terça-feira, 30 de setembro de 2008

MAS QUEM E QUE POLÍTICAS PROVOCARAM A CRISE GLOBAL?




Depois da desculpabilizante intervenção do Sr. Vitorino na RTP1 é urgente sublinhar, antes que todas as Donas Constanças dêem a volta ao texto que a crise é global, mas também tem os seus cúmplices em Portugal.

É com a maior estupefacção que vejo a candura, como pessoas que deviam ter uma posição dura contra as toupeiras que corroeram os pilares da democracia e da cidadania, aceitam os seus cantos de sereia para, uma vez mais, ludibriarem a maioria das classes trabalhadoras e a classe média nos seus legítimos direitos, e, não digo expectativas, porque estas ao nível dos portugueses são tão baixas que qualquer dona Constança com o marketing politico consegue até convencer a maioria dos portugueses.

Nesta questão se entrecruza a politica e a Moral, e o confronto é terrível, de um lado estão os que vendem a alma ao diabo, até se tornam revolucionários para salvar o capitalismo selvagem, e, do outro, estão os que sabem que com aquela gente, sem qualquer moral ou humanidade, não se vai a lado nenhum.

Quando muito eles guiam-nos para a aceitação de um sacrifício colectivo para nos safarmos do buraco, o que interessa a todos, só que sem alterações na cidadania, ultrapassadas as dificuldades presentes com eles e no mesmo sistema, como Marx previu e não se tem enganado, estaremos, mais adiante, noutra crise tão ou mais grave. É preciso mudar de modelo.

É preciso dizer que são co-responsáveis com Bush, nas erradas politicas económicas, como de segurança (guerra do Iraque, independência do Kosovo) os sucessivos governos desde o do Sr. Cavaco da Silva, o dos Srs. Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes ( esteve pouco tempo, mas estragou o bastante) e Sócrates e os Presidentes da República Srs. Mário Soares, Jorge Sampaio e novamente o Sr. Cavaco da Silva, porque não fizeram nada para contrariar o fome selvagem dos capitalistas da banca e das empresas, e, antes, pelo contrário, isentaram-nos de taxas e impostos, e canalizaram para os seus lucros vastos recursos da comunidade Portuguesa, através dos sucessivos Orçamentos de Estado.

A nível Europeu também só cantaram hossanas à sanha neo-liberal, e invectivaram os portugueses de coluna vertebral levantada, quando contra este regabofe protestavam. Foram tratados como malditos, quase anti-cidadãos.

Mas o desastre está aí, pela minha parte alertei para este descalabro desde Fevereiro, seguindo e ouvindo o que entre outros, o economista Ferreira do Amaral aludia na sua conferência: 2008- ANO DE TODAS AS CRISES.

Está publicado no blogue silenciado da avenida da liberdade, o que dói aos circenses da mentira e da magia negra, sobretudo quando querem dizer que, agora, são eles os arautos do caminho justo, da manhã do dia inteiro. Impostura.

São, ainda, co-responsáveis por esta situação os neo-liberais que tomaram com apoio das TV o poder no PS e PSD. É tempo do povo correr com estes senhores.

É tempo dos militantes socialistas do PS e os sociais-democratas do PSD fazerem uma grande aliança com a esquerda de modo a forçar, como, e bem, Santana Lopes já propus, levar os liberais e os defensores do capitalismo selvagem do Pensar Portugal a formarem o partido liberal, a que se deve juntar Marques Mendes que só num país cego e surdo pode ter o “prime time”, quando vem dizer para privatizar mais o Estado, no momento que até Bush pretende nacionalizar os bancos, para salvar o capitalismo.

De facto temos os melhores e mais oportunos políticos do Mundo que mesmo que o Mundo acabasse defenderiam o que o matou. Somente espantoso.

De qualquer modo, acompanho e louvo Marques Mendes na sua luta solitária contra a conspurcação da política, e, deste ponto de vista, as suas propostas são actuais e imperativas. É o seu lado muito positivo, e de superior valor.

MY GOD se forem os mesmos que provocaram a crise e os seus co-autores a resolvê-la, porque são mestres no seu fabrico, então, bem podemos arrumar as botas, e ir para o velório, porque não haverá no próximo milénio tratamento para tanta alienação esquizofrénica, face à completa perda do teste da realidade.

MY GOD! QUE MUNDO!


andrade da silva


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Vergonha: Eduardo Prado Coelho


Não é meu hábito, publicar dois post's no mesmo dia. Não me parece ético e concorre para afunilamento.

Que me perdoem, pois, os meus leitores (se os tenho) e muito especialmente os meus amigos (que julgo ter) e colaboradores deste blog.

No entanto, a oportunidade e o enquadramento do que se segue, justifica-o !


RELEMBRANDO Eduardo Prado Coelho.

Antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta.
Precisa-se de matéria prima para construir um País.
Eduardo Prado Coelho - in Público

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.O problema está em nós. Nós como povo.Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ....e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
- Onde a falta de pontualidade é um hábito;
- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta. Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa. Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte... Fico triste. Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados.... igualmente abusados!
É muito bom ser português.
Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias. Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... MEDITE!

EDUARDO PRADO COELHO

Com vénia a Eduardo Prado Coelho,
Jerónimo Sardinha
29Setembro08

CARTA O BERRO.


A solicitação de um amigo e nosso colaborador, insiro o artigo abaixo.

A oportunidade em que é apresentado, é de excepção e configura o melhor comentário, o mais digno e o mais fiel, ao artigo anterior, da autoria do nosso amigo Andrade da Silva.

Com lentidão, com muito laxismo, mas as sociedades tendem a mexer. Será que querem dar resposta condigna aos desmandos dos governantes-malfeitores ?

Embora da autoria de um dos nossos mais conceituados sociólogos, o mesmo foi publicado no Brasil, na revista «O Berro», a quem apresento cumprimentos e a minha gratidão.

J.Sardinha


DEBATE ABERTO


O impensável aconteceu


O Estado deixou de ser o problema para voltar a ser a solução; cada país tem o direito de fazer prevalecer o que entende ser o interesse nacional contra os ditames da globalização; o mercado não é, por si, racional e eficiente, apenas sabe racionalizar a sua irracionalidade e ineficiência enquanto estas não atingirem o nível de auto-destruição.

Boaventura de Sousa Santos

A palavra não aparece na mídia norte-americana, mas é disso que se trata: nacionalização. Perante as falências ocorridas, anunciadas ou iminentes de importantes bancos de investimento, das duas maiores sociedades hipotecárias do país e da maior seguradora do mundo, o governo dos EUA decidiu assumir o controle direto de uma parte importante do sistema financeiro.
A medida não é inédita pois o Governo interveio em outros momentos de crise profunda: em 1792 (no mandato do primeiro presidente do país), em 1907 (neste caso, o papel central na resolução da crise coube ao grande banco de então, J.P. Morgan, hoje, Morgan Stanley, também em risco), em 1929 (a grande depressão que durou até à Segunda Guerra Mundial: em 1933, 1000 norteamericanos por dia perdiam as suas casas a favor dos bancos) e 1985 (a crise das sociedades de poupança).
O que é novo na intervenção em curso é a sua magnitude e o fato de ela ocorrer ao fim de trinta anos de evangelização neoliberal conduzida com mão de ferro a nível global pelos EUA e pelas instituições financeiras por eles controladas, FMI e o Banco Mundial: mercados livres e, porque livres, eficientes; privatizações; desregulamentação; Estado fora da economia porque inerentemente corrupto e ineficiente; eliminação de restrições à acumulação de riqueza e à correspondente produção de miséria social.
Foi com estas receitas que se "resolveram" as crises financeiras da América Latina e da Ásia e que se impuseram ajustamentos estruturais em dezenas de países. Foi também com elas que milhões de pessoas foram lançadas no desemprego, perderam as suas terras ou os seus direitos laborais, tiveram de emigrar.
À luz disto, o impensável aconteceu: o Estado deixou de ser o problema para voltar a ser a solução; cada país tem o direito de fazer prevalecer o que entende ser o interesse nacional contra os ditames da globalização; o mercado não é, por si, racional e eficiente, apenas sabe racionalizar a sua irracionalidade e ineficiência enquanto estas não atingirem o nível de auto-destruição; o capital tem sempre o Estado à sua disposição e, consoante os ciclos, ora por via da regulação ora por via da desregulação. Esta não é a crise final do capitalismo e, mesmo se fosse, talvez a esquerda não soubesse o que fazer dela, tão generalizada foi a sua conversão ao evangelho neoliberal.
Muito continuará como dantes: o espiríto individualista, egoísta e anti-social que anima o capitalismo; o fato de que a fatura das crises é sempre paga por quem nada contribuiu para elas, a esmagadora maioria dos cidadãos, já que é com seu dinheiro que o Estado intervém e muitos perdem o emprego, a casa e a pensão.
Mas muito mais mudará. Primeiro, o declínio dos EUA como potência mundial atinge um novo patamar. Este país acaba de ser vítima das armas de destruição financeira massiça com que agrediu tantos países nas últimas décadas e a decisão "soberana" de se defender foi afinal induzida pela pressão dos seus credores estrangeiros (sobretudo chineses) que ameaçaram com uma fuga que seria devastadora para o actual american way of life.
Segundo, o FMI e o Banco Mundial deixaram de ter qualquer autoridade para impor as suas receitas, pois sempre usaram como bitola uma economia que se revela agora fantasma. A hipocrisia dos critérios duplos (uns válidos para os países do Norte global e outros válidos para os países do Sul global) está exposta com uma crueza chocante. Daqui em diante, a primazia do interesse nacional pode ditar, não só proteção e regulação específicas, como também taxas de juro subsidiadas para apoiar indústrias em perigo (como as que o Congresso dos EUA acaba de aprovar para o setor automóvel).
Não estamos perante uma desglobalização mas estamos certamente perante uma nova globalização pós-neoliberal internamente muito mais diversificada. Emergem novos regionalismos, já hoje presentes na África e na Ásia mas sobretudo importantes na América Latina, como o agora consolidado com a criação da União das Nações Sul-Americanas e do Banco do Sul. Por sua vez, a União Européia, o regionalismo mais avançado, terá que mudar o curso neoliberal da atual Comissão sob pena de ter o mesmo destino dos EUA.
Terceiro, as políticas de privatização da segurança social ficam desacreditadas: é eticamente monstruoso que seja possível acumular lucros fabulosos com o dinheiro de milhões trabalhadores humildes e abandonar estes à sua sorte quando a especulação dá errado. Quarto, o Estado que regressa como solução é o mesmo Estado que foi moral e institucionalmente destruído pelo neoliberalismo, o qual tudo fez para que sua profecia se cumprisse: transformar o Estado num antro de corrupção.
Isto significa que se o Estado não for profundamente reformado e democratizado em breve será, agora sim, um problema sem solução. Quinto, as mudanças na globalização hegemônica vão provocar mudanças na globalização dos movimentos sociais que vão certamente se refletir no Fórum Social Mundial: a nova centralidade das lutas nacionais e regionais; as relações com Estados e partidos progressistas e as lutas pela refundação democrática do Estado; contradições entre classes nacionais e transnacionais e as políticas de alianças.


Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).
Jerónimo Sardinha
29Setembro08

domingo, 28 de setembro de 2008

IGNOMÍNIA, VERGONHA, IMORAL, INACEITÁVEL



Nada de novo no discurso do Sr. Bush. Nada que ele já não soubesse, e mais, não seja ele um dos principais responsáveis com todos os neo-conservadores e neo-liberias americanos e europeus pelo estado da economia mundial, bem como, pela falta de segurança internacional. Foram e são o carrascos da nossa harmonia e paz.

Quanto ao Sr. Bush a sua intervenção e as que se seguirão, são, como alguns previram, um modo de intervir na corrida presidencial, de forma a ajudar o seu candidato Mccain, comprometendo Obama numa politica económica e Mundial tudo idêntica à neo-liberal e neo-conservadora que está a dar cabo dos valores da nossa civilização com programas de TV dissolutos, corrupção generalizada, trabalho sem direitos, privatização dos Orçamentos de Estado para dar toda a seiva da Nação aos mais funestos e ignominiosos seres que alguma vez existiram sobre a terra.

Bush sabe que, eliminadas as diferenças e vinculando Obama a um programa neo-liberal e neo-conservador da economia americana e por arrastamento da Mundial, a investidura Presidencial torna-se mais favorável para o candidatado do partido republicano, que será sempre o que tem melhores condições para realizar aqueles programas.

Muito diferentemente do que acontece em Portugal que, depois do 1º ministro Cavaco da Silva, é o PS, quem melhor executa as politicas económicas e de supressão de direitos, para salvação dos empresários e banqueiros, ou seja, a meia dúzia de famílias que detêm a posse de todo o capital financeiro e industrial, exactamente as mesmas de antes do 25 de Abril.

Contrariamente ao que alguns dizem, acusando o 25 de Abril de ter dado cabo de toda a estrutura produtiva do país, e ser o responsável pela pobreza da nação, o que aconteceu foi o oposto, o 25 de Abril não destruiu quanto era preciso desmantelar a estrutura politica, económica e jurídica herdada do fascismo.

É exactamente pela recuperação do antigamente, a que o 25 de Novembro conduziu, que estamos na cauda da Europa, com um desemprego estrutural sem solução. Infelizmente os trabalhadores que perdem os empregos aos 40 anos de idade, não têm competências profissionais adequadas à revolução cibernética em curso, desde os anos 60.

Em Portugal, como no Mundo é patético, um verdadeiro espectáculo do circo do grotesco, ver os coveiros dos destinos dos povos, os Sr. Bush, Sr. Cavaco, Sr. Durão Barroso, Sr. Lula da Silva, Sr. Sócrates, Sr. Sarcozy a pedirem cândida, angélica e, quase, languidamente compreensão para o desastre mundial que provocaram, e de que são os principais réus.

Todo este desastre não é produto de um acidente, mas da regulação da economia que estes senhores fizeram, julgando que a esfera financeira era completamente independente da economia e que, portanto, poderia haver um enriquecimento ilimitado dos banqueiros e empresários.

Como não podia deixar de ser, e os críticos deste regabofe já tinham alertado a economia real disse-lhes que a verdade é outra, e, agora, querem estes senhores, por um acto de magia negra e imoral, surgirem como os salvadores. Váde retro Satanás. Ide morrer em praias distantes.

Seja como for, por artes do diabo, mas sobretudo pela criatividade manipuladora, e porque como diz aquele grande filósofo Novembrista e semi-democrata, o povo, ou seja, na sua opinião, o rebanho de escravos, segue os vencedores, e manda às urtigas uns Zés-ninguém arvorados em idealistas, Mccain ou Obama, um deles, será o Messias deste capitalismo, e, como sempre, os países pobres vão ficar mais miseráveis.

Será o Sul a pagar esta factura. Resta saber qual a terapia de choque, mas seja a realizada por Obama ou por Mccain vão ser tempos muito duros. As vítimas da primeira linha serão os países párias do, chamado, 3º mundo, mas logo de seguida, vêm os morenos da Europa, entre os quais, nós somos os mais morenos.

E aqui, as coisas começam a entrar-nos pela porta dentro, com os portugueses na sua maioria distraídos com programas televisivos dirigidos por viúvas-negras que se não matam, adormecem; com os governantes que não defendem o futuro, mas procuram proteger a todo o custo os sobrelucros dos seus amigos empresários e banqueiros e com a mais grave despreocupação em relação ao futuro da maioria dos portugueses. Com toda esta leviandade que futuro nos espera?

Nesta conjuntura é estranho que os neo-liberais do Pensar Portugal tenham desaparecido, e Marques Mendes venha propor mais privatização do Estado, quando esse modelo está em agonia no PAÍS-SOL do Capitalismo. Não seria melhor a Marques Mendes, se só sabe dizer pior do mesmo, manter-se calado, a gerir bem melhor do que fez no PSD a empresa do seu amigo?

É preciso com coragem, dignidade denunciar os responsáveis por este estado de coisas, que são os neo-liberais e neo-conservadores, e não permitir que no PS e no PSD neo-liberais, travestidos, agora, de salvadores venham com palavrinhas mansas e meia dúzia de euros, de que depois se pagará elevada taxa, sacrificando mais quem já não pode, enganar quem os deve julgar com rigor e não lhes confiar de novo o voto, não para evitarmos já, um beco sem saída, mas para não cairmos num abismo mortal.

Também os partidos de esquerda não podem só fazerem reivindicações de encantar ao povo, mas não exequíveis. É preciso criar alternativas à esquerda com os cidadãos responsáveis.

É preciso defender uma melhor distribuição da riqueza, mas é preciso ASSUMIR SEM MENTIRA QUE PORTUGAL ESTÁ A VIVER MUITO ACIMA DAS SUAS POSSES, COMO O ENDIVIDAMENTO DO RENDIMENTO DISPONÍVEL DAS FAMÍLIAS CONFIRMA.

UM NÚMERO SIGNIFICATIVO DE PORTUGIUESES, MESMO DOS QUE GANHAM 600 €, JULGA-SE COM DIREITO A ADQUIRIR TUDO, INCLUINDO O SUPÉRFLUO, EM QUE GASTAM MUITO, MUITO DINHEIRO.

OCULTAR ISTO É EXCESSIVAMENTE PERIGOSO, E ACARRETARÁ FALÊNCIAS OU MAIS TAXAS BANCÁRIAS SOBRE QUEM CUMPRE PARA COBRIR O CRÉDITO MAL PARADO.

TODOS OS PARTIDOS POR QUESTÕES ELEITORAIS ESTÃO A ESCONDER ESTA REALIDADE, MAS ELA AÍ ESTÁ, E VAI REBENTAR, SE O REINO DA MENTIRA NÃO FOR DESTRONADO, E ESTA É UMA MISSÃO DA CIDADANIA QUE RESIDE NOS CIDADÃOS, QUE DEVEM OBRIGAR OS PARTIDOS A SE ABRIREM À SOCIEDADE DIZENDO A VERDADE.

andrade da silva



PS: Bom Domingo. Está sol em Portugal, chora-se em África e em muitas outras terras miseráveis.




sábado, 27 de setembro de 2008

O Sucessor !


