Amanhã há eleições muito perigosas na Guiné. Este país irmão caíu numa das mais trágicas decadências, em que um povo e um estado se podem encontrar.
Para além da profunda crise democrática em que este país vive há muitos anos, o facto mais trágico dos últimos tempos é que a sobrevivência de muitas famílias depende do narcotráfico.
Quando o Estado não tem possibilidades de satisfazer os seus compromissos sociais desde o pagamento de salários e outras prestações sociais, é evidente que os corruptos agarram-se ao negócio da droga para enriquecerem e os miseráveis para sobreviverem.
É muito significativo que a preocupação portuguesa e da comunidade internacional se limite a uma fiscalização, ao modo como as coisas vão correr quanto à ida das pessoas às urnas, o que, além, de ser um acto muito pouco eficaz, porque a democraticidade das eleições não se reduz ao acto formal de votar, contrariamente, tem muito mais a ver com todos os demais procedimentos a montante, responde sobretudo a um sentido de desculpabilização da comunidade internacional, para poder dar como encerrado o dossier Guiné, logo que proclame ao Mundo que as eleições foram democráticas.
Infelizmente a realidade é outra. Todos sabem que as ditaduras, a corrupção, a eliminação física dos adversários existem e continuam impunes, em muitas das tais ditaduras ditas democráticas, pela comunidade internacional, o que quer que isto seja.
Seria muito importante que os tribunais internacionais averiguassem, a fundo, a responsabilidade e os responsáveis do narcotráfico na Guiné e noutros países.
Seria importante saber-se a quem serve este crime, e em que escala está a ser usado pelos próprios estados para cumprirem as suas funções, e de uma forma mais evidente, para permitirem a riqueza criminosa dos seus apaniguados, e depois submetê-los à justiça internacional. Esperemos que a América de Obama seja conquistada para esta ideia.
Que a GUINÉ E O POVO DA GUINÉ VENÇAM.
MAIS UMA VEZ ÁFRICA- CONGO
Seria muito importante que os tribunais internacionais averiguassem, a fundo, a responsabilidade e os responsáveis do narcotráfico na Guiné e noutros países.
Seria importante saber-se a quem serve este crime, e em que escala está a ser usado pelos próprios estados para cumprirem as suas funções, e de uma forma mais evidente, para permitirem a riqueza criminosa dos seus apaniguados, e depois submetê-los à justiça internacional. Esperemos que a América de Obama seja conquistada para esta ideia.
Que a GUINÉ E O POVO DA GUINÉ VENÇAM.
MAIS UMA VEZ ÁFRICA- CONGO
Uma vez mais, cobarde e miseravelmente, o Mundo e a humanista Europa fecham os olhos à tragédia do Congo, será que esperam um novo Darfur? Esperam que o incêndio de vidas fique incontrolável para mandarem os bombeiros, ou nem sequer isso, como imoralmente tem acontecido em Darfur?
Os negros são pobres e miseráveis, e os que sobreviverem, vão ficar mais pobre e miseráveis. Todavia neste cálculo diabólico, talvez se considere uma vantagem global para a estabilidade e segurança do sistema capitalista mundial, aqueles milhões de negros – os tais pretos de sempre - que morrerem, porque deixarão de ser problema.Amanhã não invadirão os países do norte à procura de pão, o que dá aos governantes do Norte toda a vantagem para nada fazerem, perante a nossa indiferença que se passeia graciosamente pelos centros comerciais , como se o mundo fosse luzes de néon, chocolate de leite e esbeltas e eróticas mulheres.
MALDITOS! MISERÁVEIS! COMO É POSSÍVEL VIVER NESTA ESPELUNCA SEM GRITAR E VOMITAR?
andrade da silva 15 Nov. 08
6 comentários:
Caro Andrade da Silva,
Pessoalmente e no meu fraco entender, pouco tenho dizer sobre Guinés, Angolas, etc..
São o que são, porque são!
É minha opinião que tudo o que nasce torto, tarde e mal se endireita.
Tendo a descolonização sido feita por actos de abandono e fugas para a frente, sem um programa prévio e decididamente acordado entre as forças, todas, com a autoridade do descolonizador, nesta circunstância absolutamente justificada, só poderia acontecer o que se verificou e ainda se verifica.
Depois de Vieiras e quejandos, repudiados na sua terra e pela sua gente, com base na brutalidade, violência e golpismo, serem acolhidos com submissão e honraria entre nós, que mais nos resta do que dobrar a coluna e servir. De quê e para quê, não sabemos, nem isso interessa. O homem é detentor de grande fortuna, logo, tem lugar cativo e de primazia entre nós.
Se voltar há sua terra e continuar a obra que deixou a meio, após 75, só está a fazer o seu melhor e o que sabe e se propôs.
Nós assistimos e aplaudimos.
