sábado, 12 de janeiro de 2019

CONTA E TEMPO





Soneto, obra-prima do trocadilho, escrito no século XVII por Frei
António das Chagas (António Fonseca Soares).

                  CONTA E TEMPO

Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta,
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero fazer conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em fazer conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo...  


Comentário:

Nascemos
Renascemos
Temos um dado tempo para Amar
Partimos para o Cosmos
Amemos durante todo o tempo!
joao

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