Há exactamente 40 anos, passaram ontem, o “homem que caiu da cadeira”, era, sem o saber, substituído por um seu antigo delfim, caído em desgraça alguns anos atrás.
O Estado Novo, tentava assim fazer um remendo, com pano da mesma peça.
Refiro-me, obviamente, a António de Oliveira Salazar e Marcelo das Neves Caetano.
Marcelo Caetano, que em 1962, durante a crise académica, assumira uma posição que sem ser de desafio ou de confronto com o poder, foi pelo menos, de desobediência ao Chefe e aos seus ditames. Com isso permitiu uma espécie de diálogo com os estudantes, coisa até aí impensável, lançando alguma confusão e perplexidade na oposição, pelo menos na ala estudantil.

Em boa verdade, assumido o destino do País, por vontade de Américo Tomás, Presidente da República, com a oposição do grande poder capitalista e de uma grande da parte da oficialada de alta patente, com principal destaque para o ultra direitista Kaúlza de Arriaga, general da Força Aérea e antigo homem de confiança de Salazar e quando se propagandeava uma “primavera política” marcelista, este, fez saber da sua «Evolução na continuidade», esmorecendo de imediato os mais optimistas sobre a sua linha de condução.
Cedo se percebeu que o homem era um indeciso, frouxo e uma marioneta da direita mais conservadora, sua origem natural, basta consultar o percurso político para o confirmar, fazendo reformas em cuja base assentava a enorme «mudança» do nome.
À União Nacional, passou a chamar Assembleia Nacional Popular, à PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), passou a chamar DGS (Direcção Geral de Segurança), as Colónias, já transformadas em Províncias Ultramarinas por Adriano Moreira, de uma forma muito modesta e quase em segredo, passaram com Caetano a ter estatuto e propaganda de tal.
Manteve a guerra colonial (ultramarina), mas sem conseguir perceber como a deveria conduzir e rodeando-se de homens ostentadores, vaidosos e gananciosos, mas pouco competentes e ainda menos interessados. Em todo o governo, dava a sensação que os nomeados concorriam para o desastre, alegremente.
Foi neste estado de situação e de pessoas, que são apanhados pelo 25 de Abril de 1974, a poucos meses de perfazer 6 anos de governação.
Se é verdade que o povo sentiu uma melhoria no modo de vida e se notou alguma evolução da sociedade, sendo o consumo e o poder de compra os que maiores reflexos tiveram, também é verdade que, a curta distância se intensificou de novo a repressão, entrando pela primeira vez nos quartéis e nas Forças Armadas, até aí mais ou menos estanques às investidas da DGS. O poder sentido pelos generais e a necessidade de pessoal para a guerra, evitaram até então a intrusão da polícia política e das funestas consequências que isso veio a ter. Com Marcelo e a sua dubialidade, aconteceu e recrudesceu.
São famosas as suas “Conversas em Família”, com que regularmente presenteava os pobrezinhos portugueses, qual professor explicando o inexplicável, mas deixando muita gente feliz e contente, porque o Senhor Professor tinha a consideração de nos informar sobre as suas decisões e intenções, enquanto governo.
Entrementes, enviavam-se cada vez mais “fornadas” de “magalas” mal preparados, na ignorância da situação real, mal armados e largados onde Deus queria, muitas vezes dirigidos por estados maiores que nunca saíam dos gabinetes, nas grandes cidades e onde subalternos davam em doidos com a falta de material, de pessoal sem preparação e de exigências superiores de resultados impossíveis de alcançar.
Se, em boa verdade, Caetano consegue um aparente razoável perfil no continente, deve-se a toda a massificação do envio de jovens para o ultramar, permitindo que as condições de trabalho em geral se alterem. Não é a sua política que o consegue, são as condições impostas pelos acontecimentos. Mas tudo se degrada lentamente. Da sociedade à política, dos quartéis aos comandos, do governo aos serviços públicos. Marcelo não percebe ou não consegue alternativas. Há quem diga que era traído nos mais pequenos pormenores pelos que o cercavam. Não será de admirar, nem surpresa para quem já teve a responsabilidade de dirigir, que uma chefia frouxa, pouco informada e há deriva, é enganada por todos os lados.
É, pois, neste quadro que o “velho homem” de 1933, fecha os olhos e baixa à terra.
É este o País que entre 1968 e 1974, era repudiado por uma Europa, que de pura, pouco teria, mas que tinha a virtude da Liberdade. É neste clima e neste quadro, que o Senhor Presidente do Concelho Marcelo Caetano, começa a ser repudiado pelos seus pares estrangeiros e a cair em desgraça interna. À esquerda e à direita. Por razões e lógicas diferentes, ambos os opositores estavam de acordo. Aquilo, Não.
Fez pois, ontem, quarenta anos, que se começou a fingir que se mudava.
Lembremos, para que a memória nos ajude a evitar erros dramáticos num futuro muito próximo.
É sempre mau ter mais do mesmo, com outro nome e o mesmo corpo.

Jerónimo Sardinha

27Setembro08.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

PORTUGAL! QUERIDO E FANTÁSTICO PORTUGAL. COMO TE AMO COM TODA A MINHA ALMA E CORAÇÃO.

( À minha mãe, mulher forte deste povo, e às minhas irmãs Fátima e Ana que todos os dias também fazem com que Portugal aconteça)

A propósito de uma consulta do expresso online sobre o que de melhor Portugal tem, alguns comentadores com redundância paroquiana, disseram que o que Portugal tinha de melhor eram os portugueses, como na França serão os franceses e no Iraque os iraquianos, só por uma questão patrioteira isso seria diferente, connosco.

Agora, na minha opinião, nós, os portugueses, temos na nossa maior qualidade o nosso maior defeito que é a extrema generosidade e ingenuidade como seguimos os sermões dos padres das aldeias e as falsas promessas dos políticos, e a completa descontracção, por ignorância ou irresponsabilidade, como vivemos as crises sociais e económicas.

Parece que nada é connosco, o que, faz deste país um paraíso de cigarras, sem cidadania, e nos torna simpatiquíssimos para toda a gente, menos para aqueles que trabalham para nós que são sempre os piores trabalhadores do Mundo, enquanto, nós, quando falamos de nós próprios, somos os mais sábios e eficazes. Vá lá Freud dizer porquê.

Também como comemos de mais e bebemos ainda melhor fertilizávamos as terras para a agricultura, o que ao nível da de subsistência era importante adubo orgânico e barato, hoje, com esta agricultura morta, poluímos o ambiente.

Temos belos monumentos que os portugueses não conhecem nem pelos nomes, nem pelas visitas, e o Estado e as autarquias deixam cair, e como também não há nenhum mecenas, que os salve do musgo e da ferrugem, lá vão morrendo, como acontece na Senhora da Agonia, mas também o mesmo por toda a parte.

O único mecenas que existe em Portugal é o Sr. Belmiro de Azevedo que com os monstros dos shoping’s destruiu todas as muito belas lojinhas do Chiado, das ruas e das praças, enfim o que era único e fazia parte da nossa identidade cultural e histórica. Nada de assim muito importante, quando a divindade suprema é o lucro.

Temos uma paisagem exuberante, com matas dignas do pincel do maior pintor, só que ficam todas cheias de lixo, após os piqueniques dos portugueses que tão garbosamente confirmam quanto respeitam as plantas e promovem a limpeza das florestas. Depois de passarem pelos parques, além das flores espezinhadas, o chão torna-se um verdadeiro chiqueiro. Sermos assim parece ontológico, será?

Temos muito Costa completamente abandonada, como a da Caparica que tem projectos de reabilitação para aí, desde 1977, altura em que, por lá, fiz um estudo sociológico.

Também temos um lindo Algarve com sobre construção e uma rede de hotéis de 5 ou 4 estelas, faltando os médios de 3 e 2 estrelas, como na vizinha Espanha.

Temos extensos areais, onde, convivemos a paredes meias com lixo e caca de cão, porque os donos dos mesmos, muito humanamente, os levam às praias, mas esquecem-se de levar os saquinhos de plástico para recolherem os produtos orgânicos, dos nossos melhores amigos.

Sou um amigo dos cães e dos gatos que tanto sofrem com o massivo abandono pelos seus donos na época de férias. Um comportamento que seria inaceitável numa Bélgica, é uma normalidade em Portugal. Tudo numa boa. Só que exigem as regras de convívio e de saúde que onde estendo o corpo, não haja porcaria desses queridos amigos.

Somos pessoas de gostos simples, sardinhas, pão, tinto, telenovelas, futebol e temos uns cromos maravilhosos como um programa, a liga dos últimos, revelou, pondo todos os burgueses de Lisboa à beira de um ataque de nervos. Aquela gente não existe, é a vergonha da cara das suas aldeias e dos portugueses.