Se não temos respeito entre nós e pelo nosso povo, como o vamos exigir aos outros e para outros?
Estou (continuo), muito preocupado com a nossa terra e a nossa gente.
Só depois dos meus problemas resolvidos e da minha casa arrumada estarei em condições, materiais e psicológicas para acudir e orientar outros.
Acima de tudo, não se prega democracia a barrigas vazias e a futuros sem futuro.
Um grande abraço e a tua rápida recuperação,
Jerónimo Sardinha.
Caro Jerónimo
Fui e sou um defensor incondicional das independências das colónias e não porque a guerra me tivesse metido medo, escrevi o que pensava quando lá estava, defendi a independência porque aquele povo não era de facto português, nem sequer subia o que isso queria dizer e porque a guerra estava perdida politica e militarmente, poucos a queriam fazer, mal diziam aquilo, passei por 5 companhias comandei duas, por algum tempo, sei as dificuldades para fazer cumprir os planos operacionais, e também julgava que a colonização era o mal de tudo, enganei-me os africanos e os interesses internacionais abriram caminho à guerra civil, bem pior que a colonização.
Defendo sem nenhuma relutância a ingerência interna em todos os países que pratiquem crimes contra a humanidade e os dos direitos humanos desde a China à Rússia, mas se em relação aos colossos pouco ou nada se pode, que pelo menos a ONU intervenha onde é possível e submeta ao TPI todos os genocidas.
Obviamente que me preocupa muito o que se passa no mundo, não somos uma ilha. Somos um continente. Eu sou madeirense e português, mas também sou árabe em Guantanamo, palestino na Palestina, católico na Irlanda, preto sofredor em África, escravo na China, mulher com burka no Afeganistão, enfim considero-me de igual modo, força, convicção e amor um cidadão do mundo. Sou umirmão de todos os que sofrem e o sofrimento deles é também o meu.
Eu vejo o mundo assim e vou continuá-lo a ver assim até à última réstia de luz e sopro de vida. Um louco mas é assim que sou, e gosto de ser, ponto.
Abraço
asilva
Poeta meu irmão
do mundo inteiro
está a sombra a doer
Tu és o companheiro
de múltiplo segredo
por colher.
Poeta meu irmão
põe-te a caminho.
há uma encruzilhada...
É preciso vir devagarinho
Surpreender a estrada.
Poeta meu irmão
irmão de todos
De todos os poetas
por nascer
Há à nossa volta
hirsutos lobos
Querem comer.
Poeta meu irmão
e companheiro
de horas amargas...
Vamos rasgar no nevoeiro
Estradas mais largas.
Poeta meu irmão
O ser humano
pede passagem
Vamos num verso
a todo o pano
dar-lhe coragem.
Vem!
Poeta meu irmão
está a sombra a doer!
Caminha Companheiro
É chegada a hora de vencer.
Marília Gonçalves
Meu Caro Andrade da Silva,
Parece que temos de, publicamente, esclarecer uns pontos, que entre nós, são mais do que cordatos.
Sou solidário com todos os perseguidos, para além de povos (expressão informe), seres humanos que são escravizados e é bom que se compreenda aqui também a moderna forma de escravatura, em toda a sua dimensão e extensão. Sou solidário com todos os perseguidos, hostilizados e ostracizados, por terem ideais de progresso e bem estar para a sua sociedade e para com todos, neste universo cada vez mais global.
Sei bem e por experiência própria o que isso é e os custos pessoais, familiares e até sociais que tem e até mesmo agora, nesta espécie de "democracia" em que se diz que vivemos!
Quanto à solidariedade com África e o sofrido povo Africano, reporto-te dois acontecimentos, que creio serem do teu conhecimento:
Quando em Angola, tive conhecimento, local, de uma habilidade praticada pelos donos e capatazes das grandes fazendas. Na zona do Ambriz e do Ambrizete, que julgo também conheças, era prática comum, arrebanhar trabalhadores locais, "pretos", para as tarefas sazonais. Eram guardados e fechados em recintos, para não fugirem (antes do trabalho concluido). O tempo decorria, as tarefas findavam e distraídamente, os portões começavam a ficar "esquecidamente" destrancados. Ora o pessoal ao perceber isso, na sua ânsia de liberdade e na ingenuidade da sua vivência, começava, pela calada da noite a fugir. Resultado, no fim da campanha, alguém se aboletava ao salário de centenas de trabalhadores, que havendo fugido, não estava presente para receber o que era devido pelo seu trabalho. Foi com esta gente que os "políticos" locais "criaram as bases democráticas" da independência a que nós, sabiamente olhando para o lado, permitimos. Ou só eu é que sabia disto ?
Outra bela passagem.
