No Uganda, como, por certo, em muitos outro países de África, as oposições, guerrilhas armadas, na sua luta contra os governos, os outros senhores da guerra e corruptos, já não conseguem recrutar adultos para os seus intentos, por vezes tão tenebrosos ou mais do que os dos governos que pretendem derrubar, então, para fazerem face ao seu défice de recrutamento raptam, pela calada da noite, crianças.
Crianças que depois só aprendem as artes da guerra e a matarem, deixam de receber qualquer tipo de formação, e são mentalizadas para querem um uniforme, uma arma e matarem .
As crianças que tentem fugir a este inferno e, entretanto, sejam capturadas são mutiladas à frente das demais. As que apesar de tudo conseguirem fugir a este inferno dantesco, para além das mutilações físicas trazem também a alma para todo o sempre doente com o Stresse Pós Traumático( PTSD).
No Uganda, apesar da denúncia internacional que não sei se antes, passou, mas pela SIC Noticias correu a uma hora benigna, 2h e 18, ( haja Deus!), cinquenta mil crianças já foram raptadas, mas as pseudo autoridades e o exército Ugandês não deram por nada.
Pobres crianças ! Mas também, como nos podemos admirar dessa cifra, se em Portugal em 2008, 700 crianças foram vitimas de acidentes graves e 41 mil na Europa?
Falam-se de crianças e de idosos, mas como quase-coisas, artefactos, nas campanhas eleitorais, mas depois toda esta gente torna-se invisível, uns, os idosos, espera-se que “batem a sola”, quanto às crianças se chegarem a adultos, aí, pelos 18 anos, lá vão tentar convencê-las a votarem em dado clube-partido, e ponto. Assim vai o Mundo.
Todavia o drama dos meninos –soldados não se esgota nos raptos. As crianças para fugirem aos guerrilheiros ao cair da noite deixam as suas pobres palhotas, e vão dormir para sítios mais seguros como hospitais, escolas, pátios, onde, a promiscuidade é completa, aumentando os comportamentos sexuais de risco, e mesmo o abuso sexual das crianças mais novas por outras, ou mesmo outros, mais velhos, e ainda estas crianças perdem todas as referencias socializantes da família, tornando-se indisciplinadas, e adoptando comportamentos agressivos e marginais. Uma completa tragédia.
Apesar deste inferno dantesco estas crianças procuram ser crianças, brincam, cantam e os eus pais também através de danças rituais procuram chamar a atenção do Mundo. Mas quem os ouve? Sim quem os ouve?
Nós, mas que podemos nós? Gritar, então, gritemos. É certo que só os loucos hoje uivam, uivemos na porta das catedrais e dos paços.
É tempo de deixarmos de ser coniventes. É tempo de tentarmos mudar o mundo e ajudar África a alterar o seu fado colonial e neo-colonial de escravidão, morte e tragédia.
África vencerás.
África!
andrade da silva 4abril09
PS : África III: a da sensualidade, será postada 3ª feira.
Crianças que depois só aprendem as artes da guerra e a matarem, deixam de receber qualquer tipo de formação, e são mentalizadas para querem um uniforme, uma arma e matarem .
As crianças que tentem fugir a este inferno e, entretanto, sejam capturadas são mutiladas à frente das demais. As que apesar de tudo conseguirem fugir a este inferno dantesco, para além das mutilações físicas trazem também a alma para todo o sempre doente com o Stresse Pós Traumático( PTSD).
No Uganda, apesar da denúncia internacional que não sei se antes, passou, mas pela SIC Noticias correu a uma hora benigna, 2h e 18, ( haja Deus!), cinquenta mil crianças já foram raptadas, mas as pseudo autoridades e o exército Ugandês não deram por nada.
Pobres crianças ! Mas também, como nos podemos admirar dessa cifra, se em Portugal em 2008, 700 crianças foram vitimas de acidentes graves e 41 mil na Europa?
Falam-se de crianças e de idosos, mas como quase-coisas, artefactos, nas campanhas eleitorais, mas depois toda esta gente torna-se invisível, uns, os idosos, espera-se que “batem a sola”, quanto às crianças se chegarem a adultos, aí, pelos 18 anos, lá vão tentar convencê-las a votarem em dado clube-partido, e ponto. Assim vai o Mundo.
Todavia o drama dos meninos –soldados não se esgota nos raptos. As crianças para fugirem aos guerrilheiros ao cair da noite deixam as suas pobres palhotas, e vão dormir para sítios mais seguros como hospitais, escolas, pátios, onde, a promiscuidade é completa, aumentando os comportamentos sexuais de risco, e mesmo o abuso sexual das crianças mais novas por outras, ou mesmo outros, mais velhos, e ainda estas crianças perdem todas as referencias socializantes da família, tornando-se indisciplinadas, e adoptando comportamentos agressivos e marginais. Uma completa tragédia.