Enfim, alguns comentadores intelectuais falaram de Siza Vieira, Eça, Fernando Pessoa, mas estes não são os mais conhecidos. Na arquitectura e artes plásticas todos são uns notáveis desconhecidos. Na literatura o monstro sagrado é a Sra. Margarida Rebelo Pinto, nas canções o Toni Carreiras e o Quim Barreiros. Somos, de um ponto de vista da cultura popular genuína, uma potência com uma dimensão que ultrapassa a nossa dimensão geográfica e demográfica. Valha-nos isto.

Somos de um humor transbordante, logo que nos lixam no trânsito disparamos a apitar e a chamar palavras muito simpáticas aos outros, de FP para cima. Um esmero linguístico nacional, mas para compensar nas romarias e nas festas populares depois de bem bebidos lá damos beijos a tudo quanto é rabo-de-saia, e no entusiasmo lá vai um beijo a um barbudo, obeso.

Somos um verdadeiro hino ao que de mais essencial e primitivo existe no Homem. Somos tão extraordinários que nos convertemos num caso de estudo para sociólogos e outros curiosos de fora fronteiras.

Como grande curiosidade nacional actual temos os jardins cheios de idosos e de gente com quarenta anos que foram para o desemprego, porque não têm qualquer competência para os novos empregos.

Como os Magalhães chegaram tão tarde ( mas ainda bem que chegaram, é um grande feito), toda este gente tira o seu doutoramento em Sueca que o nosso Presidente da República pedirá internacionalmente para que se torne numa disciplina olímpica. Veremos.

Também temos uns simpáticos que batem nas mulheres e maltratam gravemente as crianças, mas fora isto, este pequeníssimo senão, são muito simpáticos para as amantes e as vizinhas.

Enfim, Portugal é o mais belo País de Mundo, e nós, os Portugueses e as Portuguesas (sobretudo estas, são maravilhosas, como Diana e Vénus), somos os mais dilectos filhos de ZEUS.

Por tudo isto, se PORTUGAL não existisse o Mundo seria outra coisa, mas nunca um Mundo com uma menina de olhos como, Portugal é para ele. Um assombro de Glória, Maravilha, Sonho, Sedução e Eternidade.

VIVA PORTUGAL, “DITOSA PÁTRIA AMADA”, ÉS ÚNICO NESTE PLANETA.

Somos os grandes Gamas de todos os tempos. Amo-te Portugal. Somos quase uma sociedade agrafa com um capitalismo quase- selvagem instalado e muitas catedrais de consumo quase-superfluo. SOMOS Uma QUASE- MARAVILHA DA NATUREZA E DO HOMEM. SOMOS DE FACTO QUASE TUDO E QUASE NADA. SOMOS ESTA EQUAÇÃO QUE SÓ DEUSES SÁBIOS, MUITO SÁBIOS, PODIAM CRIAR.

SOMOS PORTUGAL. AMO-TE QUERIDO E ÚNICO PORTUGAL .

andrade da silva

05 - POEMÁRIO * Terra sagrada




Nos campos perdidos, as pedras resistem.
Vestígios passados, no tempo presente.
As ervas medrando, silvestre semente,
viçosas gritando que nunca desistem...

As pétreas ruínas, no chão decadente,
são marcos, são ais, são sinais que persistem
nos tempos danados que fingem que existem,
são esta agressão a doer indecente...

Nas ervas que medram, assombra a saudade
dos louros trigais, na promessa do pão
que a fome sacia na ceia suada...

Ah, tempos danados de mediocridade!
Ah, terra sagrada! Que profanação
assim te sujeita às grilhetas do nada?


José-Augusto de Carvalho

22 de outubro de 2004
Viana do Alentejo * Évora * Portugal

quarta-feira, 24 de setembro de 2008



De McCain não sei o que pense. Ele próprio não deve acreditar nas suas ideias porque escolheu para 2ª figura do seu Governo uma pessoa ainda mais reaccionária do que George Bush.

Sara Palin partilha com Hitler a incompetência, o gosto pela morte e pelas armas, e a ligeireza arrogante que conduziu à segunda Guerra Mundial.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

REGIME CAPITALISTA: FALIDO!?...




Diz em entrevista a Dra. Maria João Rodrigues que o capitalismo Americano, isto é, o capitalismo, está falido, e que é preciso investir na Europa social e na política de defesa comum, o que é absolutamente correcto.

Mas onde tem andado a Sra. Maria João Rodrigues? Mas qual o seu papel dentro do PS? Mas porque não combate a Sra. Dra. João Rodrigues o capitalismo familiar português, não concorrencial, herdeiro do regime fascista, baseado nas grandes famílias, e que merece todo o apoio dos Governos PS e PSD?

Mas o que faz esta senhora dentro do PS, há tanto tempo calada? Será que quando o Sr. Eng.º Sócrates cair com estrondo, todos dirão que sempre foram da esquerda do PS, da ala não neo-liberal, mas como, se só se ouve Manuel Alegre, José Seguro, Ana Gomes e muito poucos mais?

Mas o que fez a presidência Portuguesa pela Europa Social e pela paz em África, para além das conferências de Pompa e Circunstância?

Oh Sra. Dra. Maria João Rodrigues não diga o óbvio, depois de acontecer, mexa sim esse PS para mudar-se primeiro, interiormente, e depois com os socialistas, sociais- democratas de raiz e a esquerda mudarem este País.

É PRECISO UM 25 de ABRIL NAS URNAS PARA MUDAR PORTUGAL E A EUROPA.

VAMOS PORTUGAL! MUDEMOS ESTA TRETA, ISTO ESTÁ A FICAR NEGRO DEMAIS.

Depois será tarde demais. Este é um momento particularmente grave da História da Humanidade, porque para além das 7 vidas do capitalismo e da sua capacidade de regeneração, pouco para mais há à esquerda que a eterna critica dos males do capitalismo, mas sem nenhuma alternativa democrática que corrija as desigualdades, sem forçar o regresso a níveis de desconforto social que ninguém aceitaria.

Será preciso uma imaginação excepcional para que sem cair na impossibilidade da quadratura do círculo se descubra uma solução alternativa à falência do sistema capitalista neo-liberal que apesar de combalido não está morto, e pode ainda ter mais uma quantas vidas, se não surgirem alternativas de esquerda progressistas e não miserabilistas.

VAMOS AO 25 de ABRIL NAS URNAS VOTANDO À ESQUERDA, MAS EXIGINDO SÉRIOS COMPROMISSOS DEMOCRÁTICOS DOS PARTIDOS COM OS ELEITORES, QUER QUANTO ÀS LISTAS DE DEPUTADOS, QUER EM RELAÇÃO AOS MEMBROS DO GOVERNO. A CIDADANIA TEM DE DERRUBAR O AUTISMO PARTIDÁRIO.

andrade da silva

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O BEIJO MORTAL DA VIÚVA- NEGRA OU O FIM PORQUEIRO DA NOSSA CIVILIZAÇÃO


















( A propósito do programa de TV -Verdade e Mentira)


Juntou a SIC a Viúva- Negra, nessa trágica personagem da Sra. Teresa Guilherme; um Zé de algures com alguns traços bordline, abandona a loja de que é dono e vai para o campo, mente quase por sistema, tenta engatar a mulher dos amigos, mete o dedinho no prato da balança para fazer mais uns trocos; a esquizofrenia nacional e o mercenarismo e o resultado é fatal, uma diluição patética e criminosa de tudo o que seja saudável e estético. Uma morte de esgoto e pocilga.

Mas depois de todos os programas já vistos, nada disto é para espantar, só faltam chegar aos programas em que por x euros, ou pela possibilidade de os ganhar, desde que sejam muitos milhares, alguém matará outrem, depois entrega-se às autoridades, sabendo que o prémio servirá para contratar um bom advogado que o tirará da prisão a curto prazo, ficando com muito tempo para gozar o fabuloso prémio.

Como pode ser esta semi-democracia tão violenta para os trabalhadores e tão permissiva para todos os actos que a Trilateral, ou outras centrais obscuras ordenam para matar esta civilização?

Perante tamanha dissolução dos valores e da moralidade elementar deixamos de ter necessária a capacidade moral para combatermos o fanatismo islâmico e o terrorismo internacional, porque estes poderes fracos para os ricos estão a desagregar-nos como civilização.

Estamos a ficar à mercê de qualquer golpe de piedade totalitário. A sociedade portuguesa e Europeia estão no limite da sua sobrevivência moral, estão à beira do colapso, a curto ou médio prazo, se não se inverter este caminho, soçobraremos.

Neste programa o Zé, homem do povo, bonacheirão, estruturalmente bom, quer é que as pessoas sejam felizes, que até não se importa muito que alguém roube alguma coisa na sua loja, porque lhe acenaram com 250 mil euros lá disse a todo o país que mente, que não tem orgulho no filho, que tem um pénis pequeno, que considera a mãe uma chata, que bateu na mulher e que por eata soma teria relações homossexuais, não definindo qual o seu papel se o de passivo, ou de activo. Tudo coisas cândidas que o bom homem dizia com um sorriso nos lábios, e era esquizofrenicamente aplaudido pela assistência e pela sua mãe, mulher e filhos presentes. Um encanto uma elegia maravilhosa pós –moderna. Um assombro.