Quando nos fins dos anos sessenta e entrada dos anos setenta, se começou a propagandear o problema da fome e da infame mortandade em África, com expressão exemplar no Biafra, Iemén e países circunvizinhos, a Alemanha estava altamente excedentária na produção de manteigas e gorduras vegetais (margarinas), dando-lhe como destino a queima industrial. Em França verificava-se outro tanto com excedentes de maçã e pero.
Através de ONG´S, foram pressionadas, tendo a igreja tido uma voz forte e activa no aproveitamento político da questão.
Assim, os dois países, disponibilizaram os seus excedentes, com a condição de o Vaticano suportar o custo do frete aéreo para os países necessitados. A igreja, até aí tão activa, remeteu-se ao silêncio e finalmente fez saber que não podia suportar tais custos.
Os países lamentaram e continuaram com as suas ocidentais vidinhas.
Em África, as crianças e os velhos, continuaram a morrer de fome, ficando a Europa tranquila no seu "laissez-faire" e apoiando guerras como a do Vietname e bramindo, mas não fazendo nada, com problemas como o do Congo e o de Portugal.
Sou ainda, um acérrimo defensor e apoiante das Independências e Autonomias. Todos os Povos do Planeta têm direito ao seu estatuto de livre e independente.
Sou contra a forma como abandonámos aqueles povos à sua sorte, sabendo de antemão o que os esperava e o que se sucederia.
Era uma questão de dignidade e de humanidade.
Como também sei, que para o Alvor, alguém levava um projecto coerente, decente, digno, para ser discutido pelas partes, mas ao chegar à sala da reúnião, deparou-se com um cenário de quase guerra campal e as partes a não se entender, sendo despachado o que havia a despachar e permitindo o que veio a suceder.
Como vês, a minha solidariedade está também com África. Com os seus povos sofredores. Mas não está disponível para justificar ou defender, mesmo em nome da pacificação, os títeres que por lá se impõem e se pavoneiam, com o beneplácido da Europa e do Mundo, Portugal incluído.
Como vês, estamos em mais ou menos sintonia. Dissidimos, talvez, nos pormenores, mas isso podemos acertar pacificamente e comandar as operações.
Grande Abraço e melhoras rápidas,
Jerónimo Sardinha
Cara Companheira Marília.
Belo Poema. Obrigado.
Abraço
Caro Jerónimo
Estive no Norte de Angola em Mucaba, zona do café, vi muitos erros da colonização, e menos avisado pensei que a independência era a solução. Tinha 22/ 23 anos, pensava que a pata má era a do colonizador, vi-o a fazer e a propor coisas terríveis matar tudo o que cheirasse a terrorista, por isso, pensei que após a descolonização viria a paz, numa comunidade alargada da lusofonia. Nada mais errado, nunca perscrutei que à guerra seguia-se a guerra.
Eu era um madeirense católico, filho de um capitão e graduado da Mocidade Portuguesa, Comandante de Bandeira,e só não fui comandante de falange,porque sempre fu ensinado a ser coerente e honesto - os meus pais eram um exemplo - e quando quiseram lixar um meu colega que até era um sacana, mas como não tinham razão bati-me ao lado dele, fui castigado antes dele, é o preço.
Depois ingressei na AM e fui para África sem medo para ganhar a guerra, mas quando lá cheguei,não por medo, mas racionalmente disse em Novembro 72 que tínhamos perdido a guerra, porque nem sequer tínhamos ganho o povo. Foram profundas e rápidas alterações baseadas sempre no mesmo principio o de ser honesto comigo e com os outros.
Não tinha recebido formação politica marxista ou outra cheguei por mim, lendo também Marx, pensei e desejei ser possível o progresso e o desenvolvimento daquelas terras numa relação amigável com Portugal, não foi assim e hoje insurjo-me com tanto romance de amor na guerra dá dinheiro e ninguém fala ou escreve sobre o drama da descolonização com histórias mais pungentes, ao que vou ouvindo que na colonização. Hoje percebo que podem estar a acontecer coisas terríveis e quem está no meio da borrasca não sabe. O que sabemos hoje da descolonização, confesso que sei pouco, e confesso que os depoimentos que oiço são cheios de ódio, então como acreditar?
Obrigado pelas tuas memórias, mas eu limitei-me a afirmar a minha posição de princípio que se aplica ao Congo, A Portugal, à China, ao Brasil, mas obviamente que me dói de um modo particular o que se passa nas antigas colónias e mesmo na Madeira em que temo pela vida do deputado do PND.
Obviamente que a tua solidariedade com os outros povos é para mim um dado. A bondade é universal e não egoísta, e tu és um homem bondoso, logo um cidadão do Mundo, na minha visão.
abraço
asilva
Os portugueses saíram das suas colônias, e agora os Macacos Negros estão morrendo de fome, por causa da sua burrice, analfabetismo e banditismo canibalizado de Macacos podres!!!
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