CONTRA-CONTRAREVOLUÇÃO ALERTA N+16 ( PRÉ-FINAIS)

UNI-VOS RICOS E PODEROSOS E SEREIS SUPER EFICAZES!....

Todos juntos: ricos, poderosos e exploradores, sereis melhores, muito melhores, no esmagamento dos que querem mais justiça social, menos corrupção, mais emprego, mais dignidade para a vida, desde o nascimento até à morte, ou seja, o que, reivindica 30 a 40% da população, ou, dito de outro modo, cerca de 4 milhões de portugueses, muitos dos quais engrossam o número de 50% dos concidadãos que se abstêm de votar. Dado muito importante, quanto descurado.

Mas qual o sentido que faz falar dos pobres, dos idosos, das crianças e dos desvalidos, ou pelo Natal, ou nos períodos eleitorais?

Obviamente nenhum, no que à politica diz respeito, se a regra não fosse o cinismo e a hipocrisia. Mas o ritual cumpre-se, sempre, com o mesmo efeito previsível. O espantosamente falso ganha sempre: a memória é curta, a alienação e a intoxicação informativa são máximas.

O espantosamente falso atrai multidões que têm medo da verdade, sentem-se inseguras perante a mudança e crêem que precisam do jugo e da protecção dos poderosos. Foi-lhes incutido e, continua a ser, que só os ricos e poderosos são capazes de dirigir a coisa pública. Infelizmente estas pessoas não compreendem que aqueles poderosos usam os governos, para colocarem ao seu serviço os bens públicos que são propriedade da res publica, isto é, de todos nós, e que nenhum governo que exerce o poder conjunturalmente os poderiam desbaratar, através das privatizações, como se aqueles bens públicos fossem propriedade de 1 a 10% da população, e os governos, os administradores, destes poderosos.

Se não for possível libertar a grande parte dos portugueses desta letargia, alienada e alienante, produto de um processo de estado de coma induzido da auto- consciência e da consciência colectiva, acontecerá que, quando se acordar deste pesadelo, a direita, à voz do Sr. Presidente da República, estará reunida no ambiente-plasma do PS e PSD. Sócios total e completamente preparados para imporem o modelo do capitalismo selvagem, ou seja, tudo para 1% dos capitalistas, bastante para os seus 9% de capatazes e testas de ferro, alguma coisa para outros 20% e pouco ou nada para os demais que são considerados os seus verdadeiros inimigos de classe. Nesta guerra os poderosos usam a estratégia preventiva de Bush - tudo para os amigos, nada para os adversários e,ou inimigos, internos e externos.

Mas será possível sair deste buraco e mudar o rumo e a estratégia destas politicas?

Seria desejável e mesmo imperativo que sim, mas se a direita altera a sua estratégia, se o PS, ou parte deste se desloca para a direita, que se reforça e une, só uma nova resposta à esquerda abrangente e forte pode alterar este caminho de suicídio.

Ninguém pode esquecer a importância das lutas dos povos, como vimos em Moçambique, em que 13 mortos e cerca de 500 feridos foram suficientes para travarem medidas injustas e mal pensadas de agravamento das condições de vida do povo. Todavia para mudar a natureza do poder é preciso muito, muito, mais. Entre nós e pela via eleitoral a direcção da governação e a ultrapassagem do rotativismo exige um número de votos, de cerca de 2 milhões, em coligação ou isoladamente. Fora deste quadro resta a luta: lutar, lutar, resistir, travar as arremetidas neo-liberais .Ser heróico.

Seja como for, para além das palavras seria muito importante, que perante a igualdade na substância entre o PS social- liberal e neo-liberal e um PSD neo-liberal, a esquerda partidária e independente construíssem uma ALTERNAVA em que o povo, este povo que temos, com a sua cultura e modo de ser, pudesse e quisesse votar massivamente, para mudar de rumo.

Sem este esforço e reconhecendo que o povo continuará a dar cerca de 20% dos votos ao PCP e ao BE, em termos eleitorais não é perceptível outra solução que não a perpetuação do rotativismo, até ao desastre. Para uma alternativa seria muito importante reforçar a votação nestes partidos, e a criação das necessárias pontes, com dois sentidos, com os militantes e simpatizantes do PS da esquerda socialista. Para tudo isto o contributo dos independentes e dos cidadãos seria fundamental

Os novos tempos exigem à esquerda novos comportamentos e estratégias. No mínimo compete a cada sujeito e actor político referir que objectivos são expectáveis com as acções que se propõem levar a cabo. Para além do verbo e das crenças é preciso referir objectivos quantificáveis.

Toda a luta pela mudança e justiça social está do lado da esquerda. A direita joga em casa, está unida, recebe a preciosa cooperação da União Europeia com a supervisão dos Orçamentos Nacionais. A aliança dos poderosos detém o capital, a informação e o seu objectivo imoral é simples e linear - obter a máxima riqueza para 10% da população, com a mais completa supressão de direitos públicos, sociais e civis a uma faixa significativa da população, entre os 30 a 40%: os miseráveis ( 18%), os pensionistas, os trabalhadores da indústria, do comércio a retalho, funcionários públicos, trabalhadores dos transportes e outros serviços, deixando uma área de conforto para os que trabalham na banca, seguros, turismo e nos ciberoempregos.

Seria importante que se falasse do Futuro a médio prazo. E que Futuro será esse, se nada nas estratégias dos vários sujeitos mudar, nomeadamente à esquerda? Também será importante não cultivar ilusões. Todavia esta discussão nunca terá lugar se a cidadania não a promover e exigir aos vários sujeitos políticos, obviamente.

andrade da silva

PS:

Choro os mortos e feridos em Moçambique, sobretudo, porque o governo Moçambicano tinha outras alternativas para proteger o seu povo das agruras da miséria extrema, como veio a acontecer.