Todavia este homem perde tudo, porque segundo o polígrafo mentiu ao dizer que não guarda rancor ao filho por este lhe ter dado cabo de um carro novo. Para além de todo o miserabilismo deste programa, quem pode garantir que o Homem mentiu, ou foi ilegitimamente extorquido de uns milhares de euros, através de um critério sem qualquer validade científica?

Mas as coisas não ficam por aqui a alma maldita desta Viúva Negra vai ao ponto de admitir que o programa é susceptível de provocar danos reparáveis, ou irreparáveis nos concorrentes a ponto de recorrerem aos SERVIÇOS MERCENÁRIOS e INÉTICOS de UM PSICÓLOGO.

Espero que a recentemente criada ordem dos psicólogos aja contra este vergonhoso comportamento deste técnico, como o devia ter feito contra a Prof. Dra. Isabel Leal, por ter afirmado que, aquando da selecção do Marco que agrediu publicamente uma concorrente, aquela previu, ou mesmo teve o objectivo de provocar aquele acontecimento criminoso e público.

Mas, então, como agora, ninguém agiu, somente uns intelectuais de serviço, como o Sr. Prado Coelho, foram à TV conversar sobre a natureza destes programas com os participantes e produtores, numa conversa chocha, lânguida, sem verve que só serviu para legitimar estas pocilgas.

Mas que País somos? Estamos a construir a Sodoma e Comorra dos tempos de hoje. Será este o ponto de chegada, o fim da História da civilização Ocidental!?... Historicamente o fim das civilizações é precedido dos comportamentos debochados.

PORQUE ESPERAM OS PORTUGUESES E OS EUROPEUS
?

andrade da silva

Assim não ... lembra o antigamente !!!


Prometi que voltaria a abordar o assunto da “Petição sobre os Mortos do Ultramar”, como já vai sendo conhecida universalmente, mas, uma informação chegada há hora do almoço de domingo, alterou a minha agenda, precipitando este “post”.
Amigo interessado e tão preocupado quanto nós todos com o assunto em causa, chamou-me a atenção para o facto de a Liga dos Combatentes ter saído com uma intervenção (híbrida), na secção “notícias”, na sua folha oficial.
O assunto, «Conservação das Memórias – Problemática das Trasladações», datada de 21-09-2008, que coincidência. Ou Talvez não !
É evidente que fui de imediato consultar.
Ora a Liga dos Combatentes, intimidatóriamente, limita-se a dizer que acompanha com atenção o Movimento de Antigos Combatentes.
Seguidamente, para que não restem dúvidas sobre quem é quem, explana o seu «Parecer datado de Fev07 ao gabinete de Sua Excelência o SEDNAM» «em que afirma que a política a seguir deverá ser a da manutenção nos territórios onde jazem», (sic).
Depois de pretender ser a «considerada a única entidade institucionalmente vocacionada e no âmbito do MD que tem a responsabilidade para:» (sic).
No seu nº. 3, confunde o retorno de oriundos de Portugal continental, com originais dos locais em causa, ignorando que estes, mal ou bem, se encontram no seu território natal e se lhe devemos honra, dignidade e respeito, caberá aos governos desses países o cuidado (imperativo), de dignificar essa memória. A nós cabe agradecer e honrar o sacrifício supremo a que foram sujeitos, em nome de Portugal e a mando do seu regime.
No ponto 4, acusa o Movimento de egoísmo, redução e sectarismo, porque «se preocupa apenas com um conflito (61/75) e num único continente», (sic), mostrando desconhecimento pelo manifesta e publicamente expresso pelo Movimento.
Isto é uma pequena amostra do que Liga se resolveu tornar público, sentindo que está a ser ultrapassada na resolução deste problema. Refira-se, que o supra citado parecer é datado de Fevereiro de 2007.
Vale a pena aceder à página e ver todo o conteúdo da referida “notícia”, até para não a ferir de desvio de contexto.
Ora, embora me esforce por respeitar a forma corporativa como estas instituições agem e se tentam impor, tenho muita dificuldade em aceitar manifestações de prepotência como esta e outras que vão sendo conhecidas.
Ademais, se a Liga, que se arroga a única com competências, queria realmente fazer alguma coisa no sentido de honrar e dignificar os homens, camaradas dos seus dirigentes, caídos no cumprimento de um dever imposto, como os próprios hoje gostam de dizer, deveriam ter envidado esforços e forçado políticos a resolver este e outros problemas HÁ TRINTA E CINCO ANOS. Se uma das reivindicações para o 25 de Abril era parar uma guerra injusta, justo seria terem sido tomadas medidas para resolver esta situação. Até porque uma das divisas de honra de qualquer operacional é “não deixar ninguém para trás”.
Devo desde já declarar que não PERTENÇO AO MOVIMENTO em causa, EMBORA ESTE COLHA TODO O MEU APOIO. Não conheço, pessoalmente, ninguém a ele ligado, embora desde já me ponha em disponibilidade para o que possa ser útil.
Para que a Liga perceba melhor o enleado em que se está a envolver, no próximo “post” farei transposição do que se escreve pela imprensa da província.
Como Português, como antigo militar, que cumpriu com as suas obrigações, sem emigrar (desertar), embora não concordando com o regime, com o sistema e até com muitos dos que se pretendiam comandar e mais não faziam que atabalhoar, tal como os que lá deixaram a sua vida e a sua juventude, apoio a petição, CRÍTICO a posição de autismo e prepotência da Liga (em DEMOCRACIA, ninguém é dono de ninguém), crítico TODOS os políticos e GOVERNOS pelo desprezo manifestado pelo sacrifício pleno feito por aqueles heróis e mártires, seja qual for a causa da sua morte, as DIRECÇÕES militares e os seus ESTADOS MAIORES, pela ausência de sensibilidade, verticalidade e cumprimento do dever como cidadãos, militares, democratas e livres.
Mais e melhor será certamente dito e escrito.

Jerónimo Sardinha.
22Setembro08

sábado, 20 de setembro de 2008

Desiludido, revoltado, magoado !



É com uma profunda mágoa, que publico a petição que se segue.
Foi-me enviada por um querido amigo, solicitando divulgação.
Após muitas horas de meditação, entendi que o assunto, a exemplo de outros, que ferem o mais profundo do nosso ser como e enquanto Povo, merecia publicidade alargada, com carácter de CIDADANIA, porque, para além de tudo o mais, ofende os mais elementares princípios da dignidade e da LIBERDADE.

Desde já dou conhecimento e testemunho, que farei, pessoalmente chegar o mesmo, acompanhado de missiva própria, aos:
- Presidente da Comissão Europeia. O mesmo, afirma-se internacionalmente como Português, seguidor dos valores de Abril, tendo até a honra de ter feito parte de movimentos contestatários académicos, no seu tempo de estudante, para além de ter sido Secretário de Estado e Ministro, com responsabilidades nas relações com os países envolvidos no presente problema e 1º. Ministro de Portugal;

- Ao Primeiro Ministro de Portugal, embora a sua sensibilidade não esteja vocacionada para estes e outros assuntos que envolvam a dignidade dos Portugueses;

- Ao Presidente da República, auto intitulado antigo combatente da guerra em referência (colonial), tendo até, em visita recente a um dos países ora em causa, tido honras de ilustre visitante amigo, após o passado já longinquo de militar colonial;

- À Associação 25 de Abril, da qual dois representantes e dirigentes efectuaram, há alguns meses, uma visita a um desses países, tendo sido recebidos com honras de antigos combatentes e ora grandes amigos, efectuando visitas a locais estratégicos do passado.

Ora, como nenhum destes indivíduos, pelo menos que seja do conhecimento público, abordou o problema em presença, fez qualquer demarche no sentido de ..., ou manifestou preocupação com o caso ou com os seres humanos, seus irmãos e compatriotas cuja dignidade se pretende resgatar, fazendo justiça, aqui fica a solicitação, com a promessa de que no próximo “post” irei abordar o assunto, de outro ângulo social.

Eis, pois, a petição:

PETIÇÃO PELO RESGATE, PARA PORTUGAL, DOS MILITARES MORTOS NA GUERRA DO ULTRAMAR / GUERRA COLONIAL

Caros amigos,

Ex-Combatentes,

Militares no activo e na reserva,

Cidadãos,


Pedimos-lhes o favor de nos dispensarem uns momentos e, se concordarem com o nosso apêlo, assinar a presente petição.

Não concordando, pedimos-lhe apenas o favor de a reencaminhar esta mensagem para os seus contactos. Mas, por favor não deixe de colaborar. Não a deixe parar.

Juntamos a seguinte documentação que o esclarecerá, devidamente sobre o que pretendemos:

Anexo 1. Nota explicativa
Anexos 2 e 3. Situação em que se encontram os Cemitérios/Campas em África, Guiné, Angola e Moçambique
Anexo 3. O que pretendemos: Trazer os restos mortais, destes militares, homenageá-los, levá-los para as suas terras, entregá-los aos familiares e amigos, para que finalmente, REPOUSEM EM PAZ.

