sábado, 2 de junho de 2012

A DINAMICA DA TRAGÉDIA (IR) REVERVÍVEL DE PORTUGAL,IRMÃO DA GRÉCIA.


                                                    ( CONCLUSÃO )



Todavia,  quando isto se tornar insuportável para quem trabalha,  pensemos no que virá a seguir:  se não for a revolta, será Portugal tornar-se num pais tipo Marrocos, eles,  têm morangos para exportarem, nós, se não fizermos nada, temos cortiça, vinho e sapatos,  alguma tecnologia e os automóveis de Setúbal, mas isto será suficiente para manter um país de desempregados, pensionistas e emigrantes (para quem os subsídios vão chegando, para sobreviverem)?

Então, fixemo-nos no milhão de desempregados que pode ainda crescer, mas como se vai resolver esta questão?

Por certo, todos se lembram que o 1º Ministro  Sócrates prometeu criar durante 5 anos, 150 mil postos de trabalho, dizem que não cumpriu esse objectivo, então, como absorver  um milhão de desempregados, muitos, com mais de 40 anos de idade?

Uma solução foi apontada EXPELIR, para fora do país,  através da emigração, com este excesso, voltar aos anos 60, mas mesmo aqui, como poderá ser absorvida a mão de obra com mais de 40 anos?

 Emigrar é uma decisão muito difícil, com a adaptação a novas culturas hábitos,  e língua. Está quase, de certeza, muito para além das competências sociais, psicológicas e profissionais dos muitos que têm mais de 40 anos. Só quem está muito distraído e é muito incompetente, como no governo e na troika é que não percebeu que este RUMO E ROTA ESTÃO ERRADOS ECONOMICAMENTE e são IMORAIS E INJUSTOS.

 Numa aritmética simples, se em 5 ano,  foi um projecto ambicioso criar 150 mil postos de trabalho, para um  milhão seriam precisos cerca  de 30 anos, com um programa bem sucedido de, em cada 5 anos, haver 150 novos postos de trabalho, o que, é manifestamente uma impossibilidade, por esta via.

O problema SOCIAL E ECONÓMICO DE PORTUGAL, COMO DA GRÉCIA NÃO TÊM  SOLUÇÃO,  sem uma grande intervenção da EU, para o emprego e o desenvolvimento, com um plano de ajuda financeira  não especulativo, com a mutualização da divida  e, no caso militar, das despesas com a Forças Nacionais Destacadas (FND) e, obviamente, que nada disto contende com  o rigor das contas publicas, que estariam bem melhores, talvez mesmo saudáveis, se não fossem a corrupção, as luvas e a evasão fiscal , e os vencimentos inaceitáveis de gestores e administrações, mesmo de empresas públicas falidas. Etc. etc..

Para cerca de2/3 da população: ou Morremos ou  vegetaremos, sem um plano estratégico de médio e longo prazo, para o desenvolvimento e  o crescimento económico, defendendo objectivos   calendarizados e quantificados,  para a  reindustrialização do país,  com metas muito bem definidas e programadas em termos de inovação técnica e tecnológica, desde os equipamentos,  aos  materiais usados e métodos de produção;  formação de ponta adequada para empresários e trabalhadores; estratégia de internacionalização e de substituição de importações; integração de empresas de modo a obter-se produção de escala; valorização do mérito, redução de impostos e dos custos dos factores de produção, nomeadamente a energia,  e, é  nestas linhas que se tem de mexer, para aumentarmos a  produtividade, e  sermos concorrentes e competitivos com a Alemanha e outros países, sem  os trabalhadores e a classe média   serem, ainda,   mais sacrificados nesta deriva, porque já ganhamos muito abaixo dos demais.

E, voltamos ao princípio, mas que pode o cidadão individual, comum,  fazer no meio deste lodaçal ?

Uma atitude é esperar por um sidonismo, ou surgimento de um  Messias, e,  se nada for feito, em caso de desastre nacional, ele surgirá,  mas será esta a atitude  adequada?

Outro comportamento é debater ideias, exigir e trabalhar nas mudanças, porque elas, de qualquer modo, vão acontecer, e como os  militares sabem, quanto menor as modalidades de acção estudadas, menos hipóteses há de sucesso, face a uma situação muito volúvel e com muitas variáveis. E,  então, se nem sequer se pensar no que fazer, perante o que pode ou está acontecer na Grécia, nossa irmã,  é de dizer, admitir mesmo,  que a tragédia é irreversível, e , aqui,  chegados todas as alternativas ditatoriais estão abertas.

Esperaria  que houvesse um D. João I e uns tanoeiros de Lisboa com a alma de 1383- 1385, mas… coisas…. Não acredito…. Coisas…. Por vezes,  parece  que querer dar um contributo para Portugal  é um enredo ficcional, não literário, obviamente, à Miguel Cervantes.

Esperemos que, alguma vez,  todos estes esforços fiquem sob  a forma escrita, para que no Futuro haja alguma memória destas vãs coisas, e se compare que caminhos diversos poderiam ter sido seguidos, e, sublinho que  sempre defendi e defendo,  que as Forças Armadas, em países com tantas fragilidades ao nível da cidadania e da democracia, não podem ter um papel tutelar, mas não estão fora da cidadania, e devem ser, como se admite há pelo menos mais de um século, uma RESERVA MORAL DA NAÇÂO, e  a esta tarefa devem de  prestar o melhor dos seus esforços, estudos e disponibilidade moral e física , de acordo com o vínculo singular  que é o seu - de defenderem Portugal e os Portugueses até com o sacrifício da própria vida.

Andrade da silva

PS: sei como todos e como muitos que praticam  que  é muito mais seguro e cómodo falar depois das coisas acontecerem, ou talvez melhor estar  sempre calado,  mas também sei, como todos que se tudo for silêncio, funcionará o principio da inércia que reproduz mais do mesmo, até que tudo rebente, como a teoria da entropia dos sistemas revela.

O Sr. Ministro da Defesa Nacional estabeleceu um paralelismo entre o momento actual e a Batalha de Trancoso,  coisa estranha, vinda deste governo.

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