Apesar deste inferno dantesco estas crianças procuram ser crianças, brincam, cantam e os eus pais também através de danças rituais procuram chamar a atenção do Mundo. Mas quem os ouve? Sim quem os ouve?
Nós, mas que podemos nós? Gritar, então, gritemos. É certo que só os loucos hoje uivam, uivemos na porta das catedrais e dos paços.
É tempo de deixarmos de ser coniventes. É tempo de tentarmos mudar o mundo e ajudar África a alterar o seu fado colonial e neo-colonial de escravidão, morte e tragédia.
África vencerás.
África!
andrade da silva 4abril09
PS : África III: a da sensualidade, será postada 3ª feira.
7 comentários:
Não só em África Companheiro não só em África! Também no Brasil são raptadas crianças que aparecem depois abandonadas num canto de rua, mas sem os seus magníficos olhos que dantes, pouco antes contemplavam a Natureza, o azul dos céus, passarinhos livres que como qualquer criança por mais pobre poisava sobre a mãe um olhar de amor. Pois esses olhos foram-lhes tirados, arrancados pela força bruta e cruel das nossas sociedades ditas democráticas mas onde o dinheiro impõe a sua ditadura, porque esses olhos de criança pobre, foram-lhe roubados para acudir à cegueira de um ricaço! Ora a cegueira se é triste para qualquer pessoa,o que nunca justifica a violência de tais actos, mais ainda se esse ser humano, na ocorrência uma indefesa criança, teve desde que nasceu esse dom extraordinário que é a visão. E pior ainda quando recai abrupta e violentamente sobre um pobre que terá muito menos possibilidades e recursos para se defender da sua imposta incapacidade e isto irremediavelmente para toda a vida.
Por isso nossas democracias não o são verdadeiramente, porque o dinheiro impera, vivemos sob uma ditadura económica e financeira, onde os detentores do dinheiro se julgam no direito de tirar aos pobres os próprios olhos, em troca deixam-lhes uma quantia mínima de dinheiro,poisado como um insulto sobre o corpo e a alma mutilados;que nunca pagará o crime cometido e nem permitirá senão por curto lapso de tempo uma modesta, mais que modesta sobrevivência numa tristeza e incompreensão do ocorrido.Sem falar dos países em que as crianças vendidas alimentam os círculos da pedofilia e da prostituição.
E podem dormir nossas consciências diante de todos estes crimes contra a inocência e contra a fragilidade duma pequena criança?
É tempo de olhar o MUNDO com olhos de ver! tempo de perceber que se os povos mundiais unirem suas forças seremos muito mais fortes que toda esta bandidagem a força DA VIDA da vida e a força do número somos nós , por isso quando quisermos nas nossas mãos estará a verdadeira justiça, o sentido de sermos seres humanos pensantes e sensíveis!
Que nunca esqueçamos: A união faz a força, unindo os povos do Mundo contra meia dúzia de carrascos, ganharemos o combate da Humanidade da Fraternidade e o nosso direito ao auto-respeito e à Dignidade.
Abraço
Marília Gonçalves
Marilia Gonçalves
Sim o problema das crianças é uma questão da pobreza material e moral mundial. Desassoguemos os estabelecidos na podridão.
Só que no caso de África houve em Portugal uma cimeira com pompa e circunstância que passou ao lado destes casos e continua a passar no que diz respeito a Angola, Moçambique ,Guiné etc.
Portugal, o governo português, podia e pode fazer melhor quer em rlação a áfrica,quer ao Brasil.
Se puder veja o filme ser bilionário, sobre o mesmo crime na Índia.
Nós uivamos,fazemos o que podemos....
abraço
asilva
África II
Andrade da Silva,
Este seu real,veemente e impressionante testemunho passado em Uganda"Da Memória do Menino Soldado - que está muito longe de casa" e da sua família brada aos céus. Tive ocasião de ver a Reportagem da SIC, que a todos incomodou muitíssimo. Mas, que não passou disso, incomodar... a apatia dos Estados continuou e mantém-se. É absolutamente incompreensível que a Denúncia Internacional não acabe com os horrores e terrores que são infringidos às crianças.
João continui, continui sempre, com a força da sua voz e da sua pena, neste seu esforço, que não será inglório de alerta . A sua repulsa e os seus fortes argumentos não poderão ser esquecidos, nem ignorados, como não poderão ficar esquecidas aquelas crianças tão sofredoras, bem como os seus pais que procuram chamar à atenção do Mundo, gritando " através de danças rituais " Andrade da Siva pergunta se nós também não podemos ou não devemos gritar.? Claro que sim. Grite João e nós outros gritaremos consigo.