Pelo Movimento Cívico de Antigos Combatentes,
José Nascimento Rodrigues
Ex-Combatente
1º. Cabo Pára-Quedista 27/69

Para subscrever, basta clicar no endereço abaixo.

http://www.PetitionOnline.com/mcac/petition.html
Jerónimo Sardinha
20Setembro08

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

GAUDÍ: UM HINO À CRIATIVIDADE, AO BELO E À PAIXÃO



( à Teresa Pilar, Ana Rute, Maria José e
Jerónimo Sardinha
)

Como é sabido, não sou um escritor e muito menos um crítico de arte, mas, como cidadão, respiro o belo, venero a paixão e, tudo isto, encontrei em Gaudí de Barcelona, ou na Barcelona de Gaudí. Ao nível da minha dimensão crítica há uma indelével identidade entre ambos.

Gaudí nasceu na Catalunha, no século XIX, no momento do nascimento da Revolução Industrial que lhe ofereceu todas as novas possibilidades tecnológicas, mas também todos os seus dramas, como o dos camponeses expulsos das terras e atirados para os excedentes de uma mão-de-obra desqualificada, vivendo na miséria, mas aproveitável para algumas das actividades emergentes.

Algo semelhante acontece nos dias de hoje, só que os desempregados destes tempos, no âmbito da revolução informática, necessariamente vão aumentar os exércitos de desempregados, irreversivelmente. No actual modelo social e económico não há volta a dar a este triste texto. Só em África ou na China haverá emprego para estes exércitos de abandonados.

Gaudí encontrou em Guell, um burguês endinheirado, um aliado para a sua perspectiva urbanística revolucionária, a da criação de uma cidade-jardim para a burguesia. A ideia não seduziu os destinatários, mas algo se construiu, desta convergência nasceu o lindo parque Guell, onde, a arte e a natureza se encontram de um modo harmonioso.

Em 1923 um filho de Guell cede o Parque à câmara de Barcelona, pelo que hoje todos podemos desfrutar desta rara beleza. Bem-haja este e todos os grandes mecenas, que face ao desinteresse dos poderes públicos pela cultura do Belo e defesa da Natureza fazem um grande bem aos seus concidadãos.

Gaudí reconhecido internacionalmente como um mestre das artes, não precisaria desta referência humilde de um viajante e um visitador, mas, como simples cidadão, não poderia deixar de manifestar o meu encantamento por este grande Homem, não só pelas obras que fez, pela sua descoberta da natureza, das cores (sou madeirense) e das formas estranhas e belas. Pelo quanto vivo a luz e as cores teria uma veneração especial por Gaudí, mas ainda a tudo isto, que já é tudo, se junta
o mais, do mais, no homem, a PAIXÃO.

Na minha veneração à paixão de Gaudí quero englobar todas as paixões das mulheres e dos homens de todo o mundo. Neste universo de belo imenso, infinito, menciono de um modo particular e sentido, a Teresa Pilar – arquitecta e mulher bondosa – a Ana Rute e a Maria José, heroínas do quotidiano, pela sua doação, de alma e coração, às suas causas e ainda este endiabrado homem Jerónimo Sardinha, a quem a paixão leva tão longe, sem qualquer cansaço.

Gaudí, como todos os apaixonados, dedicou-se à sua grande obra com amor infinito, e, assim ,durante 40 anos construiu a Igreja da Sagrada Família, a sua obra prima que nunca abandonou, como se de uma amante se tratasse, com ela partilhou cama e tecto, vivendo nos estaleiros da Igreja, onde, também foi professor.

Um eléctrico havia de ceifá-lo desta vida, mas continua vivo.

Julgo que ao nível das sensibilidades e desta grande fonte de inspiração que foi para Gaudí a natureza, Barcelona, é bem uma Barcelona de Gaudí, não só pela imensa presença das suas obras por toda a cidade: casa Vicens, Palácio Guell, Palácio Episcopal, parque Guell, com aqueles fantásticos lagartos, a inimaginável casa do guarda e o templo Dórico, a casa Milá e a obra que é a marca de água de todo o grande valor deste Homem –A Igreja da Sagrada Família – que faz a síntese das crenças profundas deste grande arquitecto e da sua paixão pela natureza, mas também porque, por toda a cidade, outras obras e fachadas de prédios reconduzem-nos à criatividade gaudiana.

Creio que a bondade e a beleza têm uma influência imensa na vida futura dos povos. Talvez, sem este apaixonado pela natureza, Barcelona não se tivesse preocupado tanto com a defesa do ambiente, como actualmente acontece e, nisto, quero ver a alma do fascínio deste homem pelo Belo, a Arte, a Terra-mãe.

Todos beneficiamos da genialidade, mas sobretudo da bondade das mulheres e dos homens que se dedicam a cultivar aquilo que os transcende, como, entre outras e outros, as e os amigos que referi, a quem poderia juntar todas as boas amigas que conheço que pela sua beleza e generosidade, bem mereciam uma imaginação e um criador que as imortalizasse numa obra eterna.

Humildemente, sem verbo adequado e sem inspiração à altura do homem que canto, deixo aqui a minha homenagem a todos os grandes criadores de todos os tempos, aos que esquecidos morrem por aí, mesmo à beira de nós, sem que os vejamos e ainda aos artistas do Futuro. Bem- aventurados sejais. Obrigado por serdes quem sois.

andrade da silva

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Eu tinha alertado em devido tempo ...


... que o que se estava a passar com algumas figuras do nosso expectro político, para além de desonroso, perigoso e ultrajante, poderia tomar foros de ofensa nacional. Não se amesquinha a memória de quem serviu a Pátria e o Povo com honra e denodo. É grosseiro, denota falta de nobreza e deixa a nú a inveja e o ciúme, pela entrega de que outros foram capazes e nós não. Os reflexos poderão ser graves e sempre negativos.

O que se segue, foi publicado no blog: www.7ze.blogspot.com, a quem, para além da referência pessoal, agradeço a gentileza da autorização de transcrição.


