de mãe viúva segundo me informaram. 

Quanto ás aulas, também na Damba oficiais e sargentos as davam á população da Vila, também fui abordado para esse fim, mas da minha parte não era possível, porque o meu tempo estava contado para colocar tudo a funcionar com a Radiotelegrafia entre as Companhias do Batalhão, e mais uma companhia de tropas de Angola que estava no Bembe C.Cac 1101), depois regressaria a Luanda, como aconteceu em Fevereiro de 72.

 Eu era Furriel Miliciano de TSF da incorporação de Angola,com muita honra.Durante a minha (estadia) na Damba fui ás companhias do Chimacongo Lucunga e Bembe, a pedido do então 2º Comandante , Major Pinho Simões de grata memória, para fazer um levantamento das necessidades de material de transmissões, e, isto, logo a seguir á sua chegada e do pessoal que tinha estado na serra de Mucaba onde se deu o infausto acontecimento.Este senhor veio para o QG de Luanda, no mesmo dia em que regressei, e mais não conto, porque esta saída deixou muitos amargos de boca na CCS do Batalhão.Vi muitos Homens chorarem ao se despedirem dele na pista de aviação....
Gosto
João Andrade da Silva Caro Camarada Macedo também estive na Damba já o Major Simões não estava, mas falavam muito dele. Dei lá aulas de matemática.  O melhor aluno negro chamava-se atrasado catorze,  interessante.

Foto: Na  Damba

        julgava-me um Rommel e daí o cognome de vaidade e silva, obrigado camaradas  militares
João Andrade da Silva Então, José Rui Bacelar já nos conhecemos de Vendas Novas estiva lá no 3ª turno 71,parti para Angola em Dezembro 71 abraço


Antonio Macedo Damba de gratas memórias. Para que conste, cheguei com a rendição do 1º escalão, era o único militar da incorporação de Angola, no entanto na Vila toda a gente sabia que eu fazia parte da coluna, tanto que no dia seguinte tinha um rapazinho enviado pelo soba para tratar da minha roupa. (quem foi á picada de Camatambo buscar areia e mangas). Conheci aquelas sanzalas todas, a mais famosa "Quiteca", encontrei pessoas que estavam a estudar em Luanda, colegas de amigos/as meus, e muito recentemente vim a descobrir que a Damba tem muitos naturais espalhados pelo mundo. O nosso/vosso empenho levou a que muitos se licenciassem


José Rui Bacelar Alves Em Angola o Comandante da minha Companhia era o Capitão Carlos Lopes, que também tinha estado nas Caldas em 1971.


António Pontes Também estive em VENDAS NOVAS e por sinal ate tinha ai família estive ai a tirar o estágio de mecânico em 71 mas só entrei na oficina 2 vezes fui impedido de um CAPITÃO ate acabar o estágio depois fui mobilizado, e fui para MOÇAMBIQUE, fui para SAGAL PERTO DE MOEDA um dia eu ia de mecânico de uma coluna de reabastecimento rebentou uma mina no camião, onde eu ia fiquei surdo de um ouvido só aqui na INGLATERRA é que  me deram vários aparelhos porque em PORTUGAL nada...


João Andrade da Silva Um grande Abraço à Damba, aos militares que lá serviram e a todos os que venceram.  Eram terras muito perdidas um grande abraço

João Andrade da Silva António pelo menos estive de oficial dia ou prevenção no seu tempo Alf Andrade e Silva, embora, seja da silva,estava no GI a dar instrução.Era um pedaço conhecido por ser um pedaço destravado


Antonio Macedo João Andrade da Silva, o nome não me é estranho, mas já vão tantos anos. E eu estava a maior parte do tempo com o pessoal das transmissões, inicialmente de todas as companhias e depois só com os da CCS, no final do dia normalmente andava com o pessoal da C Cac 1101, porque os furriéis tinham feito o CSM comigo em 70, no EAMA em Nova Lisboa.


Antonio Macedo Mas fazendo algum esforço e olhando bem para a foto, o nome me vem à memória e a sua "rebeldia",


Luis Pelica Bat-4212-73 teve na Lumbala Velha uma companhia


João Machado Com os feitos gloriosos narrado na nossa história, contrasta pela negativa a descolonização de Angola que considero " uma debandada vergonhosa do exército Português, do qual fui militar, apesar de miliciano. Em Julho ou Agosto de 1975, fardado, devidamente identificado como oficial do exército Português, cuspiram-me para cima na "faustosa cidade de Luanda". Foi um Angolano dos primeiros com a farda do exército


José Mota Camarada João Andrade da Silva gostei da sua história. Também estive ai em Lumbala Velha de Outubro de 68 a Setembro de 69,como  condutor auto C.Cavalaria 2442, apesar de passarmos ai um mau bocado principalmente no que toca a minas ainda tenho saudades dos mergulhos que dei ai no Rio Zambeze, entre outras coisas boas que fazem esquecer as menos boas. Que boa recordação de foto.saudações amigas Camaradas um grande abraço
                                Lumbala Velha


Jose Manuel Gonçalves Estive em Angola 2 anos. Orgulho-me de ter sido combatente. Oxalá não volte a ser preciso mas, se tivesse que ser fá-lo-ia da melhor forma possível. Não com a mesma força dos 25 anos. Agora, fisicamente já pouco valho mas, faria o meu melhor. Acho que não matei ninguém, nem sequer disparei contra ninguém. Felizmente para mim e para um IN, a G3 encravou, ou eu estava tão nervoso que não baixei a patilha de segurança. Ainda bem seria uma mágoa que acarretaria ainda hoje. Fui Combatente Miliciano com muito orgulho.


