Ah, Democracia!
Na velhinha Atenas, o sonho
somou duas palavras mágicas Povo-Poder e nasceu esta definição – DEMOCRACIA.
Caiu a velhinha Atenas
democrática, o povo foi submetido, o poder foi tomado pelos outros.
Mais de dois mil anos depois,
como vamos de democracia, querida velhinha Atenas?
Será que continuamos
amontoados na caverna e resignados a ver as sombras projectadas do que se passa
e não passa no exterior?
Será que o velho Platão
estará desesperado a gritar-nos do Hades: Oh, gentes! Afinal ainda nada
aprenderam? Que fazem aí acantonados?
Pois é, falando da minha
pátria, que vejo eu? Vejo muitas organizações políticas em período eleitoral.
Vejo todas estas organizações
políticas a reclamarem votos para a Democracia.
Assumido cidadão versado em
coisa nenhuma, debato-me por entre as malhas desta interrogação: de tantas
propostas de caminhos, que caminho escolho eu?
Ora bem, optei por uma
proposta.
Eu sei que poderia não optar;
que poderia ficar a ver a banda passar… (Olá, Chico Buarque!!) Só que não deixo
que os demais optem por mim. Por dignidade, por opção.
Toda a situação me parecia
evidente até que…
…até que atroaram os meus
ouvidos persistentes clamores. Apurei o ouvido e apercebi-me de que surgira uma
nova proposta – a da utilidade.
Fiquei sabendo que me propõem
que a minha escolha deverá recair numa proposta diferente daquela por que
optei. Não porque esta nova proposta que me apresentam seja melhor, mas porque
tem de ser por oposição a outra ainda pior.
Não fiquei confuso, aqui
juro! Fiquei desolado, porque concluí que estou perante estoutra proposta:
esquece a opção convictamente sustentada e opta, de entre estas duas, por
aquela que consideres a menos má.
Concluindo: há quem pretenda
que a festa, que deveria ser da Democracia, passe a ser a festa do mal menor.
Finalizando: como vês, meu
velho Platão, a caverna continua… e os cavernícolas também!
José-Augusto de Carvalho
Alentejo, 2 de Outubro de 2015.
1 comentário:
Nesta hora.Aquele Abraço.
asilva
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