"Este blog foi feito (para além de outros objectivos menos confessáveis) para publicar um ataque a este lúgubre e repugnante personagem; esse ataque já deveria ter ocorrido há mais de um mês, mas circunstâncias várias foram fazendo com que fosse sendo adiado. Mas porquê esta fúria? Comecemos pelo princípio: sendo personagem que nunca me foi especialmente simpático, foi com desagrado que reparei que era a estrela das comemorações do 25 de Abril promovidas pela Câmara Municipal de Santarém (aliás, vim a saber depois, em clara «concorrência» e desafio relativamente às promovidas pela Comissão das Comemorações Populares); deveria ter desconfiado logo que vi o cartaz e folheto da «Oferta Cultural» do mês! Estava em curso uma cabala, uma tentativa de falsificação da história, um acto mesquinho para desacreditar Fernando José Salgueiro Maia, com a cobertura de um Município (o meu, infelizmente), de um importante grupo de comunicação nacional (Balsemão) e de um pasquim local. Movidos pelo despeito e pela sua mediocridade, ousaram atacar um morto, o herói que invejam e que o povo e a história reconhece, numa tentativa mal engendrada de ofender a sua memória com falsos testemunhos. Mas voltando aos factos: fiquei espantadíssimo com a chamada da capa do Mirante dessa semana e precipito-me para descobrir uma página inteira dedicada à tenebrosa mistificação. Passo o fim-de-semana irritadíssimo, e logo na Segunda-Feira dirijo-me à sede do Mirante, onde descubro que a peça fora «fabricada» ao mais alto nível (na «boa fé» jornalística, claro, de quem procura cachas e notícias bombásticas); exponho a minha indignação ao próprio e tento obter um desmentido qualquer, nem que discreto; mas qual quê, ficaram ofendidíssimos, por pouco ia sendo empurrado pelas escadas abaixo, susceptibilidade denunciando o estilo «jornalístico» e a linha «editorial». Refira-se que essa edição do Mirante saiu com o Expresso no Distrito, acompanhado pelo Livro de «Poesia»… pago pelo «artista» ou pela Câmara? Bom, mas veja-se aqui a «peça»:
idEdicao=336&id=43100&idSeccao=4896&Action=noticia
Repare-se, muito sucintamente, logo na forma de se dirigir ao Capitão de Abril: «Ele quis-me despejar, lá na sede do PS, 150 G3 e eu não quis. Disse-lhe: Ó Salgueiro Maia, desculpe lá. O único tipo que sabe mexer nas G3 sou eu que estive em Angola. E não vejo aqui nenhum inimigo à vista. Portanto não me ponha cá essa coisa.» Denuncia-se depressa! Com que então agora o herói é ele, o verdadeiro já quase esqueceu! Com que legitimidade trata assim um herói, tu cá tu lá, se é o próprio a dizer que só conheceu Salgueiro Maia depois do 25 de Abril? Muito texto a querer parecer elogioso, só para concluir: «Era muito determinado MAS demasiado radical». Mesmo que, por absurdo, fosse verdade, era claramente pouco elegante vir revelá-lo a esta distância e sem que o próprio se pudesse defender. Ora o ofendido sempre defendeu que era uma grande irresponsabilidade a entrega de armas aos civis, e não se está a ver o Fernando José com duas caras. Outra razão é simplesmente que, se fosse realmente ele a tratar disso (não estou a dizer que não era menino para essas coisas) as coisas teriam decerto acontecido! É conhecida a fúria organizativa do Fernando, que chegava a ser exasperante: ele, pura e simplesmente, não teria falhado! Logo na segunda-feira seguinte, que por acaso era dia de Assembleia Municipal, bati a cidade alvoroçado com esta fúria… se tivesse encontrado o gajo havia de ter sido o bonito: no mínimo insultado havia de ser! Tenho o direito à indignação, já que não vejo outras formas de «participação»! A liberdade de expressão tem limites! Nesse mesmo dia interpelei a Comissão das Comemorações Populares do 25 de Abril, que me garantiu não ter nada a ver com toda a cena. Com o jornal debaixo do braço, fui à sede do PS, que, por acaso, estava aberta, perguntar se já estavam esgotadas (quando perguntaram o quê? mostrei a capa)… estava um pequeno magote à entrada, que, para partidários, se mostraram pouco consistentes ao revelarem a sua total ignorância dos títulos da imprensa local referentes ao seu partido: terão confundido a sede «política» com uma agência do IEFP? Passados uns dias, executei uma expedição punitiva pela net, pesquisando todas as notícias relacionadas e colocando comentários provocadores em todas as que o permitiam, como por exemplo no site da Visão (sim, que também saiu um «artigo»: Sete Vidas, na edição de 24 Abril), no Batalhão do gajo na guerra colonial, em sites de Santarém, de poesia, etc, enfim, tudo o que apanhei... Chamei-lhe todos os nomes, do qual o mais simpático foi senil! Fiz queixa à Associação 25 Abril, em cujo blog vi um comentário meu mais agressivo ser censurado. Mas aqui deixo uma citação de um «ancião» respeitável nestas andanças da verdadeira política, Jerónimo Sardinha, homem sério e íntegro, frequentador da A25A: «Vamos ao que considero mais grave. A poucos dias do 25 de Abril, numa cerimónia pública, um personagem (José Niza. Outra vez PS), que respeito e por quem tinha alguma consideração, deixou “cair”, na sua intervenção, que Salgueiro Maia, em Novembro de 1975 quis entregar 150 G3 ao PS de Santarém e terá sido ele a recusá-las. Assim temos que: - primeiro, Maia já não está entre nós para confirmar, negar ou esclarecer. In Memorian, devia ter ficado calado; - segundo, desempenhou altos cargos de estado, políticos e partidários. O silêncio era o mais recomendado. Até porque nesta altura não só não esclarece, como pode acirrar ânimos; - terceiro, o famoso problema das armas em 1975 e não exactamente estas, não está nem de perto nem longe esclarecido.» extraído de www.avenidadaliberdade.org Quanto às armas, se os meninos do PS não mandam calar aqueles que, sem autorização ou mandato, dizem barbaridades em nome do partido ou acerca do partido (não vi nenhum desmentido ou a mínima nota de desagrado emanada do PS local, conforme tive ocasião de solicitar a vários dirigentes, inclusive publicamente, por ocasião do lançamento do livro de Mário Silvestre no Fórum Actor Mário Viegas), ter-se-á de explicar, para esclarecer as crianças mais novas, que o 25 de Novembro não foi o que o Sr. Mário Soares pintou… Armado aos pássaros, sonhando com o brumoso golpe do Napoleão, queria passar por herói da «resistência anti-comunista», tentou encenar uma deslocação da Assembleia para o Porto, mas correu-lhe mal, e ainda hoje andam a tentar mistificar as pessoas com o tema… Vão bugiar! E o melhor é o Manuel Alegre cortar ligações com este anormal, se não quiser arriscar a cair também no saco da merda!
Se alguém se sentir ofendido que pague as custas, que eu preparo melhor o dossier!
25 de Abril Sempre!"
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Jerónimo Sardinha
17Setembro08

domingo, 14 de setembro de 2008



O PARAÍSO NA TERRA: HERMAN MELVILLE NAS MARQUESAS

É muito interessante o livro de James Simmons Náufragos no Paraíso, publicado em Portugal em Março de 2007 pela editora Antígona, tradução de Paulo Faria. Relato partes de um dos capítulos. Esta transcrição é uma tentativa de arejar a visão europeia sobre a vida sexual e o casamento.

Diz a certa altura, referindo-se às observações de Herman Melville, que em 1842, muito jovem, tinha decidido entrar sozinho nas ilhas Marquesas, Taiti, mais propriamente em Nuku Hiva, Vale de Typee.

Melville ficou bastante impressionado pela beleza dos indígenas, tanto homens como mulheres. A maior parte dos homens media mais de um metro e oitenta de altura e tinha corpos bem proporcionados, pareceu-lhe, como deuses gregos.As mulheres eram mais baixas, mas igualmente bem proporcionadas. Melville ficou particularmente impressionado pela brancura dos dentes dos nativos, “muito mais belos do que o próprio marfim”. Além disso algumas das nativas tinham a pele tão clara como as das mulheres da sua Nova Iorque natal, pelo facto de a branquearem com o suco de uma trepadeira a que chamavam “papa”, para além de evitarem cuidadosamente expor-se à luz directa do sol. Melville mostrou-se estupefacto ante os cuidados consideráveis que os membros de ambos os sexos dedicavam à sua aparência física, como arrancarem os pelos inestéticos, usando as conchas de pequenos bivalves à laia de pinça, impregnarem o cabelo com óleo de coco perfumado e enfeitarem-se com grinaldas e brincos de flores. Davam uma tal importância à higiene pessoal que tanto os homens como as mulheres tomavam banho duas vezes por dia.

A sexualidade ocupava um lugar tão conspícuo na vida social dos indígenas que Melville deve ter ficado assombrado perante muito daquilo que observou. Muito antes de os primeiros europeus terem surgido naquelas paragens, as orgias rituais desempenhavam já um lugar importante na sociedade insular. Na maior parte dos casos, porém, integravam-se em importantes cerimónias religiosas e serviam para promover a solidariedade social. Por motivos óbvios, Melville não pôde incluir todos os pormenores desta temática nos livros que escreveu pouco depois. O historiador Walter Herbert, no entanto, documentou a energia sexual que impregnava a cultura daquelas ilhas:

Considerava-se que certos atributos físicos dos órgãos genitais do homem e da mulher possuíam um grau específico de encanto sexual, pelo que havia um vocabulário próprio para diferenciar os pénis de acordo com os diversos tamanhos e formas. Aplicava-se à vagina um programa extensivo de embelezamento que começava desde a mais tenra idade, com massagem e exercícios destinados a aumentar a tonicidade muscular, para além da aplicação de um adstringente fraco, num esforço para reduzir a produção de fluido vaginal e eliminar os odores desagradáveis.

Um ritual centrado nesses esforços assinalava a entrada das raparigas na idade adulta. Em primeiro lugar eram formalmente examinadas para determinar se os lábios da vagina eram pálidos, os pelos púbicos curtos e suaves, e em que medida se tinham alcançado outras características desejáveis. Em seguida as jovens tomavam parte no kioka toe haka, o festival da dança do clítoris, em que expunham os órgãos genitais aos olhos de toda a tribo. [...] Durante este período, os jovens pareciam ter acesso sexual ilimitado uns aos outros e aproveitavam essas oportunidades com grande entusiasmo.

Melville mostrou-se impressionado pela vida doméstica dos indígenas e pelas boas relações entre os sexos. Ao contrário de muitas outras culturas domésticas primitivas, em Typee eram os homens que executavam todos os trabalhos pesados, ao passo que as mulheres só tinham a seu cargo os afazeres mais leves da lida da casa. Melville interessou-se particularmente pela instituição do casamento, que era definido de forma suficientemente aberta para não restringir a liberdade sexual de cada um dos parceiros, e que qualquer deles poderia romper, caso se sentisse infeliz.

O traço que mais o surpreendeu nesses casamentos do vale de Typee era fruto de um desequilíbrio entre os sexos. Com efeito, sendo os homens mais numerosos do que as mulheres, estas tinham adoptado costumes poligâmicos e desposado vários maridos. “A infidelidade de um ou outro dos cônjuges é muito rara, insistiu ele em Typee. “Nenhum homem tem mais do que uma mulher e nenhuma mulher de idade madura tem menos de dois maridos – por vezes chega a ter três. [...] Como não há obstáculos à separação, o jugo do matrimónio torna-se fácil de suportar, e uma esposa de Typee mantém com os maridos uma relação afável e de grande cortesia.”

Ao que parece, Melville, não exagerou na sua descrição da vida marital harmoniosa do vale de Typee. A igualdade de estatuto de homens e mulheres era, sem dúvida, um factor importante a contribuir para a felicidade e estabilidade da família.