Fernando Pina Eu tenho perguntado a mim mesmo para que serviu a guerra colonial, dado que esses governos em nada melhoraram a vida dos seus habitantes antes pelo contrário a pioraram , sem falar dos nossos companheiros que lá faleceram.


Fernando Pina Eu por vezes fico a pensar qual foi a necessidade desta guerra colonial, dado que as populações dessas províncias em nada beneficiaram  com ela, antes pelo contrário, saíram prejudicadas. por esta razão tiveram que emigrar para o continente. No meu caso nunca pensei que era mobilizado devido a minha classificação na especialidade e mais revoltado fiquei quando cheguei no dia 10/06/1974 ao ATmA e me informaram que fui em complemento e não a substituir e ninguém, e pior foi que só exerci a minha especialidade de Mecânico de Telefones (MMTT) durante 8 meses tendo sido colocado na oficina de electromecânica,  porque a minha profissão civil era serralheiro . E como  não bastasse só isto, o meu substituto chegou no dia 11/06/1974 e eu só regressei à metrópole a 04/08/1974 quando depois do 25 de Abril os regressos estavam a ser rápidos.



Manuel Vieira Os movimentos de libertação das 3 frentes onde estivemos a lutar só se preocuparam em lutar contra o tuga, embora também envenenados pela comunidade interseccional e, então, com armamento melhor que o nosso à borla, conhecedores do terreno era só destruir e matar, para conseguir chegar aos tachos e ás gamelas melhores que haviam 

Se não vejamos ,eu estive na Guiné de 70 a 72 e a partir da independência deles em 1974 o que eles fizeram :Golpes e contra golpes de estado, tudo sempre em beneficio próprio ,para o povo Guinience nada nem um prego, e já receberam várias vezes apoio monetário Trabalhar não dá saúde eles ajudam-se uns aos outros a descansar coitados é de camaradas que viemos de lá cheios de mazelas e ninguém quer saber de nós . Um Forte abraço para todos "meus CAMARADAS"


Carlos Francisco Chainho Também aqui passei a caminho dos morros do Cassombo. Natal de 1967. Grandes cheias em Lisboa.



        Mucaba desfilando  no Domingo de Páscoa de 72 (MY God -aquele alferes, desafiando as leis da guerra?????)

Um grande abraço a todos.  É uma grande honra pertencer a este tão honrado grupo de portugueses, ser madeirense e português deste IMORTAL  PORTUGAL

ABRAÇO-VOS 

PORTUGAL !


PS:
Adorei ser um rapaz de 23 anos a comandar ,como alferes, por algum tempo a companhia de Lumbala Velha e a de Mucaba, era um soldado entre soldados com galões de Alferes, e responsabilidades quanto à vida de 150 portugueses.

Adorei  ter enfrentado o poderoso general Bettencourt Rodrigues em 23 Dezembro 1971 e ter-lhe dito, olhos nos olhos, sem pestanejar, que de acordo com os meus conhecimentos não tínhamos meios para fazer a guerra. O senhor general disse-me que fazíamos a guerra com os meios que tínhamos. Fiquei esclarecido, e registei no meu diário, página1.


Tenho orgulho em ter enfrentado a incompetência de comandantes de batalhão, a falta de coragem de um capitão, tudo registado no meu  diário de guerra, e ter dito ao  meu camarada- Alferes Custódio Pereira, em Novembro 72 que aquela guerra estava perdida, e os subalternos teriam de dar a volta a toda aquela triste guerra . Em 1973 inicia-se o movimento dos capitães e estou lá... se tivessem sido os tenentes pois..pois... coisas...


GRITO DE ANGOLA-SUBALTERNOS REVOLTEMO-NOS! Então,onde foi dado um grito precoce para o 25 de Abril que seria outro - se fora o  dos tenentes  E a verdade Histórica ???? Mas o que foi, foi... depois veio a mercearia politica,o contrabando e etc. e uns venceram, e outros perderam, mas a generalidade do Povo também ganhou alguma coisa e muito,muito os militantes dos partidos de esquerda, os de direita de um, ou outro modo, eram do regime, sobreviveriam ou viveriam, seriam os políticos, são os políticos naturais de regimes e direita, dos semi-democráticos mesmo aos totalitários, naturalmente,é só uma questão de ajustamento da casaca.. naturalmente... como me dizia ontem um camarada, perante tanta miséria  moral e politica e do espezinhamento de ABRIL temos a honra de ser os derrotados formais - não nos vendemos, nem nos demos por vencidos!
Gosto
Adoro
Riso
Surpresa
Tristeza
Ira


2 comentários:

Chico disse...

Saudações a todos os camaradas que combateram pela Pátria nas três frentes. Foi muito duro para a maioria que por lá andaram até 1975. Eu estive no Leste, sempre no Leste, inicialmente no Lungue-Bungo, onde tinha como vizinhos o Destacamento de Fuzileiros. Depois foi Luanguinga e os restantes 24 meses em Henrique de Carvalho, agora Saurimo-Lunda Sul, na intervenção, o que me proporcionou correr o imenso Leste de Angola,uma terra que me marcou e que gostaria de revisitar. Lamento tanto sacrificio nosso e de outros de que não resultou grandes vantagens para os povos "independentes". A minha Companhia a C.Caç.3483 pertencia ao B. Caç. 3870.Angola fez parte das nossas vidas de Janeiro de 72 a Junho de 74. Tenho muito orgulho de ter sido um militar que serviu Portugal e que serviria hoje mesmo apesar de estar no limiar do septuagésimo aniversário. Abraço solidário em especial ao Andrade e Silva. Francisco Morais, alferes mil.de Infantaria.

andrade da silva disse...

Camarada Francisco Morais a HONRA E O PATRIOTISMO são a nossa grande Herança Aquele abraço camarada.
aailva