( CONCLUSÃO )
Todavia, quando isto se tornar insuportável para quem
trabalha, pensemos no que virá a seguir:
se não for a revolta, será Portugal tornar-se
num pais tipo Marrocos, eles, têm morangos
para exportarem, nós, se não fizermos nada, temos cortiça, vinho e sapatos, alguma tecnologia e os automóveis de Setúbal,
mas isto será suficiente para manter um país de desempregados, pensionistas e
emigrantes (para quem os subsídios vão chegando, para sobreviverem)?
Então, fixemo-nos no
milhão de desempregados que pode ainda crescer, mas como se vai resolver esta
questão?
Por certo, todos se lembram
que o 1º Ministro Sócrates prometeu
criar durante 5 anos, 150 mil postos de trabalho, dizem que não cumpriu esse
objectivo, então, como absorver um
milhão de desempregados, muitos, com mais de 40 anos de idade?
Uma solução foi
apontada EXPELIR, para fora do país, através da
emigração, com este excesso, voltar aos anos 60, mas mesmo aqui, como poderá
ser absorvida a mão de obra com mais de 40 anos?
Emigrar é uma decisão muito difícil, com a
adaptação a novas culturas hábitos, e
língua. Está quase, de certeza, muito para além das competências sociais,
psicológicas e profissionais dos muitos que têm mais de 40 anos. Só quem está
muito distraído e é muito incompetente, como no governo e na troika é que não
percebeu que este RUMO E ROTA ESTÃO ERRADOS ECONOMICAMENTE e são IMORAIS E INJUSTOS.
Numa aritmética simples, se em 5 ano, foi um projecto ambicioso criar 150 mil
postos de trabalho, para um milhão
seriam precisos cerca de 30 anos, com um
programa bem sucedido de, em cada 5 anos, haver 150 novos postos de trabalho, o
que, é manifestamente uma impossibilidade, por esta via.
O problema SOCIAL E
ECONÓMICO DE PORTUGAL, COMO DA GRÉCIA NÃO TÊM
SOLUÇÃO, sem uma grande
intervenção da EU, para o emprego e o desenvolvimento, com um plano de ajuda
financeira não especulativo, com a
mutualização da divida e, no caso
militar, das despesas com a Forças Nacionais Destacadas (FND) e, obviamente,
que nada disto contende com o rigor das
contas publicas, que estariam bem melhores, talvez mesmo saudáveis, se não
fossem a corrupção, as luvas e a evasão fiscal , e os vencimentos inaceitáveis
de gestores e administrações, mesmo de empresas públicas falidas. Etc. etc..
Para cerca de2/3 da
população: ou Morremos ou vegetaremos, sem
um plano estratégico de médio e longo prazo, para o desenvolvimento e o crescimento económico, defendendo
objectivos calendarizados e
quantificados, para a reindustrialização do país, com metas muito bem definidas e programadas em
termos de inovação técnica e tecnológica, desde os equipamentos, aos
materiais usados e métodos de produção;
formação de ponta adequada para empresários e trabalhadores; estratégia
de internacionalização e de substituição de importações; integração de empresas
de modo a obter-se produção de escala; valorização do mérito, redução de
impostos e dos custos dos factores de produção, nomeadamente a energia, e, é
nestas linhas que se tem de mexer, para aumentarmos a produtividade, e sermos concorrentes e competitivos com a
Alemanha e outros países, sem os trabalhadores
e a classe média serem, ainda, mais sacrificados nesta deriva, porque já
ganhamos muito abaixo dos demais.
E, voltamos ao princípio,
mas que pode o cidadão individual, comum, fazer no meio deste lodaçal ?
Uma atitude é esperar
por um sidonismo, ou surgimento de um Messias,
e, se nada for feito, em caso de desastre
nacional, ele surgirá, mas será esta a
atitude adequada?
Outro comportamento é
debater ideias, exigir e trabalhar nas mudanças, porque elas, de qualquer modo,
vão acontecer, e como os militares sabem,
quanto menor as modalidades de acção estudadas, menos hipóteses há de sucesso,
face a uma situação muito volúvel e com muitas variáveis. E, então, se nem sequer se pensar no que fazer,
perante o que pode ou está acontecer na Grécia, nossa irmã, é de dizer, admitir mesmo, que a tragédia é irreversível, e , aqui, chegados todas as alternativas ditatoriais
estão abertas.
Esperaria que houvesse um D. João I e uns tanoeiros de
Lisboa com a alma de 1383- 1385, mas… coisas…. Não acredito…. Coisas…. Por
vezes, parece que querer dar um contributo para
Portugal é um enredo ficcional, não literário,
obviamente, à Miguel Cervantes.
Esperemos que, alguma
vez, todos estes esforços fiquem
sob a forma escrita, para que no Futuro
haja alguma memória destas vãs coisas, e se compare que caminhos diversos poderiam
ter sido seguidos, e, sublinho que sempre defendi e defendo, que as Forças Armadas, em países com tantas
fragilidades ao nível da cidadania e da democracia, não podem ter um papel
tutelar, mas não estão fora da cidadania, e devem ser, como se admite há pelo
menos mais de um século, uma RESERVA MORAL DA NAÇÂO, e a esta tarefa devem de prestar o melhor dos seus esforços, estudos e
disponibilidade moral e física , de acordo com o vínculo singular que é o seu - de defenderem Portugal e os
Portugueses até com o sacrifício da própria vida.
Andrade da silva
PS: sei como todos e
como muitos que praticam que é muito mais seguro e cómodo falar depois das coisas
acontecerem, ou talvez melhor estar
sempre calado, mas também sei,
como todos que se tudo for silêncio, funcionará o principio da inércia que
reproduz mais do mesmo, até que tudo rebente, como a teoria da entropia dos
sistemas revela.
O Sr. Ministro da Defesa Nacional estabeleceu um paralelismo entre o momento actual e a Batalha de Trancoso, coisa estranha, vinda deste governo.
Sem comentários:
Enviar um comentário