Bilionário, Já tive ocasião de ver esse grande filme. Sofri imenso. E saí do cinema a pensar na grandiosidade daquelas crianças, que tão cruelmente sofrem, mas que apesar disso conseguem sorrir, brincar e sonhar...Ideia que nos fica quer, do conteúdo da representação, em certas passagens do filme, quer da posterior observação pela imagem espelhada no rosto das crianças que foram seleccionadas para serem as suas protagonistas.
Que pena que este Mundo esteja tão conturbado e insensível.E, que as desigualdades sejam cada vez mais acentuadas
Força, Andrade da Silva
Amigo Abraço
Maria José Gama
CARAS AMIGAS
Falemos nós a outros, estes, a uns outros e, assim, sucessivamente, e, deste modo, o ruído será cada vez maior, alguém há-de dar pela altercação.
Calados e indiferentes é que não. GRITEMOS ATÈ ENSURDECER OS MALDITOS OUVIDOS.
Abraço
asilva
A África nem sempre foi assim! Para se ser guerreiro na Idade Média africana, os requisitos eram semelhantes aos dos cavaleiros das ordens de cavalaria medievais europeias. Também esta problemática do menino soldado, além de não ser exclusivo dos africanos, muito longe disso, é um fenómeno relativamente recente. Mas o que realmente mais me impressiona em África, não é o menino soldado, todo o mundo tem deitado a mão às crianças para combater, quando a fasquia da idade de recruta começa a baixar, por falta de matéria-prima militar. Raptados aos pais para combater, não podemos generalizar, nem nos deixarmos envolver sentimentalmente, é muito usual os pais venderem os filhos, ou pura e simplesmente abandoná-los. As crianças, evidentemente, de uma forma ou de outra, são as grandes vítimas, como são deploravelmente humilhadas e destroçadas os milhares de crianças que são raptadas por esse mundo fora, principalmente onde os valores civilizacionais são mais evidentes, e não vejo ninguém chorar por elas, cujo fim, muitas vezes, é tão terrível como a própria morte. Falar de África de maneira avulsa não nos leva ao entendimento do problema africano, elegemos para a nossa escrita uns problemas, talvez mais visíveis à sensibilidade, mas esquecemos outros, os mais terríveis, penso eu, que o mundo já esqueceu, porque a moda seja outra e nos faça esquecer o Ruanda onde em 1994, ainda só há 15 anos, como a memória se esvazia rapidamente, os hutus massacraram os tutsis, um verdadeiro genocídio, onde milhares de mulheres e as crianças não foram poupadas., e não serviu de exemplo, pois os “Ruandas” continuam. Já prometi fazer um resumo da história medieval africana, tenho adiado, pois por vezes o trabalho que temos, tem interesse para os outros, mas é importante saber de quem falamos. Talvez esta apatia dos “cilizados” em relação a África, provenha do desejo de esquecer as suas origens.
Bom domingo
Augusto Dias
Caro Augusto
Neste blogue já falamos de Darfur,já falamos do milhão de mortos da àrea do Ruanda, já falamos da Guiné,já falamos da problemática global de África, mas ainda bem que dás o teu contributo alargando a matéria.
De facto não serei autor de um tratado sobre áfrica,não sei se cabe num blogue tal pretensão, mas certo,certo é que por incompetência não poderei ser eu o seu autor, mas podes ser tu.
De qualquer modo a mim não me movem factores de moda,falo de acordo com o meu alerta social e quando falo de crianças, também falo das que são vitimas em Portugal, na Europa e no Mundo.
Continua a ser um tema actual, entre nós até porque só agora vai ser feita legislação para protegê-las dos acidentes em espaços públicos, como vês... e ao nível dos psicólogos há poucos anos atrás defendiamos a consagração de um conjunto de direitos das crianças que não estavam legislados, não sei qual a situação actual. Pergunto a quem souber que nos diga algo sobre essa matéria.
De qualquer modo sobre estes e outros assuntos manifesto tão somente o meu particular e pessaol ponto de vista.
abraço
asilva
"Agora aqui..."
Agora aqui;
Longe daquela terra;
A minha terra;
Aquela que me viu nascer;
Apreendi a minha maior;
Essência.
Todos me levam
e ninguém me trás.
Levam tudo sim.
Carne, pele e ossos.
Até meu tutano conseguem sugar
Levam tudo sim.
O melhor que há em mim.
Trazer-me, nunca.
Senão o pior que neles há.
Ana Branco
(Antologia da poesia
feminina dos PALOP)
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