Mais tarde esta felicidade estragou-se, por acção dos missionários e da cultura dominante americana e europeia. A formosura das mulheres de Taiti foi em muitos casos substituída por uma obesidade patológica. Mas acho que ainda temos muito a aprender se quisermos repetir este paraíso, também tão bem retratado por Gauguin.


05 - POEMÁRIO * Catarse

Já nasci na prisão.
Fiz do medo
um brinquedo
que trazia na palma da mão.
Fui menino enjeitado.
Fui soldado.
Fui adulto explorado.
Fui vexado.
Vi o medo tolher
quantos homens sem medo!
Vi crianças comer
um bocado já duro de pão.
E vi mães em segredo
a beijarem o pão que caíra no chão!
Eu vi tudo o que havia de feio!
E passados que são tantos anos,
um amargo receio
de não ver
esta safra de enganos
finalmente ceder
à verdade de ser.
Um receio doído,
como a fome sem pão,
como um homem traído p'la vil delação,
como a flor da esperança
que a vergonha dos homens insulta
na inocência das mãos da criança
condenada a nascer já adulta...



José-Augusto Carvalho
20 de abril de 2002
Viana do Alentejo * Évora *Portugal

sábado, 13 de setembro de 2008

BONDADE, MORALIDADE E MARMELEIRO



Vou falar-vos da bondade que é ontológica nos humanos, e que tem caracterizado o comportamento dos Homens dignos e nobres ao longo dos tempos. A maldade, apesar da sua frequência, é um acidente.

Há exemplos de nobreza e magnanimidade em todos os contextos históricos, mesmo nos tempos das ditaduras. No longo período fascista português, aliado dedicado do nazismo, Aristides de Sousa Mendes, que ainda continua a ser caluniado, como vendedor de passes a judeus, a infâmia mantém-se, nega-se-lhe a honra e os sacrifícios, ouviu-o, ontem, da boca de um ilustre causídico, foi o HOMEM que por um imperativo Humano socorreu os que a BESTA FASCISTA ia torturar, prender, gasear, matar física ou psicologicamente.

Aristides de Sousa Mendes agiu segundo os ditames da sua consciência moral que é o atributo fundamental que distingue o homem dos outros seres. O Homem é um ser social, político e moral feito para praticar o bem. Esta é a sua matriz, e quem a respeita cumpre-se como ser humano, mesmo em tempos difíceis. Para este grande português todos os sacrifícios porque passou, apesar de dolorosos, foram suportáveis, pelo amor que tinha aos outros seus irmãos.

Sem amor, humilha-se, mata-se e atira-se o outro, sem dó nem piedade, para as pocilgas da exclusão, mas todos os que o fazem, abusando do seu poder ou da sua riqueza, podem afogar a sua ignominia em álcool, sexo ou outro qualquer devaneio, mas nunca poderão escapar ao julgamento da história e dos humanos probos.

O libelo severo acusa-os de gente sem dignidade, sem honra. São uns meros carniceiros porcos, porcos mesmo das pocilgas mais nojentas que os homens alguma vez construíram.

Outros homens por amor se têm levantado e gritado, podemos evocá-los com muito carinho, D. Ferreira Gomes, bispo do Porto que afrontou Salazar, D. Martins, bispo resignatário de Setúbal que nestes tempos sempre tem dado voz a quem não tem voz, e ainda D. Januário Torgal, bispo das Forças Armadas, que ultimamente tem estado muito calado, espero que nada de menos bom ao nível da sua saúde ou da sua liberdade tenha acontecido.

Merece um destaque de muito enlevo o Bispo D. António Alves Martins que foi voz dos fracos nos idos do séc. XIX na sua diocese e no parlamento. Cumpriu, de tal sorte, a sua Missão que Bordalo retratou-o como o bispo da Moralidade, no bem, no modo como se dava a si mesmo aos necessitados, e do Marmeleiro pela forma como zurzia os poderosos, geradores de escravos. Um HOMEM, um farol, para quem se dá pelos outros. Bem-Haja.

Finalmente mais um exemplo, um homem dos nossos dias, um empresário de sucesso nos Algarves e na Madeira de seu nome Skarks Bulyan (revista Visão de 21 Agosto) que luta e bate-se pela liberdade e respeito dos direitos humanos do povo da Birmânia. Que a honra, o Sol e a Lua o beneficiem e a todos os que praticam a bondade até ao fim e para além mesmo da morte dos Sóis e das Galáxias.

Todos os que conhecem a bondade e o Amor vivem, de acordo com a sua grandeza humana, e um dia, ou sempre, mesmo sofrendo, conhecerão a plenitude, os demais conhecem o conforto das pocilgas morais, onde, como porcos chafurdam, sem nunca compreenderem que o seu poder de fazer escravos é uma maldição cheia de sangue, dor e martírio de homens, mulheres, velhos e crianças sobre cujas mortes e torturas se erguem as suas ilegítimas fortunas e poder.

A todos os que vivem de acordo com a sua consciência bondosa e justa, amanhã e sempre o SOL, a LUA, o MAR, a TERRA, o UNIVERSO, os HOMENS, as MULHERES e os SERES DE TODAS AS ESPÉCIES VOS SAUDARÃO E AMARÃO. O sentido da natureza o garante e exige. De outro modo será o FIM dos TEMPOS.

andrade da silva 12 Set. 08


PS: durante 5 dias estarei ausente, sejam felizes. Da minha parte vou conhecer gentes e terras e neste intervalo vou-me esquecer de todos os porcos, será como que respirar um pouco de eternidade.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

06 - Literatura de cordel * A grande depressão

´´



Esta grande depressão

mais parece um iceberg, 

pois das águas se soergue 

apenas uma alusão. 



Sob as águas, escondida, 

jaz a maior dimensão, 

numa estranha gestação

de desgraça prometida. 



De ramo em ramo, atrevidos, 

passeiam-se os chimpanzés, 

metendo as mãos pelos pés, 

de prosápia convencidos. 



Em baixo, olhando os ufanos, 

os homens, cantam em coro, 

o direito ao desaforo 

dos seus direitos humanos... 







José-Augusto de Carvalho 
15 de Março de 2007. 
Viana * Évora * Portugal

13 - REFLEXÕES DE G.F. * A «Direita» e a «Esquerda»


Diz quem sabe dessas coisas da História que as tais «Direita» e «Esquerda» surgiram com a Revolução Francesa. A tal Grande Revolução Burguesa que, em 1789, em França, apeou a Realeza, a Nobreza e a Igreja Imperial de Constantino.
Foi nessa data e com o decisivo empurrão do povo ignorante e faminto que a Burguesia tomou o Poder.
Os Girondinos eram a «Direita», os direitícias; os Jacobinos eram a «Esquerda», os esquerdícias.
O Poder da Burguesia trouxe consigo a divisa Liberdade * Igualdade * Fraternidade. Para eles, burgueses, apenas para eles, é claro.
A Burguesia trouxe o Capitalismo, mais direitícia, mais esquerdícia, sempre Capitalismo.
As amarguras do povo mantiveram-se. Apeados os Senhores das Linhagens, subiam ao palanque os Senhores do Lucro. Enfim, como diz o rifão: «Tudo como dantes, Quartel-General em Abrantes»! Há quem prefira estoutra sentença: «A m... é a mesma, as moscas é que são outras».
Evidentemente que o Poder da Burguesia foi um passo qualitativo no decurso da História dos Homens. Foi e já não é, há muito tempo.
Com a chamada Idade Industrial, ficou muito clara a importância da força de trabalho, isto é, do povo. E com esta peça nova no xadrez, o povo como força de trabalho, surgiram os inevitáveis conflitos entre patrões e trabalhadores assalariados e as ideias destes conducentes a um dia se emanciparem do Poder Burguês.
Enquanto isto, os direitícias e os esquerdícias iam-se revezando na condução dos destinos das gentes. Ora governavam uns, ora governavam outros, ora, num lindo par, governavam juntos. E tão bem ficavam no par, que o povo, sempre criativo, inventou esta máxima: «São tão lindos, tão lindos, que Deus os fez e Deus os juntou!» E com a criação deste par os direitícias e os esquerdícias «inventaram» o Centro. Foi aí que este pariu os centrícias. Depois, decidiram criar outras combinações, mas sem jamais se desviarem um milímetro da sua matriz: Poder da Burguesia. Aliás, teremos de convir que nada de diferente seria de esperar. Se deixassem de ser o que são, perderiam a sua identidade. E isso é o que eles não querem. Pudera!
De entre outras, uma interrogação o povo se coloca: Por que será que os que se dizem do povo e eleitos pelo povo estão reclamando para si a designação de esquerdícias? Por que sentem a necessidade de procurar no Poder da Burguesia uma palavra que os defina? A palavra que define o Poder do Povo não lhes agrada? Pois eu proclamo ser um democrata, porque defendo a Democracia, a tal expressão grega que significa Poder do Povo ou Poder Popular.
Direitícias, Esquerdícias, Centrícias e por aí adiante são as negaças de que se serve a Burguesia para caçar os incautos...


Gabriel de Fochem
1-11-2006