Hoje, por mais que
tente, a minha lira
recusa-me um acorde
de harmonia.
Apenas arfa, como
quem suspira,
ou uiva, como aflita
ventania.
Perplexo, me
interrogo num porquê.
Olhando, em derredor,
o desalinho.
Olhando, mas com
olhos de quem vê,
descubro que me quer
outro caminho.
Crianças órfãs medram
pela ruas…
Nas mesas não há pão nem esperança...
As árvores sem ninhos
tremem nuas…
Por entre a treva, a
dor irada avança…
Bem-hajas, lira, a
quem eu devo tanto!
Que seja, agora, a
luta e não o canto!
José-Augusto de
Carvalho
19 de Março de 2006.
Viana*Évora*Portugal
1 comentário:
abraço.
asilva
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